Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O que é seu!

O que é seu! 

Entenda algumas coisas: a vida funciona em perfeita sincronia, ela não tolera roubos, logo, “aqui” ninguém fica com o que não lhe pertence, portanto, entenda que você só terá o que é seu de direito! 
O que for seu, portanto, encontrará uma maneira de chegar até você e, se não chegar, não era seu! E você não quer restos, não quer migalhas e, muito menos, não quer ficar com o que não lhe pertence, certo? 
Então, para que ansiedade? Para que pressa? Para que correr? Tenha paciência, cuide de si mesmo, leia mais, tome sol, cuide da pele, assista filmes, se alimente bem, cuide de sua beleza interior e exterior, ame-se, não jogue pérola aos porcos, seja paciente, cedo ou tarde, o que é para ser seu lhe encontrará! 
Não precisa sair pela noite bebendo, paquerando desvairadamente, se deitando com qualquer mulher, flertando com qualquer rapaz, valorize-se, preserve-se, cuide-se! Logo, logo o amor lhe encontra e, se não lhe encontrar logo, ao menos você terá se amado verdadeiramente e, lhe garanto, isso vale muito a pena! 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 31 de outubro de 2013.

Do nosso ontem

Do nosso ontem 

Eu não acredito em passado, não levo "fé" no que passou. Se o que passou fosse bom não era passado, era presente. Se "ex" fosse bom era atual, se o que eu vivi fosse amor eu estaria vivendo ainda. 
Tempo para mim é o presente e o futuro, o passado? Ah, o passado só me trouxe até o presente e me tornou quem eu sou. Nada mais, existe um bom motivo para o que passou não estar mais no meu momento presente. 
Se às vezes, por alguma razão a nossa memória falha e nos pegamos com saudades do que passou, convém fazermos uma análise do motivo que nos levou a deixarmos aquilo para trás ou, no mínimo, a não darmos uma outra chance àquilo que vivenciamos noutro tempo. 
Sempre existirão motivos, sempre existirão razões mais racionais do que uma mera saudade para explicar as nossas escolhas e nos dizer que o que é do nosso passado a ele pertence. O que é do nosso ontem, nele deve ficar. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 31 de outubro de 2013.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Ao acaso

Ao acaso 

Procura-se alguém que se aventure a viver um grande amor, procura-se alguém que acredite no amor e que acredite que ele supere diferenças, distancia e qualquer tipo de embates. 
Procura-se alguém que não seja acomodado, que não seja calculista e que não procure quem lhe ofereça menos risco, mas sim quem lhe ofereça mais risos, mais sorrisos, mais alegria, mais felicidade. 
Procura-se uma pessoa destemida e ousada, alguém imprevisível e fora dos padrões comuns e rotineiros, alguém que ainda não tenha caído no senso comum, que se tornou vulgar demais para o meu modesto gosto. 
Procura-se alguém que não queira uma noite ao meu lado, procura-se alguém que queira me conhecer, que não tenha pressa para me levar para a cama, aliás, procura-se alguém que saiba que sexo é consequência, não meta! 
Procura-se alguém maduro, alguém inteligente, alguém esperto, alguém especial, alguém incomum, procura-se alguém capaz de oferecer companhia e não “solidão em razoável companhia”. 
Sexo, bebedeira, barulho, isso se encontra em qualquer esquina, e isso eu não quero! Eu quero companhia de verdade, eu quero alguém que tenha assunto, alguém carinhoso, amoroso, afetuoso e que não me queira perfeita ou adequada a suas expectativas. Não quero dinheiro, não quero bens materiais, de outro alguém, ah, meu caro, de outra pessoa eu só quero amor! 
Procura-se alguém que seja exceção as regras que conheço, procura-se alguém que seja parecido comigo e que esteja à procura de alguém como eu. Opa! Mas eu nem estou procurando de verdade! Bem, procura-se alguém que já tenha deixado a procura ao acaso! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de outubro de 2013.

Imprevisíveis

Imprevisíveis 

 Nem só do que fez bem e do que foi bom é feita a saudade! O nosso coração esconde mais mistérios do que a nossa mente é capaz de desvelar. Somos realmente imprevisíveis! 
Quando me refiro à imprevisibilidade de nosso ser, digo que somos imprevisíveis, inclusive, para nós mesmos. Nós mesmos não somos capazes de mensurar no presente o que sentiremos falta no futuro. 
A saudade nos surpreende e, quando menos esperamos estamos sentindo falta do que, outrora, nos parecia ruim ou chato. Ocorre que a nossa mente acha algo ruim ou triste, mas nem sempre o nosso coração o encara com tanta antipatia. 
Às vezes, por algum motivo, por mais singelo que seja, a nossa alma capta algo de bom naquilo que nos parece ruim e, de repente, quando tudo passa e quando nos deparamos com situações piores, sentimos saudades do que antes não nos parecia ser tão bom. 
 O fato é que não a mal que sempre dure, nem bem que nunca termine. Sendo assim, quando o mal acaba e o bem termina o que era ruim pode nos parecer ser bom e o que era bom pode parecer não ser tão bom assim. 
 Nós interpretamos os fatos de acordo com o valor que atribuímos a eles no momento em que os encaramos. É, nós somos realmente, muito imprevisíveis! Mas, já disse o poeta, é a vida, é bonita e é bonita! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de outubro de 2013.

A batalha

A batalha 

 Eu acho que devemos batalhar pela racionalidade, creio que, se Deus nos deu a razão para nos diferenciar dos animais devemos tentar, a cada dia, aprimorar a nossa capacidade de "pensar sobre" e, sobretudo, de "pensar antes" de agirmos. 
 Devemos pensar muito antes de tomarmos qualquer atitude, devemos ponderar prós e contras e, em qualquer situação, tentarmos contar até dez, até mil, se necessário. 
 Talvez se a médica Kátia Vargas, que usou seu carro para colidir na moto e arremessar os corpos, matando, um casal de irmãos, após uma discussão no trânsito, tivesse pensado antes de agir não tivesse cometido o ato tresloucado que cometeu num momento em que a ira lhe dominou. 
 A ira, a raiva e a paixão são sentimentos fortes e, portanto, em doses exacerbadas nos fazem agir de forma animalesca- sem pensar, portanto, de forma errônea. 
 Logo, eu repito: compete a nós, ao menos tentarmos agir de forma racional e não passional para que não erremos e não "vitimemos" aos outros com nossa irracionalidade e não sejamos, no futuro, vítimas de más escolhas feitas no presente. 
Afinal, depois de escolhidas, depois de optarmos por um caminho, não adianta chorarmos, não adianta lastimarmos, já disse Francesco Carnelutti, "quem em pecado esta é perdido, Cristo perdoa, mas os homens não." 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 29 de outubro de 2013.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Mentirosos e orgulhosos

