O problema II
O problema do ser humano esta em desejar um mundo diferente sem antes querer mudar a si mesmo. É fácil querer que tudo ao nosso redor mude, é fácil, até mesmo, fazer planos para a mudança de tudo, difícil é reconhecer que, antes de tudo, quem precisa mudar somos nós.
Precisamos aprender a ter mais paciência com as pessoas, precisamos compreender que, não raras vezes, nossa raiva é direcionada para pessoas erradas, para quem não nos causou mal algum.
O atendente da companhia aérea não tem culpa pelo atraso do voo, o atendente do hotel não tem culpa se o encanamento do banheiro da sua suíte estragou, enfim.
Precisamos aprender a sermos cordiais com quem apenas cumpre ordens e faz o seu melhor.
É preciso diferenciar a obrigação de um autônomo com a de um empregado, é preciso diferenciar e, ainda assim, analisar o caso antes de perder a cabeça e colocar os pés pelas mãos.
Da mesma maneira, precisamos de paciência, de muita paciência em nossas relações amorosas, todavia, uma coisa é certa, quando você começa a usar a sua dose “extra” de paciência com o seu companheiro é porque algo está errado, algo não está fluindo bem na relação.
É preciso ter cuidado, é preciso cuidar da relação, mas até tolerância, quando usada em demasia, indicia que a relação esta rumando à bancarrota, do contrário, porque você estaria dando tanto de si a uma relação?
Relacionamentos amorosos devem existir para ambos sentirem-se bem, para ambos serem felizes e, quando necessário, ambos cederem, ambos serem tolerantes, ambos serem pacientes, mas numa certa medida, não demais, não todos os dias, não frequentemente.
Uso de paciência e tolerância demais significa duas coisas: amor e afetuosidade de menos ou incômodos demais que podem significar amor unilateral, por exemplo. Situação triste em qualquer um dos casos. Mas mais triste ainda é insistir em relações fracassadas, enfim, relacionamentos que já morreram, mas ainda não foram velados.
Enfim, o ser humano precisa mudar a si mesmo e aos seus paradigmas para ser feliz, é uma necessidade premente esta. Conceitos antiquados não levam a lugar algum, ou melhor, levam: ao da infelicidade, ao da frustração.
Ninguém nasceu para completar você, para ser a sua cara metade, ninguém nasceu para fazer-lhe plenamente feliz 24 horas por dia, todavia, contentar-se com uma relação razoável apenas porque você sabe que perfeição não existe é tolice, é não ter fé em si mesmo.
A vida é uma caixa de surpresas onde só sai ganhando quem tem coragem de colocar a mão dentro para pegar o próximo presente sem saber o que irá ser, só quem não tem medo do imprevisível se diverte e, ainda assim, escreve uma bela historia de vida.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de outubro de 2013.
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