Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Paciência e tolerância

Paciência e tolerância


Eu admiro a paciência, aliás, ser paciente ao extremo foi uma das melhores lições que aprendi até hoje. Não me refiro aquela “paciência” de achar “engarrafamento” de carros em dia de chuva algo “aprazível”, de “curtir” trafegar quilômetros atrás de uma carreta porque não posso ultrapassá-la, ou esperar mais de uma hora e meia para a pizza chegar à minha casa sem falar nenhum palavrão, por mais inocente que seja, ainda que só o meu gato ou os bancos do carro me “ouçam”.
Eu sou paciente com as pessoas que eu amo, com as pessoas que me interessam, com as pessoas que me amam, me conhecem, me respeitam e são sinceras comigo. Com estas pessoas eu sou um poço muito fundo de paciência, tendo compreende-las e relevar suas mancadas até onde o meu auto-respeito dá sinal de “stop” no “painel de controle” de minhas emoções.
Eis o momento em que desisto, acelero o motor da auto-estima e não olho para trás, inclusive, dependendo da circunstância, faço a poeira erguer para prejudicar o, agora, transeunte (vez que foi expulso do meu coração, o veiculo de meus sentimentos), afinal não sou santa. (Benzadeus!)
Não tenho ciúmes, confio em mim mesma, não desconfio de quase ninguém que julgo ser meu “amigo”, embora eu esteja tentando aprender a desconfiar mais das pessoas, haja vista a quantidade imensurável de seres humanos falsos que conheci, além daquelas pessoas interesseiras, maldosas, mentirosas, maliciosas e desocupadas que são os cânceres malignos das relações sociais e afetivas.
Fato é que minha tolerância é alta, minha capacidade de me colocar no lugar alheio e sentir compaixão são imensas, assim como minha paciência, coisas que você aprende na vida pelo amor,ou pela dor. Eu aprendi amando e sofrendo, vejam que antagonismo lindo! Pois é, e, como eu, muitas pessoas crescem moral e espiritualmente desta forma na vida: acreditando, admirando, amando, desacreditando, se frustrando, se magoando e se reerguendo com base na fé e na esperança.
De todo o sofrimento sempre resta o aprendizado, e eu, agradeço ao Criador do Universo por ter me tornado uma mulher muito segura de mim, muito tolerante e paciente, claro, apenas com quem eu acho que merece o meu prezar, o meu amor ou bem querer, do contrário eu seria louca, e não uma pessoa “relativamente” normal (afinal, o que é normal?) nesta imensa escola que é a vida.
Todavia, uma das lições que aprendi nos anos de exercício contínuo e exacerbado de paciência, da tolerância e da devoção foi a seguinte: Elas são boas virtudes para quem as possui, porém, quem “requer” seu exercício e a sua indulgência continuamente ou é psiquiatricamente enfermo ou não lhe ama, não lhe respeita e nem lhe merece. Contraditório, certo? Mas é a vida, meu caro, não adianta lamentar, é preciso ter coragem para viver, amar e ser feliz. Sem apostas, ok?!
Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 29 de junho de 2011.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Rebote da maldade

Rebote da maldade


A vida é realmente cômica, as pessoas mal intencionadas não passam por ela sem sentir o gosto amargo causado pelo “refluxo” de suas intenções sórdidas de usar o outro: enquanto acham que estão sendo espertos, estão sendo usados por alguém menos maldoso e mais inteligente do que eles.
Enquanto você acha que esta fazendo o mal para alguém, quem lhe faz mal é outra pessoa, enquanto você quer acreditar que esta conseguindo iludir uma pessoa esta mesma lhe faz de tolo, lhe tem como asno e lhe usa como tal, mas você “cheio de si”, não percebe, ou seja, achando que esta enganando alguém é você quem se engana. Porque merece, quem mandou ser maldoso?
Qualquer pessoa experiente na vida sabe que quem trai um amigo, pode trair você, quem trai a esposa com você, pode deixá-la, casar com você, e trocá-la por outra. Uma vez traidor, uma vez mentiroso, sempre traidor, sempre mentiroso, as pessoas não mudam, só envelhecem.
Certa estava minha mãe quando dizia que “quem vai atrás da ovelha para buscar a lã, termina tosquiado”. É o “efeito rebound” da maldade, ou seja, o efeito rebote das más intenções, da malícia e da frieza: você tem isso dentro de si, e volta em dobro nos atos alheios de quem lhe julga um fraco, um perfeito imbecil, mas que faz de conta que é tolo, para ter o prazer de rir da sua cara, enquanto você acha que é o “esperto” da história.
As pessoas que costumam se “fazer” de burras e inocentes são as mais espertas. Elas sabem de sua intenção sórdida, mas elas também têm uma intenção desprezível, de vingança, por exemplo, então, enquanto você lhe tira para tola, ela se aproveita e consegue o que quer de você, que lhe subestima, e, depois some da sua vida dando desculpas vãs nas quais você acredita, afinal você se superestima. É, minha gente, a vida é mesmo muito engraçada!