Mentirosos e orgulhosos 

Ninguém duvida que o Dr. House sempre esteve certo quando dizia que “todo mundo mente”, agora, que “todo mundo” me dê licença, mas tem gente que passa dos limites! 
Algumas pessoas não mentem, elas simplesmente têm alucinações! Elas devaneiam, elas partem para um mundo paralelo e acreditam que ele existe! Francamente, existem mentirosos patológicos. 
Eu tenho ojeriza à gente mentirosa! Tenho desprezo por quem menospreza a minha inteligência e o poder do decurso do tempo para mostrar a verdade sobre as imbecilidades que se esconde, se mascara ou se inventa. 
O problema é que eu gostaria de ser mais ousada, de usar o meu sarcasmo e desvelar as suas mentiras de forma triunfal, mas eu tenho dó, no fundo eu tenho um misto de asco e piedade. Eu sinto pena, muita pena. 
Como deve ser triste ter que mentir para sentir-se melhor na própria pele, como devem ser infelizes estas pessoas que não se contentam com o que são, com a vida que Deus lhe deu e precisam pintar outra imagem de si mesmos e de suas vidas, para os outros acreditarem e, assim, elas sentirem-se mais felizes! 
Então, eu tenho vergonha por elas, além de pena, e me calo. Quando descubro a verdade enrubesço em seu lugar e lastimo a sua infelicidade e, porque não dizer, o seu orgulho, porque pessoas mentirosas, de regra mentem para se enaltecerem. 
 Todavia, quanto a este tipo de gente, eu ando com intolerância total. Não aceito ter por perto ou em minha vida quem eu sei que come sardinha e faz de conta que degusta caviar, (salmão ou qualquer outra iguaria mais cara e mais "chique"! Com licença orgulhosos e mentirosos, eu posso apiedar-me de vocês, mas quero distância de sua mediocridade! 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 25 de outubro de 2013.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Discursadores

Discursadores 

Certo o meu pai quando diz: "papo até galinha tem". Falar é fácil, eu quero ver atitudes! É fácil falar que faz, que acontece, que é bom, que é competente, que é inteligente e bem dotado. 
Difícil é demonstrar calado que faz, que é realmente bom e eficiente, que é competente, que tem um QI avantajado e sabe sobre o que fala, não apenas tergiversa achando que engana bobos. 
Sou da opinião, porém de que quem fala muito, faz pouco, quem promete demais, cumpre "de menos". Pessoas boas, competentes, inteligentes, leais, legais, fiéis, amorosas e bondosas não precisam fazer propaganda, elas vão lá e demonstram o que são. 
Quem faz muito alarde, quem promete mundos e fundos, quem diz que faz demais, quem conta muitas vantagens, muitos “causos”, muita proeza, não tem muita credibilidade comigo. Gosto de homens de poucas palavras. A credibilidade das pessoas é inversamente proporcional a sua capacidade de discursar. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 24 de outubro de 2013.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Intolerante

Intolerante 

 Creio que a vida me tornou demasiado intolerante a pessoas grosseiras. Gosto de pessoas doces, bem educadas e gentis. Você pode me falar o que quiser desde que falei com respeito, com educação e com um jeito suave. 
 O que muda se me falar de forma grosseira? Nada, eu apenas não terei a mesma estima e o mesmo respeito por você. Isso talvez não tenha importância alguma para você, mas para mim tem: eu valorizo demais quem eu respeito, pelo contrário, quem eu não estimo. 
 Aprendi que algumas imbecilidades não merecem resposta que não seja o silêncio. Sabe aquele momento em que você está disperso, fazendo o seu dever e, de repente, fala algo e recebe uma resposta bruta como resposta? Pois é, os tolos revidam, os sábios calam. 
Aliás, feio não é ser ignorante, feio é ser ignorante e achar que é sábio! Feio é não ouvir a opinião alheia, não se dedicar a pesquisar a respeito, a se informar melhor e sair achando que as suas ideias de leitura superficial são melhores e, por isso, vale a pena dar “patada” nos miseráveis que pensam de forma diversa. 
 Enfim, tenho asco de gente grossa, de gente sem finesse, sem elegância, de gente que confunde sinceridade com estupidez, de gente que cruza a linha da boa educação e da classe em nome do que chamam de franqueza e nada mais é do que grosseria, frieza, falta de empatia. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 23 de outubro de 2013.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Fomentando o rendimento

Fomentando o rendimento 

 Empregado não precisa de sorrisos, de chazinho, de café, de agrados, empregado precisa de direitos trabalhistas respeitados, precisa de salário digno que fomente o seu rendimento. 
Na verdade o respeito às leis trabalhistas é, atualmente, a melhor forma de incentivar o seu rendimento. Vivemos numa época em que todos querem um contracheque bem feito para poder financiar a casa própria, se aposentar no tempo certo, comprar um automóvel, ficar “quites” com o Governo, enfim. 
Os direitos trabalhistas existem para seres respeitados e isso faz bem para o bolso do patrão e do empregado, só não sabe disso, ainda, o empregador que não sentiu o sabor amargo de uma boa reclamatória trabalhista em sua mesa. 
O que é de direito de empregado, que cumpre horário todos os dias e que está à disposição da empresa, é seu e ele vai conseguir haja o que houver. Não existe milagre que mude este fato. 
Aliás, contra fatos, inexistem argumentos, portanto, contrate um bom contador, assine as carteiras de trabalho de seus funcionários, pague-lhes bem, em dia e corretamente e você estará fazendo um milagre por sua empresa. 
 Ah, você dúvida? Então faça um teste, experimente isso com um empregado apenas. Você verá a diferença. Falo, porque já estive no papel de empregadora, já mudei o jeito de agir de um empresário e notei a diferença. Bom empregador não é o simpático, o querido, é o que cumpre o seu principal dever: respeitar os direitos trabalhistas do empregado. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de outubro de 2013.

Ser feliz

Ser feliz 

Ser feliz não é ter a vida perfeita, dinheiro no banco, um amor magnífico, a profissão rentável e bem sucedida, ser feliz não é ser imune a antidepressivos e assemelhados. 
 Ser feliz é conseguir sorrir e dormir em paz mesmo em meio a contrariedades e a imperfeições, ser feliz é sorrir espontaneamente mesmo tendo a consciência de que você e a sua vida passam longe da perfeição. 
Ser feliz é aprender a ser contente apesar dos próprios defeitos, das próprias dificuldades, dos próprios empasses e da própria sandice. Ser normal? Por quê? É raro e é chato! Um toque de anormalidade torna tudo mais divertido. 
Ser feliz é ser diferentemente alegre, diferentemente altruísta, diferentemente contente, diferentemente altivo, diferentemente feliz consigo mesmo! Ser feliz nada mais é do que sentir-se bem na própria pele, apesar dos defeitos que ela tenha, por dentro e por fora. 
As pessoas se iludem muito porque idealizam a felicidade e passam suas vidas na mediocridade do “eu quero ser feliz” e se esquecem de ser felizes, de viverem o momento e, principalmente, de darem valor ao que possuem, a quem são e ao que sentem. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 22 de outubro de 2013.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Chatos

