Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 25 de dezembro de 2011

Paixão: glória e dor.

Paixão: glória e dor.


A paixão é o inferno do coração dos homens. Ela representa a dor, a ausência de atitude mesmo diante do que a razão não contesta: não devemos ficar, não devemos voltar, não devemos ceder, mas ficamos, voltamos e cedemos.
Diante de uma paixão arrebatadora a racionalidade não significa nada, ou melhor, ela perde sua serventia. O apaixonado sabe que não deve querer, sabe que não esta agindo corretamente quando cede ao seu instinto, sabe que deve ser mais forte, mas não consegue e, portanto, se entrega.
A paixão não existe para ser explicada e, por tal motivo, não merece ser sentida, não é uma experiência que deva ser almejada ou querida. Ela é um infortúnio na vida de uma pessoa boa, um acidente, um incidente, de regra, mais infeliz do que feliz.
Como todo percalço, como toda dificuldade, o ato de viver uma paixão dá a pessoa emoções fortes, experiências intensas, momentos raros, êxtase, felicidade momentânea, assim como uma droga, na medida em que ela anima, ela mata, ao mesmo tempo em que entusiasma, pisa no equilíbrio emocional do apaixonado que é, diante dela, um refém desarmado que vivencia grandes emoções mesmo quando não possui arbítrio nenhum sobre seu destino, sobre sua vida.
Como toda doença, como todo vicio, como todo mau momento a paixão oferece horas amenas, porém quando o homem consegue se fortalecer e vencê-la, quando suporta a abstinência do que, com o tempo, tornou-se um vício, ele adquire sabedoria que nenhuma pessoa, que não tenha passado por seus momentos de glória e dor, possa ter.
Enfim, mais sábio, mais maduro e mais forte o homem não volta a adoecer de paixão, com sua experiência ele aprende a se amar mais e, dos outros, só passa a aceitar o que for verdadeiro, o que for inteiramente bom, o que significa respeito, bom trato, entrega, transparência e amor. Mais puro e verdadeiro amor, o resto, para ele, é apenas o resto, sinônimo de nada. Nada mais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de dezembro de 2011.

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