Memória boa e paixão ruim.
Eu consegui entender alguns dilemas da minha vida ao ler a reportagem da edição 300 da revista “Super Interessante”, de janeiro de 2012, sobre memória, percebi, pois que inúmeras vezes eu fui traída pelas minhas lembranças.
Nossa mente não se importa com a duração de nossos sentimentos, mas com a intensidade deles, por isso alguns segundos extasiantes podem marcar mais do que dias e horas mornas, sem “nada demais”.
Tal fato aliado a um sentimento forte que podemos sentir por alguém que não nos merece e estará feito o estrago: certa pessoa pode nos magoar, mas, em vista de nossa paixão, um agrado feito em um segundo pode ser mais marcante do que horas de indiferença, por exemplo.
Logo, não é você que é tolo, mas a sua memória aliada a paixão nutrida pela pessoa “errada” podem ser fatais para seu coração. Você supervalorizará os momentos de prazer, de alegria, de êxtase, de romance e, facilmente, esquecerá as horas de desalento. Logo, poderá “voltar” a ficar com quem lhe magoou olvidando dos maus momentos.
O negócio é amadurecer e se manter longe de quem lhe fere, por mais que existam segundos prazerosos ao seu lado. Valorize o todo e não a parte, por mais que sua mente guarde os momentos de maior intensidade. Às vezes é preciso vencer instintos e a si mesmo para manter sua paz de espírito e ser feliz.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 31 de dezembro de 2011.