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 28 de junho de 2011.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sociedade psicopata II (ou A verdadeira indecência)

Sociedade Psicopata II




Eu gosto de gente, mas a vida me ensinou a ter mais medo delas do que de cobras e aranhas. Sim, superei minha aracnofobia por certa “fobia social”, ao ver quão malicioso, maldoso e falso o homem pode ser. Claro que confio em algumas pessoas: “numa amiga e meia”, na minha mãe e nas minhas 3 tias maternas. Sim, apenas nelas e nos meus gatos, o Eros e o Zeus, mas são bichos e não humanos, apesar de serem superiores a muitos que conheço.
Só o homem mata seu semelhante por ciúme, por inveja, por raiva, por medo, só o homem trai a confiança de quem lhe devota confidência, só o homem inventa “besteiras ofensivas” para liquidar com a “moral” de quem não confia mais nele, de quem deixou de ser seu “amigo”, por ter visto sua falsidade e maldade. Só o homem chama o amigo de “querido” enquanto morre de inveja e raiva por ele ser como “é”, aliás, só o homem se sente inferior aos outros e faz com que seus problemas de baixa estima firam corações bondosos.
Só o homem mente que ama para usar o outro, só o homem humilha e maltrata a pessoa que diz “amar”, só o homem inventa um “falso bom caráter” para se aproveitar de quem é confiável e puro de coração, e, no entanto, o ser humano é o único ser “racional” na natureza? Please, isso além de antagônico é assustador!
As pessoas são estranhas e a sociedade psicopata em que vivemos me espanta: as fofocas, aquela “mania” de um criticar a moral do outro como se estivesse “acima de qualquer erro”. Ora, minha gente, qualquer pessoa com mais de 25 anos já fez alguma coisa na vida que é “imoral, ilegal ou engorda”, como cantavam o Roberto e o Erasmo.
Se não fez nada de indecoroso, perigoso, se nunca se arriscou é porque esta longe de ter “vivido intensamente” e, cedo ou tarde, vai fazer. Vai terminar casamento ou trair a esposa, vai mudar de vida, vai sair viajar, vai transar com quem não lhe gosta, vai se embebedar, vai errar, gargalhar e chorar. Um dia vai, eu garanto. Quem passa a vida tomando água um dia vai querer tomar vinho, com toda certeza, é natural, é humano.
Decência é o que falta para as pessoas, em nossa sociedade enferma e sociopata, onde um grande problema é o falso moralismo: “A fulana transou com o cicrano sem nem saber o nome dele”, “aquela lá tem má fama”, “aquele solteirão é veado”. Isso não é indecente, falar da vida alheia, sim, não é nenhum pouco decente, de resto, nada que não macule a consciência de quem faz e não a de quem julga, (até mesmo porque ninguém deveria achar que pode julgar a vida alheia) é indecente.
Indecente é mentir para amigo, indecente é se relacionar com alguém por interesse, indecente é procurar dinheiro e não bondade nas pessoas, indecente é julgar sem conhecer, indecente é avaliar a “resposta” alheia sem pensar no que foi dito antes dela, indecente é crer que beleza vale mais que caráter e que um bando de gente vale mais que uns “poucos e bons”, indecente é falar mal de quem jantou com você, transou com você ou dormiu com você. Indecente é criticar quem nunca lhe fez mal e lhe deu confiança.
Indecência é ser humano, ou seja, é ser errante e achar que com mentiras e críticas esta malbaratando as virtudes alheias com êxito. Porque um homem realmente decente conhece o outro pelo convívio, pela honestidade, pela forma de olhar e não pelo que “ouve” a seu respeito, sem que com ele não tenha se relacionado por algum tempo e com sinceridade mútua. Afinal, é indecente enganar, iludir, tripudiar da inteligência alheia e não querer uma “resposta a altura”, é indecente e indecoroso se fazer de vitima da vida e dos outros.
Cláudia de Marchi