Chatos 

Talvez você tenha o seu conceito pessoal daquilo que seja uma pessoa chata. O conceito de chatice varia conforme o que chateia cada um, pois vamos ao meu conceito do que é uma pessoa chata ou, mais especificamente, de quais são as suas características. 
Pessoas chatas são diferentes de pessoas más: nem todas pessoas chatas são más, mas quase todas pessoas más são um pouco chatas, enfim, seu egoísmo avantajado irrita qualquer um. Até um monge corre o risco de sentir-se irritado por uma pessoa demasiado egoísta e, consequentemente, chatíssima! 
 A pessoa pensa que a vida gira ao redor de seu umbigo, qualquer dor de barriga é motivo para fazer todo o mundo parar para ajudar-lhe a resolver os seus problemas e salvar-lhe a pele. Enfim, pouco se importa para o fato de que cada um tem os seus problemas e suas vidas intimas para cuidar. 
Gente que só fala “eu” é muito chata! Assim como gente apaixonada e sem noção! Convenhamos, a paixão é meiga até certo ponto, em demasia, se torna tediosa. “Porque o fulano é isso”, “porque ele disse aquilo”, “porque ele faz assim”, enfim, quando você só sabe falar de uma pessoa, corre o risco de tornar-se chato! 
Gente carente, gente que precisa de atenção, gente chorona, pegajosa, bem, todo mundo sabe que isso é chato pra caramba né!? Não tem Vivara, Victor Hugo nem Gucci que paguem uma pessoa possessiva, insegura e ciumenta indo ao seu encalço. 
Sim, eu disse “indo ao seu encalço”! Tem gente que não vai ao seu encontro, vai ao seu encalço, porque não parece querer lhe amar, mas se apropriar de você, não quer ser seu amigo, parceiro ou companheiro, mas proprietário. E, cá entre nós, ninguém deseja a companhia de uma pessoa assim, certo? 
Outro tipo de gente chata é aquela que não controla a própria ansiedade, que quer tudo pra ontem, que chega que nem um furacão agitando a tudo e a todos, que faz uma revolução e causa um mal estar em todo mundo com sua ansiedade, agitação e impaciência. Aliás, está ai a que vai ao topo na minha lista de coisas chatas e quase insuportáveis: a impaciência! 
Estou numa fase da vida em que gente impaciente me desatina, me dá urticaria, me causa mal estar físico, psíquico e mental. Não consigo conviver com gente que não tem paciência para lidar com gente, com quem não espera uma ligação telefônica, com quem grita por pouca coisa, com quem diz que ama, mas se irrita facilmente. 
Aliás, eu não gosto de pessoas muito “irritáveis”, não gosto de pessoas que perdem a calma por pouca coisa e, principalmente, não gosto de gritaria, embora não consiga deixar meu sangue frio diante de uma. 
Ele esquenta, ele ferve e até o copo da minha paciência transborda, então ocorre o inevitável: eu revido, eu me defendo, eu respondo e, porque não dizer, eu também grito, mas não nego, eu tremo depois. 
Tremo porque detesto situações chatas e, não posso deixar de dizer, eu não gosto de agir como uma pessoa chata, eu sinto vergonha de mim mesma por deixar-me levar por sentimentos tão vis como a raiva e a ira. Eu tremo de vergonha.
Cláudia de 
Marchi Sorriso/MT, 18 de outubro de 2013.

Os “bem sucedidos”

Os “bem sucedidos” 

 O homem bem sucedido de regra é o responsável, o “caxias”, o que tem tendência a se comprometer. Ou ele cria vínculos afetivos longos ou se casa relativamente cedo. 
Então, constituindo família ou estabelecendo uma relação duradoura ele tem seu suporte emocional: uma mulher que lhe dá carinho e atenção e fomenta seu instinto masculino de provedor, ainda que ele não precise sustenta-la. 
Logo, o homem batalha e não se torna um irresponsável que falta ao trabalho, porque ficou bebendo até altas horas com os amigos. Por outro lado, a mulher bem sucedida é aquela que, independente de seu amor, escolhe a si mesma. 
Ah, mas o namorado vai se mudar para outro Estado? Não importa, ela não abre mão de seu futuro e continua onde está batalhando pelo seu amanha melhor, então ela cresce profissionalmente, sem abrir mão de seu afeto, mas sem abdicar de sua carreira e de si mesma. 
Enfim, não sou feminista, tenho asco a “sexismo”, mas não posso negar que por trás de uma mulher bem sucedida tenha ela mesma ou, se ela for uma pessoa de sorte, um homem bondoso e caridoso, um homem que não seja ciumento, possessivo e inseguro e que, portanto, lhe impulsione a crescer, porém sem segundas intenções. 
Todavia, a regra geral é que exista apenas ela e sua força de vontade, ela e sua coragem para enfrentar seus medos, para passar por cima de saudade, de dores profundas e sentimentos nobres para construir um futuro promissor e ser verdadeiramente independente. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de outubro de 2013.


Trade-off

Trade-off 

Assim como na economia nós vivenciamos "trade-offs", ou seja, o "perde e ganha", aquela situação em que você abre mão de uma coisa para ter outra, em que você perde "de um lado" para ganhar noutro. 
Enfim, é o tal do "cada escolha, uma renúncia". Logo, para conhecermos um pouco o caráter de uma pessoa devemos analisar qual foram os seus "trade-offs". 
Uma mãe que abandona os seus filhos, contrariando o instinto maternal, em prol de um namorado, não pode ser muito bondosa e, cedo ou tarde, ela vai falhar com o sujeito que "escolheu", da mesma forma o pai que fica só e abandona os rebentos sem dar-lhes afeto ou sustento para terem uma vida digna. 
 É pelas escolhas e pelas renúncias que conhecemos o caráter de uma pessoa. Não existe forma melhor de conhecer alguém que não seja analisar as escolhas que a pessoa fez na vida, o caminho que ela seguiu trilhar. 
Nada diz mais sobre uma pessoa do que a estrada que ela trilha e o caminho que ela já seguiu, o solo onde a pessoa pisou diz mais dela do que a marca de seus próprios pés. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de outubro de 2013.

Apressados

Apressados 

 Às vezes é difícil controlar a si mesmo, você fica ansioso, quer plantar hoje e colher amanha, quer colocar a carne na brasa em um minuto e comê-la saborosa noutro, quer colocar a cerveja no freezer e bebe-la gelada em dez segundos! 
 É sexta-feira, você tem o final de semana inteiro para ficar em casa, mas você tem pressa para chegar, então você sai do trabalho no horário de pico, acelera o carro, dirige de forma imprudente, simplesmente porque você se sente ansioso para chegar a sua casa, mesmo que o “dolce far niente” esteja a lhe esperar! 
Neste afã pelo “não sei o que” as pessoas deixam de vivenciar até mesmo seus relacionamentos amorosos, é tudo vivido com pressa e às pressas, é tudo engolido e não degustado. Aliás, está faltando isto no mundo: a capacidade de apreciar as paisagens, sentir as experiências e degustar os sabores. 
 Enfim, você não vai a lugar algum, mas sente pressa, sente pressa até para sentir prazer, para aproveitar alguma coisa ou situação, sente tanta pressa que o momento "certo" nem é tão aproveitado quanto deveria ser. A paciência é uma virtude, pessoas apressadas ficam com qualquer companhia, se acomodam, colhem frutos verdes, comem carne crua, tomam cerveja quente e cometem infrações de trânsito. 
 Tenha em mente uma coisa: tente, pelo menos, ser paciente, porque de tanto tentar exercitar a paciência você terminará se tornando paciente, afinal a demora para isso será tanta que, quando ocorrer, você poderá se considerar um poço de paciência, logo, tentar terá valido a pena! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 18 de outubro de 2013.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Sangue quente!

Sangue quente! 

 Eu queria gostar mais de cerveja do que de vinho, mas não gosto. Meu sangue italiano fala mais alto. Ele também corre quente nas minhas veias. Amo intensamente, e também fico brava com fervura. 
Gesticulo, falo alto, esbravejo e fico terna num piscar de olhos, com uma taça de vinho, um beijo e um pedaço de queijo a paz se instala em meu lar. Eu sou assim, antinômica, quente, imprevisível, mas nada monótona. 
Todavia, tenho meu equilíbrio, detesto gente desequilibrada, gente insana, irracional, egoísta e maldosa. Nada tenho contra certo desequilíbrio desde que ele não seja maléfico ou maldoso, desde que ele seja como o ecletismo musical: variante, porém sempre vibrante. 
 Enfim, sempre variando, mas em boa energia. O que não gosto é de quem esta ruim hoje e “pior” amanha. Gosto de gente de astral elevado, de bom humor e alegria no coração! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 15 de outubro de 2013.

