Bando de "traumatizados"
O convívio humano nos cobra algumas atitudes e a evolução de certas virtudes, em especial da paciência. O preço acaba custando caro quando observamos a contraprestação que obtemos, por outro lado, o crescimento e a "fortificação" interior não têm preço. Ser compreensivo e paciente é, sem dúvida, um dom que se adquire e lapida com o decurso da vida.
Uma das dorzinhas agudas que a gente sente é a da "generalização". A de nos sentirmos julgados e apreciados como maçãs na feira onde os cheiros se confundem e ninguém aprecia cada uma com seu formato - crêem que todas são iguais e possuem o mesmo gosto.
As pessoas, portanto, direcionam sua forma de julgar, seus medos e receios de acordo com as experiências que tiveram e indivíduos que conheceram. Uma boa forma de definir uma junção de pessoas neste século é chamar-lhes de "bando de traumatizados". Todos trazem seus "trauminhas", singelos, fortes, fracos, ou inabaláveis, todo vivente tem algum, esperto é quem não se rende a eles e mantém a racionalidade e perspicácia para separar os frutos podres dos bons.
Quer admitam, quer não, as pessoas além de experientes se tornam "traumatizadas". Elas levam consigo a força adquirida com as experiências, uma dose (nem sempre) mais avantajada de maturidade, e uma listinha de receios que tentam mascarar delas próprias. É algo inerente ao ser humano: Esta "listinha" condiz com a forma de pensar que passaram a ter depois do que viveram, depois de passar pelos portos que passaram, muitos acabam pressupondo a similitude entre os outrora visitados, e os desconhecidos.
Mas, infelizmente, os traumas que servem como antídoto para várias misérias, podem, também ser os algozes da vida humana se mostrando inúteis e vãos. E, ora, ora, vejam só, quando isso ocorre? Quando se encontram pessoas fora dos "paradigmas" formulados, quando se vive situações que se mostrarão bem diversas das outrora experimentadas. Dai, se os "trauminhas" forem fortes eles não terão utilidade alguma, podendo causar pequeninas mágoas naqueles que não merecem a generalização, que não merecem serem enquadrados na “lista intima que taxa as pessoas como estas sendo assim aquelas sendo assado”.
Por outro lado todos sabemos que levamos conosco marcas: As marcas das experiências que vivemos, daquilo que vimos, ouvimos e sentimos na pele, é fácil compreender, portanto, as "gafes" alheias, mas sempre podemos aprender e esperar que os outros aprendam que o único paradigma invariável na vida é o da morte e sua concretização sem tempo pré-estabelecido, de resto, toda "presunção taxativa" é iníqua e passível de erro, além de séria quando fere o brio de alguém que se crê injustiçado por ser diferente dos outros e não merecer levar estigma algum.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de novembro de 2006.
O convívio humano nos cobra algumas atitudes e a evolução de certas virtudes, em especial da paciência. O preço acaba custando caro quando observamos a contraprestação que obtemos, por outro lado, o crescimento e a "fortificação" interior não têm preço. Ser compreensivo e paciente é, sem dúvida, um dom que se adquire e lapida com o decurso da vida.
Uma das dorzinhas agudas que a gente sente é a da "generalização". A de nos sentirmos julgados e apreciados como maçãs na feira onde os cheiros se confundem e ninguém aprecia cada uma com seu formato - crêem que todas são iguais e possuem o mesmo gosto.
As pessoas, portanto, direcionam sua forma de julgar, seus medos e receios de acordo com as experiências que tiveram e indivíduos que conheceram. Uma boa forma de definir uma junção de pessoas neste século é chamar-lhes de "bando de traumatizados". Todos trazem seus "trauminhas", singelos, fortes, fracos, ou inabaláveis, todo vivente tem algum, esperto é quem não se rende a eles e mantém a racionalidade e perspicácia para separar os frutos podres dos bons.
Quer admitam, quer não, as pessoas além de experientes se tornam "traumatizadas". Elas levam consigo a força adquirida com as experiências, uma dose (nem sempre) mais avantajada de maturidade, e uma listinha de receios que tentam mascarar delas próprias. É algo inerente ao ser humano: Esta "listinha" condiz com a forma de pensar que passaram a ter depois do que viveram, depois de passar pelos portos que passaram, muitos acabam pressupondo a similitude entre os outrora visitados, e os desconhecidos.
Mas, infelizmente, os traumas que servem como antídoto para várias misérias, podem, também ser os algozes da vida humana se mostrando inúteis e vãos. E, ora, ora, vejam só, quando isso ocorre? Quando se encontram pessoas fora dos "paradigmas" formulados, quando se vive situações que se mostrarão bem diversas das outrora experimentadas. Dai, se os "trauminhas" forem fortes eles não terão utilidade alguma, podendo causar pequeninas mágoas naqueles que não merecem a generalização, que não merecem serem enquadrados na “lista intima que taxa as pessoas como estas sendo assim aquelas sendo assado”.
Por outro lado todos sabemos que levamos conosco marcas: As marcas das experiências que vivemos, daquilo que vimos, ouvimos e sentimos na pele, é fácil compreender, portanto, as "gafes" alheias, mas sempre podemos aprender e esperar que os outros aprendam que o único paradigma invariável na vida é o da morte e sua concretização sem tempo pré-estabelecido, de resto, toda "presunção taxativa" é iníqua e passível de erro, além de séria quando fere o brio de alguém que se crê injustiçado por ser diferente dos outros e não merecer levar estigma algum.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 03 de novembro de 2006.
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