Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Aqueles que não dormem.

Aqueles que não dormem


Eu conheço gente que não dorme de noite. Gente que perde o sono, que toma remédios para dormir. Médicos chamam de ansiedade, eu duvido disso muitas vezes, afinal seguidamente meu corpo esquenta, fico ansiosa por alguma coisa, por algum desejo, mas eu durmo, ainda que vencida pelo cansaço ou lendo um livro enfadonho. Desconfio, pois daqueles que não dormem.
Quando a noite chega a solidão bate, não necessariamente em nossos corpos que podem estar desejosos por um par de pernas para enroscar as nossas, um braço para nos apertar, enfim não especificamente para nossa o nosso “eu consciente” e racional.
Quando a noite chega a nossa alma, a nossa consciência perde o entretimento, a fuga, ao menos, é claro que passemos uma noite vendo televisão, tomando vinho, ou algo assim. O fato é que ao fechar os olhos a janela de nossa alma se abre.
E quando ela abre não poucos visualizam o mal que estão fazendo ou que já fizeram na vida: O amor não dado, a falta de carinho, a desonestidade, o logro, o prejuízo ao amigo ou ao cliente, e tudo aquilo que todos sabem que é imoral, do que, inclusive, podem até se envergonhar, mas para “inglês” ver. Eles têm medo de serem descobertos, mas não tem decoro nem compaixão para deixar de fazer e é por isso que, no silêncio da noite, a sua consciência grita. A consciência é a voz de Deus latejando dentro do homem, é a voz Daquele que é justo e que deseja que ninguém faça ao outro o que não deseja para si mesmo.
Cuidado com aqueles que não conseguem dormir à noite, cuidado com quem coloca a cabeça ao travesseiro após um fatigante dia e não consegue dormir tranquilamente. Se o problema não for excesso de energia física acumulada, se o problema for, na verdade, ficar de olhos abertos “pensando e pensando”, é um mau sinal.
É sinal de passado sujo e presente poluído, porque os fatos podem passar, mas o Juiz de nossa consciência nunca deixa de tentar nos acordar, de tentar despertar a nossa moral, a nossa parte bondosa e ética, o nosso eu íntimo e escondido por trás de mil desculpas esfarrapadas para justificar o que obviamente se chama de “consciência pesada”.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 12 de maio de 2010.

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