Fora da linha

Fora da linha 

Se não fosse a picanha gordinha, os porres tomados, a pizza do sábado, a maionese caseira, os doces comidos e certas extravasações a vida não seria tão graciosa. Não para mim. Gente certinha não combina comigo. Ou você anda descuidado ou não anda ao meu lado. 
Se não fosse a macarronada, o molho branco, o sorvete, o chocolate, a costela gorda, o açúcar e até o sal a vida também não seria tão divertida! Da mesma forma se não fosse o sol, a praia, a vida não seria tão bela, afinal das contas, com o perdão do Pedro Bial, mas nem só de filtro solar se faz a nossa vida, pelo contrário. 
A gente se diverte muito mais quando contraria as regras que nós mesmos nos impomos, a gente se diverte muito mais quando escapamos da dieta, quando compramos a roupa que sonhávamos e usamos aquele sapato que adoramos, mesmo que o salto seja alto demais para nossa lombar e lordose. 
Se é errado? Claro, a gente sabe, mas a gente ri, se sente bonito, se sente confortável ou enche o estomago como reis com aquilo que agrada o nosso paladar. Como é bom nos deliciar com o que gostamos! 
Saborear uma massa com um bom vinho! Um prazer inominável! Uma boa cerveja, uma porção de camarão! Um sorvete numa tarde de inverno! Sim, para contrariar as normas! E um cappuccino numa tarde de verão, quem disse que não pode?
Quem disse que não se deve satisfazer as próprias vontades de vez em quando? Quem disse que não é justo, quem anda na linha sempre, sair um pouco dela? Variar faz bem, errado é andar sempre fora da estrada, usar o acostamento uma vez não vai lhe matar e nem matar ninguém, afinal, presume-se que se for fazê-lo você não vai usá-lo! 
Com uma dose de razão qualquer emoção pode ser bem vivenciada, com uma dose de razão qualquer loucura é bem vinda. Basta pensar antes de agir e enfrentar as consequências, basta ser responsável pelo que se irá fazer a ponto de não se deixar martirizar pela culpa. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 16 de outubro de 2013.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

“Desejar profundo!”

“Desejar profundo!” 

 A sua vida não é fácil. A vida de pessoa alguma é fácil, mas se você for esperto, sábio e simples pode transformá-la em algo bom, depende de suas intenções! 
De repente você se pega só consigo mesmo, sente o sol quente na pele, a música tocando, os pássaros cantando sua canção e experimenta aquela sensação de felicidade genuína, sem razão e sem explicação alguma. Eis o momento em que ser você vale a pena! 
Felicidade: amor próprio, paz, liberdade, alegria e tranquilidade. Sim, você é feliz e há muito tempo você não era agraciado com essa sensação inocente, pura e doce, com essa sensação de estar desprendido de todo materialismo e de qualquer sentimento negativo! 
Logo, você percebe que tudo o que passou valeu a pena, que você está aonde sempre quis estar, que ser você é uma dádiva, que estar aonde você quer é uma benção merecida. 
Você já sorriu demais, já chorou demais, já se culpou, já se deprimiu, já se sentiu extremamente mal, deslocado e triste, até que, de repente, você resolveu pensar positivamente, resolveu agir e reagir e sua vida ganhou novas cores, então você se tornou uma pessoa melhor, mais contente e mais alegre. 
Simples? Não, nenhum pouco, mas valeu, foi bom, lhe realizou, lhe fez bem, lhe fez sorrir, lhe fez feliz, lhe fez compreender que embora nada seja fácil, tudo pode ser bom, desde que você seja sincero e deseje profundamente, como disse o grande Raul! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 14 de outubro de 2013.

Agradecer e preparar-se

Agradecer e preparar-se 

O problema do ser humano é que ele reza pedindo coisas boas e, não prepara-se para as coisas ruins, dificilmente agradece ao que tem e pensa que as coisas podem piorar e que o bom que Deus lhe deu pode ir embora. 
 Você que está emburrado porque a sua vida não é perfeita já parou para pensar que ela pode ser pior? Sim, ela também pode ser melhor, mas quanto a isso você não precisa se preocupar, com o que é bom você se acostuma em dois minutos, mas com o que é ruim? Não é nada fácil! 
 É preciso força, é preciso fé, é preciso, inclusive, preparo psíquico para não esmorecer e desistir de tudo. Enfim, as pessoas têm medo do fim de suas vidas, mas vivem como se fossem eternas: agem como se tudo não tivesse fim, não agradecem ao que têm e não demonstram dar valor ao que possuem. 
Todavia, quando perdem o que é bom se desesperam, enlouquecem e não se conformam, sendo que, quando tinham, nada faziam para demonstrar valor e respeito ao que era seu. 
 Orar não basta, agradecer é bom, mas agir é muito melhor, respeitar é fazer honra e jus ao que Deus lhe deu, portanto é sempre importante! Agir em honra ao que Ele lhe deu é prestar constante agradecimento! É de suma e vital importância. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 14 de outubro de 2013.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Seletiva sim, solitária não.

Seletiva sim, solitária não. 

 Eu posto foto do que concordo e do que discordo, com críticas, é claro! Se esta é a foto da mulher que resolveu esperar o "homem perfeito" sendo "esta" aquela que todos denominam como sendo a moça seletiva que não fica com qualquer um. 
Porque não colocar a foto da mulher gorda, que se empanturra de comida por ansiedade (forma de enganar a infelicidade), com a pele feia, cheia de rugas, pálpebras inchadas, chorando, "sorriso" amarelo e acompanhada de sua "pseudo-alma gêmea"? 
Eu não entendo, porque as pessoas têm este preconceito com quem opta por escolher demais e não "de menos". Juro que não compreendo! A propósito, para quem interessar possa: solidão não mata e lá por certa altura a gente se acostuma com ela, de forma que trocamos uma companhia razoável por um vinho "mais ou menos". 
Como mulher que espera o homem que lhe mereça, posso dizer que não morrerei na janela, mas deitada na minha cama, porque se tiver que ser, não precisarei ir atrás. 
 Aliás, eu não vou atrás de ninguém nesta minha vida que, diga-se de passagem, do jeito que está, vai muito bem! Pelo menos eu não preciso e não dependo de pessoa alguma e, sinceramente, entre o amor e a independência eu opto pela segunda. Creio que por isso esteja só. E só, ficarei. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 11 de outubro de 2013.

