Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Intensa


Intensa

Eu não gosto de incertezas. Gosto do que tem base, do que é acessível, do que é fácil e simples, não gosto do complicado, do suspeito, tenho aversão ao "talvez", ao "quem sabe um dia desses".
Gosto quando a gente pode dizer "agora", "hoje", "daqui a pouco", "logo mais", gosto daquilo que se aproxima, não do que se mantém inerte ou distante, gosto do destemido, gosto do forte, gosto de compromisso, não me satisfaz a insegurança do "meio termo", do "às vezes" ou do "raramente".
Gosto de paixões intensas, gosto de contato, gosto de afeto, mas me satisfaço com a freqüência, com o constância. Frustra-me o inconstante, o raro e o eventual. Aliás, eu não gosto do que é eventual.
A eventualidade leva a distancia, a distancia leva à solidão e a solidão leva a locais vazios, todavia, o que esta vazio tende a ser ocupado. Ou é freqüente, ou há atenção e zelo, ou, quiçá o que nem se tornou, deixa de nascer, deixa de existir.
Não tenho paciência para relações fugazes, encontros casuais. Um encontro casual é possível, dois ou mais é tolice. Você se entrega, se envolve, se apaixona, logo, ou a relação toma outro rumo, ou você deve pular fora antes que ela afunde e você se afogue..
O que é para ser bom acontece, o que é para ser sentido não espera demais, não silencia, não cruza os braços. O que é para lhe fazer bem se entrega, lhe busca, lhe deseja, lhe quer e demonstra tudo isso.
Enfim, eu gosto do que me deixa livre para ser quem eu sou, dizer o que penso, fazer o que quero, quando eu desejo. Satisfaço-me com certezas, me desilude o "talvez", me alegro com o que é recíproco, fujo do "gostar sozinho", sou feliz na plenitude, me avilta o incompleto.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 23 de maio de 2012.

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