Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 29 de maio de 2010

Paixão

Paixão

Não julgue o que os outros fazem quando estão apaixonados. Não critique, não tripudie, porque se você nunca se enganou estando apaixonado jamais estará livre de viver tal experiência. Se já viveu não esta apto a jogar pedras no telhado alheio, se nunca viveu irá criticar sem saber o que fala.
A paixão é um veneno fantasiado de salvação. A gente entrega o coração, a alma, nossas esperanças, nossos sonhos e os melhores sentimentos para aquele que julgamos merecer. Entregamos-nos sem perceber, sem notar que estamos agindo cegamente, nos perdemos um pouco de nós mesmos sem sentir.
Mas, chega um dia que a paixão cede lugar a razão e neste dia o chão sai debaixo de nossos pés e ficamos vagando. Vagando pelo mar do arrependimento, do sentimento de culpa por não termos “visto” tudo antes. Mas, do que adianta isso se o que nos cegava era o que acreditávamos estar nos levando ao paraíso? Era a paixão quem nos vendava a razão e sufocava nosso coração.
Então, para que e porque julgar os atos dos apaixonados? Se você que esta sóbrio, limpo, sem a droga chamada paixão consegue “ver” tenha certeza que os entorpecidos por ela nada mais enxergam além do que desejam. Uma vez caído no poço da ilusão a paixão vem afogar o iludido. É o sofrimento quem traz a escada da salvação verdadeira.
Ninguém esta livre do mal da paixão. Se existisse alguma vacina contra ela muitos a fariam, todavia a única vacina contra este mal é a maturidade, mãe da lucidez. Uma vez maduros o amor calmo e lento nos encanta, não mais a sensação entorpecente da paixão, todavia para amadurecer é preciso ter corrido o risco de cair, é preciso já ter se apaixonado alguma vez na vida.

Cláudia de Marchi

Wonderland, 29 de maio de 2010.

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