Passo Fundo, 27 de junho de 2011.

domingo, 26 de junho de 2011

As estradas

As estradas



A sua vida e seu coração tendem a não sofrer e se agoniar quando você segue por uma estrada reta e bem asfaltada, quando existe apenas este rumo sem que, no meio do caminho tranqüilo que você percorre, surjam trevos apontando a existência de outras estradas que lhe levam ao mesmo destino: a felicidade e, portanto lhe suscitem curiosidade e vontade de experimentá-las.
Pode ser que a vida em “linha reta” seja realmente monótona, mas ela faz bem para alguns, assim como a morte satisfaz aos covardes e aos sofredores que desejam o “descanso eterno“ (em sua vã visão da vida e da morte). Seus batimentos cardíacos, ou melhor, o monitor de seu coração apenas “fica” em linha reta quando seu coração pára de bater, quando ele morre.
Oscilações no meio do caminho podem ser entusiásticas e excitantes, fazem seu coração bater forte e você se sentir vivo, mesmo que para isso precise redobrar os cuidados nas curvas, trocar um pneu ou fazer paradas não esperadas, em alguns pontos da estrada que esta sendo conhecida.
É preciso que haja curvas em nossos caminhos, é preciso que existam morros, serras, paisagens diversificadas, o que é dispensável é se perder no caminho errado, ou, dentre duas estradas, optar, achando que esta fazendo uma boa escolha, pela mais perigosa, tortuosa e difícil. Eu usei a palavra “dispensável” e não “inútil”, porque tudo é útil e válido para quem deseja aprender, crescer e evoluir espiritual e materialmente na vida.
Todavia, você nunca vai saber qual das estradas era a melhor se você só pode optar por uma, lhe resta, pois a boa e velha imaginação, amiga dos artistas e inimiga dos dementes: se você ficar descontente com a estrada que optou por seguir tenderá a imaginar que a outra era melhor, o caminho mais florido, o asfalto reto, sem buracos e o destino mais próximo. Você imagina isso, e se tortura inutilmente.
Por que não aceitar que você não tinha como saber que estava optando pela estrada mais difícil? Por que não aceitar o fato de que você não pode adivinhar nada, que você erra tentando acertar e metade das lágrimas que derrama vida a fora é pela dor de, desejando o acerto, aferir o engano, o erro? Por que não resignar-se a sua condição de ser humano e aprender com os erros ao invés de cultivar pena de si mesmo e melancolia?
Arrependimento não mata, mas maltrata, não ajuda, apenas judia a alma, o coração. É preciso amadurecer, aprender com os erros e ter a consciência de que, mesmo escolhendo a estrada mais perigosa, você teve certo lucro: aprendeu a enfrentar riscos e perigos, se tornou mais forte, mais esperto.
Logo, quando for preciso fazer nova escolha terá mais sabedoria para escolher a estrada mais tranqüila, ou não reclamar de sua escolha se entender que o perigo pode ser instigante, porque a aventura é inimiga do tédio e cada fato que ocorre em sua vida lhe ensina algo.
Certo é que você pode ver as ocorrências de sua vida por um enfoque bom ou ruim, na realidade, você pode errar, se machucar, cair, mas só vai sofrer se não se perdoar, se não tiver humildade de espírito para aceitar as suas escolhas equivocadas, seus erros e suas gafes. Vale lembrar: você é humano, errar é comum, aprender com eles é uma benção.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de junho de 2011.

