Os cães que latem e as pessoas que temem.
A afirmativa de que os cães que latem não mordem sempre me foi tão óbvia que nunca me suscitou vontade de refletir sobre ela. Até mesmo porque, é aparentemente tão "banal" como afirmar que as marcas de tombos e brincadeiras perigosas que fizemos quando crianças, e nos renderam cicatrizes, melhoram quando casarmos, quando criança não entendia se queriam me dizer que o casamento é um monstro que apaga as marcas físicas e cria embates mentais (acho que não, essa constatação é demasiado adulta, pesada e pessimista para "papais", "titios e titias" dizerem) ou se o matrimônio custaria tanto a chegar que minha pele se regeneraria até lá. Quanto a isso nada afirmo, mas minhas marcas continuam na pele, nos joelhos e nas outras partes do corpo que vitimizei com minha presunção de coragem e teimosia explícita...(até num "mata-burro" já cai teimando.Sempre teimando!)
Bem o apreço às afirmativas “sem graça” dá o oscar me maior relevância "à" dos cães, a aparente banalidade de que os cães que latem não mordem (como se não possuíssem dentes!) Na verdade, constatei, os cães que latem muito estão a demonstrar medo, estão demonstrando fragilidade, e se racionais fossem estariam mascarando conscientemente o medo e a insegurança inconsciente!
Muitas pessoas agem como esses cães. Falam, gritam, pulam, se exaltam com o ânimo de mostrar que "mandam", que são "bons" e que dirigem a situação sendo que na verdade nem os instintos de temor interno controlam...
Essas pessoas são os cães que latem e não mordem. São as que falam, mas não agem, as que pensam ser, mas não são. Aquelas que mascaram na falsidade a arrogância e o orgulho, que mascaram com a beleza, a insegurança e o vazio e demonstram força para esconder (as vezes de si mesmas) a fragilidade e o medo de sofrer e se frustrar em qualquer pretensão, quer seja pretensão de sucesso profissional, de conquistas financeiras, de encontros amorosos, ou de realização sexual.
Normalmente as pessoas "cães que latem e não mordem", são aquelas que trazem em sua alma alguma marca, alguma frustração passada, sendo que as "cães que latem", são, também , pessoas "gatos escaldados"? Sabem: “Gato escaldado tem medo de água fria”?
Portanto, as pessoas que sofreram alguma frustração, alguma marca na alma que às vezes nem avaliam o quanto o evento marcante deixou-lhes ensinamentos, e, seu orgulho faz-lhes crer que tais são os "mais certos" e adequados, e ainda que não passem de experiências infelizes, o indivíduo mascara-os como "paradigmas" se imergindo no medo de sofrer novamente e torna-se um "gato escaldado", covarde e pretensioso! E defende-se do medo com altos latidos!
A ira do cão é o medo latente. Normalmente, quando o medo nos invade, nos irritamos, nos descontrolamos. O medo de frustração pode ser tão grande que faz com que nossa raiva possa destruir nossas intenções positivas, exemplo de tal fato é o sentimento de ciúme que é uma das maneiras da pessoa "cão que late" manifestar-se.
Esta pessoa que, alguma vez já foi traída, ou sabe da dor de quem o foi, ao relacionar-se com outra pessoa, manifestará esse sentimento, e, quanto mais sua mente (fértil para sentimentos rancorosos) amedrontar-se com a possibilidade de perda, por exemplo, mais "raivosa" essa pessoa vai se tornar, agindo de forma a demonstrar-se estúpida e arrogante com o pobre indivíduo que é objeto de seu desejo e, portanto, de seu ciúme.Essa pessoa massacrará o relacionamento, detonará sua auto-estima, mas não agirá, não abandonará o outro: Irá latir, irá sofrer e fazer sofrer, mas não irá agir, nem para autocontrolar-se nem para findar o relacionamento possessivo, por que o medo da solidão se sobrepõe a qualquer outro em sua alma confusa pelos temeres vãos (ou nem tão vãos, mas certamente inúteis, porque se ter medo adiantasse ninguém viveria, ou melhor, todos morreriam como vegetais que respiram e se movem).
Por trás da pessoa "cão que late" e, conseqüentemente da pessoa "gato escaldado" esta muito mais o medo, a frustração e a covardia do que o amor, e a coragem. A auto-estima é baixa, e o orgulho e a pretensão de que as (más) experiências anteriores são o seu "modelo" de possibilidades e lhes levará a solidão, pois as marcas da alma do indivíduo que não cultiva bons pensamentos e coragem, não passam (nem com o casamento!) enquanto ele não abrir sua alma para as possibilidades diversas e dar-se a chance de ser feliz. Latindo (ou melhor, reclamando e esbravejando) menos e raciocinando mais.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 1º de maio de 2010.
