Intensa
Eu não
gosto de incertezas. Gosto do que tem base, do que é acessível, do que é fácil
e simples, não gosto do complicado, do suspeito, tenho aversão ao
"talvez", ao "quem sabe um dia desses".
Gosto
quando a gente pode dizer "agora", "hoje", "daqui a
pouco", "logo mais", gosto daquilo que se aproxima, não do que
se mantém inerte ou distante, gosto do destemido, gosto do forte, gosto de
compromisso, não me satisfaz a insegurança do "meio termo", do
"às vezes" ou do "raramente".
Gosto de paixões
intensas, gosto de contato, gosto de afeto, mas me satisfaço com a freqüência,
com o constância. Frustra-me o inconstante, o raro e o eventual. Aliás, eu não gosto
do que é eventual.
A
eventualidade leva a distancia, a distancia leva à solidão e a solidão leva a
locais vazios, todavia, o que esta vazio tende a ser ocupado. Ou é freqüente,
ou há atenção e zelo, ou, quiçá o que nem se tornou, deixa de nascer, deixa de
existir.
Não tenho paciência
para relações fugazes, encontros casuais. Um encontro casual é possível, dois
ou mais é tolice. Você se entrega, se envolve, se apaixona, logo, ou a relação
toma outro rumo, ou você deve pular fora antes que ela afunde e você se afogue..
O que é
para ser bom acontece, o que é para ser sentido não espera demais, não silencia,
não cruza os braços. O que é para lhe fazer bem se entrega, lhe busca, lhe
deseja, lhe quer e demonstra tudo isso.
Enfim, eu gosto
do que me deixa livre para ser quem eu sou, dizer o que penso, fazer o que quero,
quando eu desejo. Satisfaço-me com certezas, me desilude o "talvez",
me alegro com o que é recíproco, fujo do "gostar sozinho", sou feliz
na plenitude, me avilta o incompleto.
Cláudia
de Marchi
Passo
Fundo, 23 de maio de 2012.
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