Maria Clara

Maria Clara 

Eis que o dia das crianças esta "aí"! Então, eu tenho este anjo de candura para iluminar meus pensamentos, para energizar a minha alma e tirar da minha a eterna sensação de ser só neste imenso mundo! 
Eu tenho a ela, e ela terá a mim e tudo que eu puder a ela oferecer, todo amor, todo o carinho, todo o afeto e todo o bem-estar! Se eu puder, Maria Clara, você terá tudo o que eu não tive e mais um pouco! 
Minha boneca, minha irmãzinha, agora que você esta iluminando este mundo com a sua formosura eu não preciso apreciar a beleza do Zeus (meu gato) para espairecer minha mente quando ela esta atabalhoada, cansada e estressada, basta ver as suas fotos, admirar a sua beleza, a sua candura, o seu sorriso, as suas curvinhas ("inhas"), e até a sua seriedade celestial! 
Você representa em minha vida o que cada criança neste mundo representa na vida dos adultos que tem a sorte de conviver com elas! Desejo, pois, antecipadamente, um feliz dia das crianças a todos e que não deixemos nossa doçura, nossa alegria, nosso riso solto, nosso bom humor, nossa alegria, enfim, nossa criança interior esmorecer nunca nesta vida. 
Afinal das contas, quando ela estiver querendo desanimar podemos fazer algo que elas não podem: abrir um bom vinho, pegar uma taça e brindar à vida! Para que ficar triste?! Basta viver um dia de cada vez, se hoje esta "mais ou menos", seja paciente, amanha pode ser excelente! (rima por conta da casa). 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 11 de outubro de 2013.

Cheguei

Cheguei 

Estou em um ponto da vida em que não me importo em como cheguei aonde estou, eu não me arrependo do que fiz, do que passei, do que enfrentei ou do quanto sofri. Todavia, como disse o sábio Chico Xavier: "Aos outros dou o direito de ser como sou, a mim dou o dever de ser cada dia melhor."
Importa que estou aonde sempre quis estar ou, ao menos, estou no caminho certo! Não me importa o caminho andado, a estrada percorrida, importa-me o momento presente, depois o destino, aonde irei chegar e o que usarei para chegar até lá. 
Importa-me a honestidade, o esforço, a dedicação, o empenho, as boas intenções, a transparência e a alegria que coloco em todos meus empreendimentos, em todas as minhas metas e no meu agir. 
Não minto, não iludo ninguém. Pode ser que eu seja dura, que eu seja estupida, que eu seja covarde, que eu suma sem dar satisfações por medo de ser sincera e ferir com palavras. 
Ser humilde não significa ser tolo, ser inteligente não significa ser orgulhoso, ser sábio não implica em arrogância, aliás, quando a prepotência e o orgulho entram pela janela a sabedoria foge pela porta. Sequer ser bom, significa ser perfeito! 
Logo, zelo para não confundir as virtudes, zelo para não virar uma pessoa prolixa, zelo para não me tornar uma chata arrogante e azeda, uma pessoa prepotente que acha que é sabia e, como tal, não cresce, não muda, não sai do lugar, porque acredita que sabe mais do que os outros, quando, só conhece o universo que se cinge ao próprio umbigo. 
E por que me importo com isso? Porque sei que ainda tenho muito caminho a percorrer e não quero me desvirtuar enquanto estiver trilhando o meu rumo, seguindo a minha vida que, sei bem eu, não vai terminar na próxima curva. Ou vai, mas não me importa, pois eu só quero que termine bem e que as lembranças deixadas sejam boas, ainda que extremas. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 11 de outubro de 2013.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Se eu fosse Deus

Se eu fosse Deus 

Eu acredito em Deus, não duvido de Sua existência, mas se eu fosse Ele, faria muita coisa de outra forma. Eu acredito Nele, mas sou humilde o suficiente para confessar a minha arrogância e dizer que eu tenho meus pontos de vista e, através deles, às vezes, eu vejo que algo eu faria de diferente.
 Não melhor, mas diferente e, com certeza, não agradaria a todos. Aliás, a parte mais difícil de ser Deus esta aí: nunca se agrada a todo mundo. Eu daria mais vida a quem quer e menos vida a quem pede. 
Eu não faria vitimas em acidente de transito, eu faria “culpados morrerem nos acidentes que causaram”. Eu não faria pessoas infiéis fazerem os outros chorar, eu faria os infiéis chorarem. 
Eu não permitiria que mulheres egoístas e egocêntricas, incapazes de ceder fossem capazes de ser mães. Eu daria a dádiva da maternidade para poucas, para raríssimas mulheres! 
Da mesma forma, no meu mundo só seria chamado de pai o homem que desse amor, mantença, educação, carinho, afeto e uma vida digna ao filho que faz. No mundo que eu criasse os papéis dentro de uma família seriam muito valorizados e toda hierarquia existiria para ser respeitada. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 10 de outubro de 2013.

Bem “eu”

Bem “eu” 

 Eu não disfarço e não me disfarço. Encho o copo, o prato, os olhos, esvazio os bolsos, esvazio o estomago, mas encho a mente! Mente vazia? Jamais! Sou a moça do copo cheio, sou a moça de pouca vergonha, mas de certos pudores, de decência bem moldada. 
 Sou a moça imprevisível que sente preguiça de sair de casa quando não ama, que não tem vontade de fazer nada que não seja por paixão. Sou a estranha no ninho, o ninho no lugar estranho, sou eu, enfim, e poucos se importam com isso, mas, quer saber? Estou bem assim, eu não me importo! 
Não me importo com o que pensam a meu respeito porque descobri que este é o primeiro passo rumo à insanidade: querer agradar a todos, ainda que sejam aqueles que me amam. 
Principio do prazer? Egoísmo? Não sei, não me interessa. Creio que o primeiro passo para ser feliz no amor é amar a si mesmo. Enfim, a dona desta vida do lado de cá sou eu e eu vivo “a” vivo como quiser, não me importam os olhares, as criticas e as reprimendas, quem paga as minhas contas sou eu. 
Se eu for ligar para o que os outros forem pensar não vou à missa, não vou à boate, não bebo leite, não bebo vinho, não lavo os cabelos, não sujo os cabelos, não uso vestido, não uso calça, não uso saia, não uso bermuda. Os outros nunca se contentam, os outros nunca estão felizes quando o assunto é a vida alheia. 
Quem vive pelos outros morre infeliz na própria vida, então eu revolvi apenas respeitá-los, mas jamais deixar de fazer o que me contenta em prol de pessoa alguma. Vida, cada um cuida da sua. Eu da minha e os outros das suas, eu não me intrometo nas deles, nem permito que eles se intrometam na minha. E ponto final. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 10 de outubro de 2013.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Inusitado

Inusitado 

 Outro dia eu me peguei falando “eu nunca sonhei com algo assim” e, de repente, nem meio segundo após minha afirmação eu me deparei com uma verdade: eu nunca sonhei com muita coisa. 
Não sou uma pessoa de muitos sonhos, não sou uma pessoa que cria muitas expectativas, que faz muitos planos, pelo contrário, sou demasiado simples em minhas aspirações. 
Acho que eu realmente sou o tipo de ser humano que vive um dia de cada vez, acho que, sem querer, sou imbuída do tal do “só por hoje”. Vivo cada momento e cada momento muito bem, obrigada. 
Talvez eu já tenha cultivado alguns sonhos afetivos, todos imersos em devaneios: casar-me virgem e antes dos 30 anos ter filhos. Nunca pensei demais numa carreira, no entanto sempre me “enxergava” altiva, independente, comandando minha vida, sem ter que baixar a cabeça para ninguém. 
Ou seja, uma incongruência imensa! Você, como mulher, não pode viver para a família e ser independente ao mesmo tempo, você vai ter que baixar a cabeça para o marido se depender dele financeiramente. Quem pode mais, sempre vai mandar mais. 
Se fosse para escolher dentre tudo o que já imaginei viver eu escolheria o que nunca imaginei, o hoje, o momento presente, a vida como ela se encaminhou, a minha vida como ela é agora, aquilo que nunca pensei que ela se tornaria ou viria a ser um dia. 
Sim, eu nunca sonhei viver algo assim, mas justamente por isso é tão bom vive-lo. O inusitado é doce, é surpreendente, é encantado e vale à pena, não custa lágrimas de desilusão, sai barato e deixa a gente extasiado! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 08 de outubro de 2013.