A afirmativa de que os cães que latem não mordem sempre me foi tão óbvia que nunca me suscitou vontade de refletir sobre ela. Até mesmo porque, é aparentemente tão "banal" como afirmar que as marcas de tombos e brincadeiras perigosas que fizemos quando crianças, e nos renderam cicatrizes, melhoram quando casarmos, quando criança não entendia se queriam me dizer que o casamento é um monstro que apaga as marcas físicas e cria embates mentais (acho que não, essa constatação é demasiado adulta, pesada e pessimista para "papais", "titios e titias" dizerem) ou se o matrimônio custaria tanto a chegar que minha pele se regeneraria até lá. Quanto a isso nada afirmo, mas minhas marcas continuam na pele, nos joelhos e nas outras partes do corpo que vitimizei com minha presunção de coragem e teimosia explícita...(até num "mata-burro" já cai teimando.Sempre teimando!)
Bem o apreço às afirmativas “sem graça” dá o oscar me maior relevância "à" dos cães, a aparente banalidade de que os cães que latem não mordem (como se não possuíssem dentes!) Na verdade, constatei, os cães que latem muito estão a demonstrar medo, estão demonstrando fragilidade, e se racionais fossem estariam mascarando conscientemente o medo e a insegurança inconsciente!
Muitas pessoas agem como esses cães. Falam, gritam, pulam, se exaltam com o ânimo de mostrar que "mandam", que são "bons" e que dirigem a situação sendo que na verdade nem os instintos de temor interno controlam...
Essas pessoas são os cães que latem e não mordem. São as que falam, mas não agem, as que pensam ser, mas não são. Aquelas que mascaram na falsidade a arrogância e o orgulho, que mascaram com a beleza, a insegurança e o vazio e demonstram força para esconder (as vezes de si mesmas) a fragilidade e o medo de sofrer e se frustrar em qualquer pretensão, quer seja pretensão de sucesso profissional, de conquistas financeiras, de encontros amorosos, ou de realização sexual.
Normalmente as pessoas "cães que latem e não mordem", são aquelas que trazem em sua alma alguma marca, alguma frustração passada, sendo que as "cães que latem", são, também , pessoas "gatos escaldados"? Sabem: “Gato escaldado tem medo de água fria”?
Portanto, as pessoas que sofreram alguma frustração, alguma marca na alma que às vezes nem avaliam o quanto o evento marcante deixou-lhes ensinamentos, e, seu orgulho faz-lhes crer que tais são os "mais certos" e adequados, e ainda que não passem de experiências infelizes, o indivíduo mascara-os como "paradigmas" se imergindo no medo de sofrer novamente e torna-se um "gato escaldado", covarde e pretensioso! E defende-se do medo com altos latidos!
A ira do cão é o medo latente. Normalmente, quando o medo nos invade, nos irritamos, nos descontrolamos. O medo de frustração pode ser tão grande que faz com que nossa raiva possa destruir nossas intenções positivas, exemplo de tal fato é o sentimento de ciúme que é uma das maneiras da pessoa "cão que late" manifestar-se.
Esta pessoa que, alguma vez já foi traída, ou sabe da dor de quem o foi, ao relacionar-se com outra pessoa, manifestará esse sentimento, e, quanto mais sua mente (fértil para sentimentos rancorosos) amedrontar-se com a possibilidade de perda, por exemplo, mais "raivosa" essa pessoa vai se tornar, agindo de forma a demonstrar-se estúpida e arrogante com o pobre indivíduo que é objeto de seu desejo e, portanto, de seu ciúme.Essa pessoa massacrará o relacionamento, detonará sua auto-estima, mas não agirá, não abandonará o outro: Irá latir, irá sofrer e fazer sofrer, mas não irá agir, nem para autocontrolar-se nem para findar o relacionamento possessivo, por que o medo da solidão se sobrepõe a qualquer outro em sua alma confusa pelos temeres vãos (ou nem tão vãos, mas certamente inúteis, porque se ter medo adiantasse ninguém viveria, ou melhor, todos morreriam como vegetais que respiram e se movem).
Por trás da pessoa "cão que late" e, conseqüentemente da pessoa "gato escaldado" esta muito mais o medo, a frustração e a covardia do que o amor, e a coragem. A auto-estima é baixa, e o orgulho e a pretensão de que as (más) experiências anteriores são o seu "modelo" de possibilidades e lhes levará a solidão, pois as marcas da alma do indivíduo que não cultiva bons pensamentos e coragem, não passam (nem com o casamento!) enquanto ele não abrir sua alma para as possibilidades diversas e dar-se a chance de ser feliz. Latindo (ou melhor, reclamando e esbravejando) menos e raciocinando mais.
Cláudia de Marchi
Wonderland, 1º de maio de 2010.
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