Inusitado
Outro dia eu me peguei falando “eu nunca sonhei com algo assim” e, de repente, nem meio segundo após minha afirmação eu me deparei com uma verdade: eu nunca sonhei com muita coisa.
Não sou uma pessoa de muitos sonhos, não sou uma pessoa que cria muitas expectativas, que faz muitos planos, pelo contrário, sou demasiado simples em minhas aspirações.
Acho que eu realmente sou o tipo de ser humano que vive um dia de cada vez, acho que, sem querer, sou imbuída do tal do “só por hoje”. Vivo cada momento e cada momento muito bem, obrigada.
Talvez eu já tenha cultivado alguns sonhos afetivos, todos imersos em devaneios: casar-me virgem e antes dos 30 anos ter filhos. Nunca pensei demais numa carreira, no entanto sempre me “enxergava” altiva, independente, comandando minha vida, sem ter que baixar a cabeça para ninguém.
Ou seja, uma incongruência imensa! Você, como mulher, não pode viver para a família e ser independente ao mesmo tempo, você vai ter que baixar a cabeça para o marido se depender dele financeiramente. Quem pode mais, sempre vai mandar mais.
Se fosse para escolher dentre tudo o que já imaginei viver eu escolheria o que nunca imaginei, o hoje, o momento presente, a vida como ela se encaminhou, a minha vida como ela é agora, aquilo que nunca pensei que ela se tornaria ou viria a ser um dia.
Sim, eu nunca sonhei viver algo assim, mas justamente por isso é tão bom vive-lo. O inusitado é doce, é surpreendente, é encantado e vale à pena, não custa lágrimas de desilusão, sai barato e deixa a gente extasiado!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 08 de outubro de 2013.
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