Gatos

Gatos 

 Não me discriminem! Não me julguem sem me conhecer! Eu sou como os seres humanos, vez que, dentre de tantos, sempre existem os dóceis, os amáveis, os queridos, os inteligentes, os leais, os fiéis e os que são os opostos a tudo isso. 
 Dentre todos os animais irracionais do mundo, não são apenas os cães que são sábios, nem só as águias, nós também somos sábios, inteligentes e fiéis, mas nós gostamos mesmo é de quem gosta da gente, nós temos um sexto sentido apurado e não gostamos de pessoas falsas e de quem sentimos que quer nos maltratar. 
 Existe algum mal nisso? Não, não existe. Nós somos como cães com faro apurado para ser humano safado. A gente ama com seletividade, a gente ama quem ama a gente e um dia vamos ser compreendidos, porque não existe nada de errado nisso. Nós somos o que o homem deveria ser: um ser inteligente o suficiente para dispensar quem não lhe prioriza ou respeita. 
 Já disse o sábio, Artur de Távola: "O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente ao nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba receber." 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 08 de outubro de 2013.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mal humorados

Mal humorados 

 Não existe gente feia, existe gente mal humorada! Enfim, a vida é curta demais para a gente desperdiçar nosso precioso tempo reclamando ao invés de vermos o lado bom do que acontece e sermos gratos por isso. 
 Reclamações não mudam nada, ou a gente age, ou calamos a boca e colocamos um sorriso nos lábios, porque essa é a forma mais barata de evitarmos rugas, bem como a necessidade de comermos chocolate desenfreadamente ou tomarmos altas doses de antidepressivos ou álcool. 
Gente mal humorada pode estar bem vestida, com perfume caro, carro do ano, roupa da moda e de marca, bolsa de grife, joias verdadeiras, enfim, pode andar coberta de ouro, pode ter o corpo dos sonhos de qualquer mortal, vai ser feia, enquanto for azeda! 
Gente com humor ruim já é chamada de azeda, porque é o oposto da doçura, então eu lhe pergunto, você prefere chupar um limão ou comer um pedaço de chocolate, ou uma fatia de melancia, um pedaço de maçã, um pedacinho de bolo? 
Adianta ser um suco decorado, com uma cor linda, numa embalagem atraente e ser amargo de doer? Não! Assim como não adianta ser bonito e ter a cara amarrada, o humor ruim, só reclamar, blasfemar e estar com a cara fechada toda manha como se tivesse acordado em velório de parente. 
Bom humor e leveza são tudo neste mundo. E eu não falo daquele humor seletivo, daquele humor de gente falsa, que sorri só para quem lhe convém. Eu falo de humor nato, de quem se sente bem na própria pele e deixa transparecer a alegria que sente por ser quem é! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 07 de outubro de 2013.

Sensibilidade

Sensibilidade 

 A questão não é o que você fala, tampouco suas boas intenções ao falar, a questão é o momento em que você fala e como suas palavras irão repercutir nos ouvidos alheios e no momento em que o outro está vivendo. 
 Logo, convém pensar antes de falar, convém se colocar no lugar do outro, convém analisar qual a situação que ele vive para, assim, não fazer de uma borboleta, um corvo. 
 Ou seja, algo que você pode dizer com a melhor das intenções sem ofender uma pessoa quando ela está sã, pode ser demasiado ofensivo se ela estiver adoentada ou numa situação em que esteja mais sensível. 
Aliás, a palavra de ordem para não sair ofendendo as pessoas “sem querer” é ter sensibilidade, é colocar-se no lugar do outro e, assim, não macular a moral e o animo alheios. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 07 de outubro de 2013.

Enquanto

Enquanto 

Tenho dificuldades em me adaptar a qualquer meio, porque gosto do meu meio. Não consigo dançar conforme a música, porque na minha festa eu gosto de ser dee jay. 
 É complicado ser como sou, é difícil e, não raras vezes, é triste, mas é quase impossível ser diferente, porque no fundo, eu não sou infeliz assim, eu apenas decepciono as pessoas que me querem diferente, mas não a mim.  
No fundo eu sou até feliz assim, complicada, complicadíssima, mas feliz nesta mesma proporção. Sou uma mulher de posições definidas e marcantes, sou uma pessoa de personalidade fortíssima. 
Não suporto falta de classe, falta de educação, não aceito gente enaltecendo o que não é tão grandioso, não aceito pessoas fazendo com que o razoável aparente ser excelente. Não gosto de ver gente se gabando, enfim! 
 Da mesma forma, irrito-me com pessoas vulgares, com quem fala vulgaridade, não me adapto em meio de pouca educação, de parca cultura, de deselegância, de gente despudorada e desclassificada. 
 Não me acho superior a ninguém, mas não acho, tão facilmente, ninguém melhor do que eu. Logo, não abaixo a cabeça para ninguém e, sinto informar, se for para baixar, será para quem eu admire intelectualmente, para quem eu ache intelectualmente admirável. 
 O fato é que enquanto a vida me afasta de muita gente, me aproxima de outras. Enquanto eu desprezo algumas pessoas, me encanto com outras, todavia, só deixo na minha existência quem se torna essencial para mim, quem precisa estar presente no meu mundo ainda que seja em meus pensamentos e em meu coração. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 07 de outubro de 2013.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O problema II

O problema II 

O problema do ser humano esta em desejar um mundo diferente sem antes querer mudar a si mesmo. É fácil querer que tudo ao nosso redor mude, é fácil, até mesmo, fazer planos para a mudança de tudo, difícil é reconhecer que, antes de tudo, quem precisa mudar somos nós. 
Precisamos aprender a ter mais paciência com as pessoas, precisamos compreender que, não raras vezes, nossa raiva é direcionada para pessoas erradas, para quem não nos causou mal algum. 
O atendente da companhia aérea não tem culpa pelo atraso do voo, o atendente do hotel não tem culpa se o encanamento do banheiro da sua suíte estragou, enfim. 
Precisamos aprender a sermos cordiais com quem apenas cumpre ordens e faz o seu melhor. É preciso diferenciar a obrigação de um autônomo com a de um empregado, é preciso diferenciar e, ainda assim, analisar o caso antes de perder a cabeça e colocar os pés pelas mãos. 
Da mesma maneira, precisamos de paciência, de muita paciência em nossas relações amorosas, todavia, uma coisa é certa, quando você começa a usar a sua dose “extra” de paciência com o seu companheiro é porque algo está errado, algo não está fluindo bem na relação. 
É preciso ter cuidado, é preciso cuidar da relação, mas até tolerância, quando usada em demasia, indicia que a relação esta rumando à bancarrota, do contrário, porque você estaria dando tanto de si a uma relação? 
Relacionamentos amorosos devem existir para ambos sentirem-se bem, para ambos serem felizes e, quando necessário, ambos cederem, ambos serem tolerantes, ambos serem pacientes, mas numa certa medida, não demais, não todos os dias, não frequentemente. 
 Uso de paciência e tolerância demais significa duas coisas: amor e afetuosidade de menos ou incômodos demais que podem significar amor unilateral, por exemplo. Situação triste em qualquer um dos casos. Mas mais triste ainda é insistir em relações fracassadas, enfim, relacionamentos que já morreram, mas ainda não foram velados. 
Enfim, o ser humano precisa mudar a si mesmo e aos seus paradigmas para ser feliz, é uma necessidade premente esta. Conceitos antiquados não levam a lugar algum, ou melhor, levam: ao da infelicidade, ao da frustração. 
Ninguém nasceu para completar você, para ser a sua cara metade, ninguém nasceu para fazer-lhe plenamente feliz 24 horas por dia, todavia, contentar-se com uma relação razoável apenas porque você sabe que perfeição não existe é tolice, é não ter fé em si mesmo. 
A vida é uma caixa de surpresas onde só sai ganhando quem tem coragem de colocar a mão dentro para pegar o próximo presente sem saber o que irá ser, só quem não tem medo do imprevisível se diverte e, ainda assim, escreve uma bela historia de vida. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 04 de outubro de 2013.

