Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sexta-feira, 21 de maio de 2010

"Vendo" nada se enxerga.

“Vendo” nada se enxerga.

Eu aprendi que “vendo” a gente não enxerga nada. Vendo de fora o infeliz é feliz, o enfermo é são, o maldoso é bondoso, o maldito é bendito. De longe o amargo parece doce, o feio parece bonito. É preciso sentir, é preciso usar as lentes da experiência e do coração para fazer um julgamento acertado sobre aquilo em cujo “meio” não estamos.
Só depois de sair do meio do aparentemente lindo é que a gente adquire a certeza de que quem julga de longe não vê absolutamente nada. “Ele é socialmente respeitado, ela é bonita, inteligente e tem uma carreira promissora, moram num palacete e ele serve carne em almoços para ela que é sempre uma das mais lindas dos elegantes bailes em que dançam e sorriem alegremente”. Que casal perfeito? Ledo engano.
As pessoas tendem a projetar para fora delas mesmas as esperanças de felicidade e alegria que deixam de injetar em suas próprias vidas e, assim, acham que os outros, “os arrumadinhos”, os “de fora” são felizes. Ah, mas eles aparentam ser?! Sim, mas quem é que vai chorar 24h por dia ou sair se degladiando em público? Ninguém, ou, “até certo ponto ninguém”, porque tudo que é ruim tende a piorar, daí, se esvai respeito, compaixão e tudo o resto.
As aparências enganam sim, e muito. E não tem casa perfeita, corpo sarado, fama, inteligência, sorriso bonito e beijo (bem) dado em público que desfaçam a verdade da vida entre quatro paredes, da vida como ela é, com seus pesares, onde num barraco no morro pode haver mais harmonia e amor do que num palácio.
Se você ainda acredita no que seus olhos vêem e no julgamento que você faz da vida alheia sem estar presente como as paredes de sua casa deixe seu ponto de vista para trás. Olhando, vendo com os olhos ninguém enxerga o pesar dos corações, ninguém enxerga o que só o dia a dia pode mostrar para quem se dispõe a ver a realidade.


Cláudia de Marchi

Wonderland, 21 de maio de 2010.

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