sábado, 25 de junho de 2011

Sociedade psicopata

Sociedade psicopata




“People are strange”, cantava Jim Morrison e sua fantástica banda (The Doors), fato é que as pessoas estão, para mim, parecendo cada dia mais estranhas, elas se perdem em sua hipocrisia, em suas falácias dissimuladas, em suas intenções escusas e ocultas, criando o que denominei de “sociedade psicopata”.
Na “sociedade psicopata” um engana o outro, as pessoas se usam por prazer, sem ter consideração alguma pelos sentimentos alheios, a pessoa mal intencionada engana uma pessoa boa, mas não suporta o revide, mesmo que proveniente de fofocas ou mentiras. As pessoas não têm vergonha de errar, de cometer crimes, adultério, ou coisas assemelhadas, elas só não querem que os outros saibam, não querem ser descobertas: o problema para elas não é errar, mas ter o erro exposto, é o que eu chamo de “vergonha desavergonhada”.
Aliás, as fofocas e a maledicência popular são terríveis, as pessoas gostam tanto de se exaltar humilhando ou descaracterizando as boas virtudes do outro que passam a crer que são superiores. Acreditam nas mentiras que inventam para si mesmas, bem eu falei em uma “sociedade psicopata”, lembra?
As características dos psicopatas estão contaminando uma maioria de pessoas e o mundo fica assim, “very strange”, exemplos daquelas são: uma ótima capacidade de persuasão, ausência de sentimento de culpa, “vitimismo” (eles nunca fazem nada errado, os outros sim, eles são as vítimas), fazer o bem apenas para os outros crerem em sua “bondade”, dissimulação, egoísmo crônico, dentre várias outras.
A inveja, a falsidade e a maldade de alguns me apavoram, todavia, o incrível é que as pessoas gostam e preferem crer na mentira negativa, porque daí elas enchem a boca para dizer que foram vitimas do “erro” alheio, por exemplo: se alguém lhe conta que “fulano” falou mal da sua pessoa, você crê. Mas se conta que determinada pessoa falou bem, você ignora, não dá bola. É a “cultura do negativismo”, onde o amor e o respeito entre os seres humanos esta se esvaindo aos poucos, de forma que nem o Morrison podia imaginar.
Essa sociedade onde as características dos parasitas sociais se espalharam, onde o jovem aprende a mentir para conseguir a “ex” do amigo dizendo que a valoriza e podem namorar, quando na verdade só quer se “vingar” inconscientemente do amigo “boa pinta”, onde as pessoas agem com malicia, maldade, onde a falsidade impera entre os amigos e um fala mal do outro pelas costas, onde a inveja dos frustrados reina e causa danos sérios aos inocentes, onde advogados roubam seus clientes olhando em seus olhos, esta errada, esta doente, quase em coma. O mundo esta na UTI.
É preciso ter fé e humor para viver nesta vida onde as pessoas maliciosas e maldosas ousam lhe dar “lição de moral”, onde as pessoas criticam e falam mal dos outros sem atentar para suas próprias características, defeitos e necessidade de aprimoramento espiritual. Na verdade, as pessoas esqueceram-se de seu lado espiritual e psíquico e só valorizam o “material”.
O materialismo, enfim o capitalismo supervalorizado transformou boa parte dos seres humanos em “máquinas” que se dedicam ao máximo para ganhar dinheiro, (olvidando da honestidade, em alguns casos) precisam de sexo para gastar a energia corporal e, para isso, podem enganar mulheres de boa-fé, e para dar risada e ver quem “tem mais dinheiro” ou “faturou mais gatas” se reúnem para encher a cara ou usar drogas.
Se foram os valores morais e éticos junto com a verdade, a franqueza, o interesse pelo outro por quem ele “é” e não pelo que ele possui. Nesta “sociedade psicopata” sobram poucas pessoas confiáveis, mas elas existem, e isso é uma verdade. Afinal das contas, neste mundo enfermo a verdade não é mais interessante, mas apenas aquilo que satisfaz o ouvinte ou que difame os demais. As pessoas acreditam no que querem conforme o que tem em seu coração e é daí que emergem muitos problemas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de junho de 2011.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