O pulo do gato

O pulo do gato
  
Você começa a aprender a viver quando se convence que as pessoas não são aquilo que aparentam ser. Se existe um "pulo do gato" para os seres humanos, eu diria que é este! 
Às vezes por trás da pessoa mais sorridente, mais prestativa, mais atenciosa se esconde a maior falsidade, a maior maldade e o maior egoísmo, enquanto, por trás do homem mais sério, esta o coração mais puro, a alma mais grandiosa. 
Não se surpreenda com o que você vê, não seja uma pessoa que se cinge a superficialidades, ao que esta no raso e não ao que esta no fundo. Seja uma pessoa profunda, seja alguém que vai além, muito além do que vê, porque é lá que a verdade habita. 
A verdade acerca de qualquer coisa se esconde onde praticamente ninguém busca, afinal as pessoas costumam crer apenas no que veem, elas não fazem questão de ir além disso ou de, meramente, esperar o ver para crer. 
Portanto, como eu disse este é o “pulo do gato” dos seres humanos! É isso que distingue um ser humano inocente e tolo de um esperto. É ai que a gente vê quem é mais esperto do que inteligente, na verdade.   Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 04 de outubro de 2013.

Desperdício

Desperdício 

Vejo que tem quem ache chique ser deselegante, ache elegante ser grosseiro, ache fino ser pouco educado, ache bonito ser vulgar e feio ser decente, elegante, fino e bonito. Tem de tudo neste mundo! 
Enquanto algumas pessoas perderam a vergonha na cara sinto que achei até a delas, porque ouço e vejo cada coisa que quem fica com a cara rachada de vergonha sou eu. 
O pior é que eu não vejo as pessoas se indignarem, se surpreenderem, se espantarem mais, é como eu disse, o feio virou bonito, e quando falo em feio eu não falo do aspecto estético, aliás, bom se fosse! 
Falo do aspecto moral, da elegância, da finesse, da educação, dos bons costumes. Se eu sou antiquada? Talvez, um pouco. Não me faço de santa, mas acho que têm horário e local para se conversar sobre tudo e em determinados locais certos assuntos são impertinentes. E nojentos. 
Enfim, como dito, ninguém estranha mais nada, a liberdade cedeu espaço a certa libertinagem, quem deveria ser livre tornou-se libertino, insano e inconsequente, enfim, o homem batalhou, lutou, conquistou o que queria e colocou tudo a perder, afinal, adquirir bens morais e não saber o que fazer com eles é desperdício na certa. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 04 de outubro de 2013.

Ignorantes

Ignorantes 

Eu compreendo e até tenho um pouquinho de empatia por pessoas ignorantes, porque elas não sabem quase nada sobre o que julgam saber tudo. Tenho certo dó com um pouco de ojeriza, porém. 
Não gosto de pessoas ignorantes ao meu redor, opinando sobre minha vida, meu proceder e meu pensar. E, Deus perdoe-me, posso não ter adquirido muitos bens nesta vida, mas o direito de escolher a quem vou chamar de amigo e em quem vou confiar eu tenho e ninguém irá me tirar! 
Gente que acha que quem faz isso é louco, quem toma aquilo é inconsequente, quem trabalha demais tem problemas, quem gosta de ficar em casa é solitário, quem gosta de companhia é carente, enfim, tenho nojo de quem julga o que desconhece, de quem vive sob a nevoa do desconhecimento e acha que esta sob a luz do “tudo saber”. 
Aliás, ninguém sabe tudo sobre tudo neste mundo, apenas os ignorantes pensam que acham, apenas eles conseguem ser tão tolos e toscos para crerem nisso, não por menos se diz que a ignorância é vizinha da maldade. 
Ela é. Seguidamente chamamos a pessoa ignorante de má, de maldosa, de ruim, de pérfida, sendo que ela é, apenas, ignorante, fala sobre o que desconhece, julga e critica o que não tem conhecimento e passa a vida assim, magoando as pessoas sem querer e ignorando a própria ignorância. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 04 de outubro de 2013.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Só por hoje

Só por hoje 

 Então eu resolvi que tudo ficaria bem. E tudo ficou bem. Muito bem. Otimamente bem. Tudo foi para o seu devido lugar e eu me coloquei no meu lugar, então tudo ficou organizado como sempre deveria ficar. 
Mas eu sei que não vai ser sempre assim. Eu sei que nada é estático. Eu sei que eu não sou estática, sei que sou como o mar, às vezes estou mansa, calma, às vezes estou forte, revolta. 
Às vezes sou fácil, outras vezes sou difícil, mas não mudo ao sabor do vento meramente, mudo anunciando chuvas fortes, tempestades, algo forte, algo sério. Não é um mero ventinho que me faz mudar. 
Todavia, quando mudo, não é uma mudança pequena ou imódica. Não é qualquer mudança simplória. Mas agora eu estou bem. Hoje eu estou bem e só por hoje eu ficarei bem. E só hoje me importa. 
Quem sabe não dê certo e só “por” amanha eu esteja bem? E de repente, só por depois de amanha eu esteja bem? Quem sabe o “só por hoje” não seja a salvação, quem sabe dar “passos de bebê” (baby steps) não ajude?! 
 Um por um, lentamente, devagar, sem pressa, uma conquista por vez? Vai saber?! Não custa tentar, afinal, uma coisa é certa, ser ansiosa e querer fazer tudo ao mesmo tempo, definitivamente não dá certo! 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 03 de outubro de 2013.

Maria Clara!

Maria Clara, anjo da vida da mana e do papai, um dia terei a honra de fazer do teu futuro algo mais lindo, mais belo e, quiçá, mais fácil e feliz do que o meu, porque, agora que eu tenho você em minha vida eu descobri uma sensação: a gente quer o melhor para quem a gente ama, a gente quer dar de nós mesmos para quem veio em nosso lugar, mesmo que não tenha "tomado" o nosso lugar. Não é difícil de se compreender, é, apenas complexo, porque o amor, embora compreendido por pessoas de alma simples é, em si, algo complexo. E eu te amo minha fofa, cópia minha anos e anos após, alegria do papai, felicidade da irmã mais velha, lindeza, fofura imensurável!






Tudo muda.

Tudo muda. 

