Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 4 de maio de 2010

Gente Boa

Gente Boa

Quem não conhece o tal "gente boa", aquele cara ou a mulher que é agradável, prestativo, sincero, educado, adorável, enfim, que é bom para todos, mas que vive numa situação "meia boca" na vida afetiva ou profissional?Existe muitos "gente boa" mundo afora. Gente boa para os outros e ruim para si mesmos.
Os adjetivos são bem definidos: é bom para "lá", e ruim para cá. Ruim porque não sabe o que quer, ou exige demais, ruim porque não amadureceu ou se tornou impaciente. Ruim por ser inocente não existe. Inocência é inocência e incompetência é incompetência e o que existe entre uma e outra pode caracterizar o "gente boa para os outros".
A palavra incompetência não é usada no sentido negativo, mas significando que falta capacidade, competência para se relacionar, por exemplo. Existem pessoas que são praticamente "cupidos" para os outros, mas que estão sempre sozinhas. E ninguém fica só em vão se além de ser gente boa para os outros é para si mesmo.
Fica só porque espera um príncipe encantado, chegando num cavalo branco: Lindo, loiro de olhos azuis ou o "típico" moreno, alto, bonito e sensual (com o adendo cada vez mais requerido pelas donzelas na atualidade: Rico, muito rico!) para resolver os "seus problemas". E, niente, nada de príncipes, de homem ideal (ademais, vai que o homem ideal surja, mas a fulana que lhe espera não seja a sua mulher ideal?Tudo que é muito "idealizado" foge da realidade e, por isso, não se concretiza).Dia após dia, noite após noite, restam suspiros de uma espera sem realização.
Via de regra a pessoa gente boa se atrapalha nos relacionamentos, profissionalmente a situação é mais material e se resolve com maior facilidade porque qualquer gente boa ruim para si muda neste aspecto quando o prejuízo surge, todavia, na vida afetiva não é tão fácil de se verificar o "preju" inerente à exigência demasiada ou a total falta de seletividade – Somente o passar dos anos, da vida, enfim, mostra o saldo negativo.
Bom mesmo é aprender a ser feliz, e para ser feliz não basta ser bom para os outros, é preciso ser bom para si mesmo. Tudo na vida é uma questão de equilíbrio, de "meio termo", e pensar em si mesmo não é egoísmo quando bem dosado, é uma questão de lógica, de previdência e de resguardo dos próprios sentimentos e felicidade. É uma questão de sobrevivência.
A melhor oração que um homem pode fazer não é o "Pai Nosso" ou rezar um terço, é viver bem, é ser bom para si mesmo, porque, se amando, se compreendendo, se descobrindo e sendo feliz ele será "gente boa" para o mundo e para a pessoa mais importante em sua vida- Ele próprio. Ser feliz nessa vida e goza - lá, racional e prudentemente, é o melhor ato de agradecimento aos deuses que se pode ter.
Religião nenhuma diz isso, mas não basta orar, é preciso ser contente com o que se tem e com o que se é, esse agradecimento sim possui valor imensurável. É preciso ser caridoso, ser bondoso, ser honesto e indulgente, mas, sobretudo, é preciso ser bom para si mesmo, pena da virtude se tornar hipocrisia e da bondade se tornar iníqua.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 11 de dezembro de 2006.

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