 Tudo passa. Tudo muda. Nada é pra sempre. Nem o amor. Nem a dor. Nem a raiva. Nem o ódio. Nem o bem. Nem o mal. Nem a felicidade. Nem a alegria. Nem a tristeza. Viver bem é isso: lidar com a inconstância da vida. 
Nada permanece igual, nenhum relacionamento será, amanha idêntico ao que foi ontem, nem mesmo as pessoas são hoje as mesmas que foram ontem. Viver é mudar, é crescer é evoluir. 
Existe mudança até na “não mudança”, porque se enquanto tudo muda ao redor de alguém e este alguém não muda, significa que algo mudou, embora ele não tenha mudado. 
Ele não mudou, mas a vida ao seu redor mudou e isso o afetará de alguma forma, causará indignação, medo, raiva, pavor, algum sentimento que, até então, a pessoa não possuía. 
A vida pode ser tudo, menos estática, menos reta, menos óbvia, menos lógica, menos plausível, menos previsível. Todos na vida mudam. O mundo muda. A vida muda tudo e tudo nela muda. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 03 de outubro de 2013.

Homens de poucas palavras

Homens de poucas palavras 

 Eu desconfio de gente que fala demais. Desconfio de pessoas de muita lábia, de gente que fala coisas que soam agradáveis de mais aos meus ouvidos em todos os momentos. 
 Não gosto de gente estúpida e grosseira, todavia se tiver que escolher entre o grosso por ser demasiado franco e o "queridinho", fico com o "grosseiro", porque este, com certeza, tende a não ser falso, o que não significa que eu serei feliz ao seu lado, serei, apenas, menos iludida. 
 E se tem uma coisa que eu tenho ojeriza é sentir que estou sendo feita de tola, que estou sendo mais uma a cair na teia de uma pessoa que gosta de iludir as outras com frases feitas e palavras doces. Então que venha a sinceridade desagradável, assim eu saberei onde piso e, consequentemente, o momento certo de “virar em pernas” e sair correndo! 
O que pode não ocorrer quando a pessoa é falsa. Ninguém é imune a acreditar numa pessoa mentirosa e astuta, logo, todos podem cair em seu jogo e terminar se tornando suas vitimas, suas presas e, assim, se prejudicarem, se iludirem e sofrerem. Já disse Shakespeare: "Os homens de poucas palavras são os melhores.". E sempre serão. 
Por isso eu prefiro uma pessoa inconveniente pela franqueza, do que uma agradável pela falsidade. Antes grosso e verdadeiro do que doce e falso. Assim aqui onde estou como em qualquer lugar do mundo. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 03 de outubro de 2013.

"Monstros"

"Monstros" 

"Monstros" não nascem, "monstros" se criam sem a imposição de limites. Isso com as más pessoas, enfim com os sujeitos de personalidade pérfida, com os filhos, enfim, e, até mesmo, com os funcionários mal educados. 
 Quem determina a forma de agir de tais indivíduos é quem manda. Sempre foi e sempre será, em qualquer lugar do mundo, portanto, tenha cuidado antes de reclamar que seu filho ou qualquer subalterno seu está agindo de forma a contrariar o seu gosto. 
Quem o instruiu foi você, quem lhe deu liberdade demasiada também. É certo que todos nascem e chegam até nós com uma índole, algo imutável e, consequentemente, praticamente impossível de ser aprimorado ou piorado. 
Todavia, muito de nós, ou seja, a nossa personalidade, é determinada pela nossa criação, pela nossa educação e pela forma com que o meio nos influencia e com ele os nossos pais, os nossos professores, os nossos chefes. 
Logo, se ganhamos liberdade demais, tendemos, ainda que sem más intenções, a abusar dela. Tendemos a nos sentir donos do que não somos, porque nos deram liberdade para tanto, logo, nós não estamos errados, equivocados estão aqueles que nos cederam o que não era nosso de direito. 
Se isso tudo é simples? Não, não é, porque não é fácil saber que monstros se formam com a liberdade que você lhes dá: hoje você lhes comanda, amanha eles tentam lhe comandar e lhe ditar ordens, então chega o momento em que ou você se impõe ou você se rebaixa e, uma vez rebaixado, jamais no mesmo posto, não diante da obra que você mesmo criou. Infelizmente. 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 1º de outubro de 2013.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Faz de conta

Faz de conta 

É logico que não somos totalmente autênticos quando amamos. Cada ser humano é uma individualidade e, como tal, tende a repetir condutas, porque é do seu jeito ser desta ou daquela maneira, agir “assim” ou “assado”. 
Tudo isso é plenamente compreensível e aceitável, o que é excessivamente estranho é fazer dos atos uma repetição sequencial. Algo como: na primeira semana isso, na segunda aquilo, no primeiro mês faço aquele outro, no segundo mês “aquele outro aquilo” e assim sucessivamente. 
Talvez eu seja uma pessoa vaidosa e o fato de eu saber que a pessoa que está ao meu lado já fez o mesmo com “sabe se lá” quantas pessoas me frustra, ou, talvez, eu goste muito de espontaneidade, de autenticidade e, saber, posteriormente, que meu parceiro é um repetidor de atos, me decepcione ao extremo. 
O mais estranho é que esta decepção pode vir com toda força posteriormente ao término! De repente você termina e meses depois seu “ex” começa a namorar, então, graças as redes sociais você percebe que ele esta fazendo o mesmo que fez com você! 
Em pouco tempo apresentando aos mesmos parentes, em pouco tempo apresentando as mesmas pessoas, em pouco tempo de relacionamento ele esta agindo como se o “pra sempre” nunca fosse acabar. Se é da índole dele? Talvez, mas creio que nunca seja tarde para se tornar reservado e paciente, para colocar os pés no chão e deixar o tempo falar por si. 
Então vem o nojo, o desgosto, o desprezo, o asco, vem aquele tal de “como eu pude”, e o outro se torna uma visão abjeta de um passado do qual você se arrepende de ter vivenciado ao lado de uma pessoa tão vil, tão tola, tão imatura, tão fora da realidade! 
Não importa se ele era carinhoso, se era isso, se era aquilo, ele era assim com todas, por mais que dissesse que você era a exceção. Ele é do tipo que vive de amores. Amores que ele nutre com o seu melhor, até que se cansa ou até que eles se cansam de seu mundinho de “faz de conta”. 
Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 1º de outubro de 2013.

Seguindo em frente

Seguindo em frente 

 Tô ocupada demais cuidando da minha vida, do meu caminho e do meu equilíbrio para perder meu tempo dando atenção para atos tresloucados de gente que não me ama. E que eu também não amo. 
Estou entretida demais com meu trabalho, com minha leitura, com as contas que tenho para pagar, com as rezas que tenho que rezar para desperdiçar meu tempo dando atenção à gente que fala absurdos, que age insanamente e que eu não cultivo nenhum sentimento nobre por elas. 
Ademais, ainda por cima, elas têm a anuência e a parcimônia de quem deveria se impor perante suas grosserias. Logo, a estranha no ninho sou eu, então isso é o maior sinal de que devo continuar a fazer o que faço: ficar quieta e resignada no meu cantinho. 
Cuidando, portanto, única e exclusivamente da minha vidinha, afinal, ninguém paga as minhas contas, as minhas sessões de analise, os meus drinques nos finais de semana e as bolsas e sapatos caros que uso para erguer a “moral” quando nada ajuda muito. 
Fico na minha, afinal, como diz o ditado, você pode tomar cerveja, uísque, vodca, tequila, o que for, menos tomar conta da vida alheia, afinal cada um cuida da sua, embora seja difícil não reparar em alguns absurdos que a gente ouve e vê seguidamente ao nosso redor. Resta-nos pedir: “Senhor, dai-nos paciência, porque se nos der força ou aumentar a nossa inteligência a nossa história não irá terminar bem. Amém.” 
 Cláudia de Marchi 
 Sorriso/MT, 1º de outubro de 2013.