As fases da separação II

As fases da separação II


A nossa alma tem limites, as fases de nossa vida e de nossos relacionamentos são válidas e devem ser vividas, porque é com o erro que o homem cresce e passa para a próxima fase com mais sabedoria e ponderação.
É assim com as separações afetivas, com os casamentos que findam. Não importa se a idéia de se separar partiu ou não de você, ambos vão sofrer pelo mesmo motivo: a frustração.
A alma humana tem ojeriza à frustração, ela se contorce, se retorce, se fere e sangra de raiva e de arrependimento por ter “investido” sua essência em algo que não deu certo. Essa raiva devora seus nervos, lhe tira o sono, lhe agita o espírito.
Fato é que a vida do homem tem fases e o término de uma relação tem as suas: não adianta querer pulá-las, porque assim o fazendo, você deixa de aprender e crescer como deveria. As etapas são divinamente organizadas, como tudo na abaixo do céu.
A primeira fase, para ambos, o que desistiu e o que teve que anuir com a desistência da relação, é a da “negação”. A cada pontada de saudade você traz a mente um defeito, um erro do antigo parceiro, para amenizar sua dor. Você nega que sente falta, nega que estava acostumado, nega que sente saudade e, mais um pouco, nega que amou de verdade. Você nega, ameniza a dor, mas sofre igual, porque “só” quem não acredita na sua negação é a sua alma, sua essência. Ela sabe diferenciar o placebo da “negação” do remédio da “libertação”.
Seguida a esta fase vem a “dos excessos”, a fase do “aproveitar a vida de solteiro”, e ai começam as festa, bebedeiras, jantas, se perde a rotina, os hábitos saudáveis ficam de lado e o que interessa é “diversão” – no sentido que cada um compreende como sendo ela, uns mais exagerados e desregrados que outros, é claro.
A terceira fase é a do tédio, da “calmaria”, é nesta fase que você verifica se ama ou realmente não ama mais seu ex-parceiro. Você não acha mais graça nos bares, nas paqueras, nas festas, nos corpos bonitos exibidos por ai. Você se recorda da rotina tranqüila, romântica, mas ai vem o ponto decisivo: Você deseja tudo isso de volta com aquela pessoa ou vai se aventurar a continuar só e esperar um novo amor?
Enfim, chega a fase da “reconciliação ou da busca”, do marasmo, da espera e da fé. Da esperança de viver um novo e grande amor, um romance saudável, com alguém que se encaixe em você sexual, psíquica e moralmente, ou de voltar para os braços que outrora lhe abraçavam na “crença sertaneja” de que “cada volta é um recomeço”.
Nenhuma das fases passa sem que você cometa exageros, erros, equívocos, mas o certo é que você só vai saber o que realmente deseja ao final da terceira fase. Daí é viver, esperar e, quiçá, logo, logo recomeçar a amar, ou não.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 24 de junho de 2011.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Caia na real!

Caia na real!



Quer saber? Para toda pequena falha, nos dias de hoje, onde ora as pessoas parecem querer virar ermitãs, ora parecem querer amar e se entregar ao amor, qualquer erro durante a “fase de conhecimento” é perdoável, principalmente quando ela parece uma fogueira em noite enluarada. Pois bem, meus amigos orgulhosos: há perdão para qualquer equivoco na referida "fase"!
Ter um relacionamento saudável, conhecer uma pessoa parecida com você, leve, bem humorada, alto astral, sagaz, inteligente, ”caliente” é um desejo natural, mas imaginar o encontro perfeito, o “príncipe” no cavalo branco, e a “princesa” com ares de “virgem imaculada” é viajar pra longe da praia do realismo.
Algumas pessoas saem de uma relação, conhecem outra pessoa, se interessam profundamente, rola algo, de repente, cometem uma gafe. Sim, e daí? Vale a pena você ficar se culpando, se contorcendo em arrependimento depois de derramar o leite?
O problema do leite derramado lhe dá 3 opções: ou lamba o leite do chão, ou limpe a sujeira e abra uma outra caixa ou, se não tiver leite em casa, saia e vá naquela “super cafeteria” tomar seu café com leite e ver movimento. Pronto! Chorar em cima da sujeira não adianta e não resolve nada, aliás dependendo do solo onde o leite caiu pode azedar e feder posteriormente.
Logo, não se puna! Você não é perfeita, tem instintos e os segue quando lhe convém, bom caráter, quem lhe conhece sabe, auto-respeito, afinal, não fica com qualquer estúpido, é espontânea e incrivelmente sincera, viveu poucos amores, mas intensos, recém saiu de um casamento, não é interesseira nem vive em balada. Tudo se supera quando há um bem maior por trás da atração e simpatia, quando se deseja, pois.
Ah, e o “magoado”? Compaixão, habilidade de colocar-se no lugar do outro não são virtudes comuns, portanto caia na real minha filha! Se apaixone por quem as tem, por quem quer lhe entender, e não por quem se faz de vitima e ignora tudo o que você falou ou fez, como se você não fosse a pessoa especial que é. E você sabe que é, uma mulher para poucos.



Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 24 de junho de 2011.

Amor e necessidade

Amor e necessidade

Você não pode amar alguém de quem você “precisa”, ou melhor, necessidade e amor são vias opostas. A necessidade de alguém seja emocional, financeira ou psíquica é apenas carência, “falta de algo que o outro pode suprir”, interesse financeiro, enfim: o oposto do amor.
O amor é o complemento, é a junção, é a soma de dois corações sozinhos, aptos a se entregar, é a união de duas almas independentes e fortes que, unidas, se tornam inatingíveis, imbatíveis. O amor nasce da liberdade das almas, do livre arbítrio, da independência e da auto-resolução do homem.
Onde há “necessidade”, há interesses escusos, há pouco apreço por si mesmo, há tolerância exacerbada, servilismo, falta de auto-respeito. O amor perdoa, tolera, é paciente, mas independente: não se humilha, não suporta o insuportável e nem tolera o intolerável, não por muito tempo.
Só é capaz de viver uma relação amorosa sadia quem se ama, acima de tudo, logo, o amor não aceita humilhação, traição e desrespeito, enquanto a necessidade e a dependência afetiva ou financeira, por outro lado, acatam silentes, tudo o que possa lhes degradar.
O “necessitado” não vê degradação, ele vê “afeição”, ele não se importa com a humilhação quando consegue as migalhas de atenção e carinho das quais necessita. O amor é o mais nobre dos sentimentos, mas ele não aceita e nem perdoa tudo, porque acima do amor afetivo e interpessoal existe o amor próprio e este limita tudo, porque é ele quem dita a dignidade de um homem.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 23 de junho de 2011.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A âncora no barco da vida.


A âncora no barco da vida.

Devemos colocar nosso coração, nossa vontade, nossos anseios, nossos sentimentos mais puros em cada atitude e palavras ditas, pois nossa alma se eterniza conforme a intensidade que imprimimos ao nosso viver.
Não podemos viver superficialmente nossos relacionamentos porque temos medo de não lograrmos êxito ou termos a confiança traída, afinal qualquer fato que venha a nos frustrar serve, também para nos ensinar e fortalecer.
Para adentrarmos no oceano profundo da vida em nosso navio grandioso de intenções e desejos, devemos levar conosco a âncora que fará com que nos salvemos se algo inesperado acontecer e o navio estiver para afundar.
Devemos trabalhar com ânimo, ambicionar o sucesso, termos amigos que julguemos fiéis, amarmos quem nos desperta o palpitar do coração e o anseio de sua presença. Devemos colocar nosso sentimento de forma pura nos relacionamentos em geral, em nossos objetivos mais variados. Isso é viver, não é "levar" a existência estando apenas presente de corpo e não de alma na vida.
Dar a alma e sentimentos nos é possível, claro, mas sem esquecermos a âncora. Quem se esquece dela não é prevenido, não é ponderado e não podemos viver sem ponderação, afinal ela surge da incidência da razão quando a emoção tende a gritar mais alto.
Quem possui a âncora possui, ao lado do amor pelo outro, o amor por si mesmo e o respeito a seus valores, ao lado da ambição a certeza de que não se pode escravizar a ela, ao lado do carinho por um amigo a ciência de que às vezes ele será egoísta e poderá nos ferir.
A âncora nos ajudará a rir das decepções, e com elas aprendermos, mas não desistirmos de colocar emoção na vida. Não devemos deixar de navegar porque um dia o mar agitado nos fez temer suas profundezas. Devemos ir navegar, conhecer vários mares, ver lindas paisagens, corrermos o risco, mas levarmos a âncora, afinal não sobrevive quem se aproxima do navio ou nele viaja absorto, vive quem navega prudentemente e se envolve no clima das ondas do mar sem fim sob a luz do céu infinito.

Cláudia de Marchi

Minha mãe é minha vida.

Minha mãe é minha vida.


Eu poderia sobreviver sem dinheiro, sem comida, sem água, mas jamais viveria sem ar e sem a minha mãe. Ou melhor, chamá-la de mãe é ofender-lhe, porque até onde eu vejo, “mães” são aquelas que recebem presentes no seu dia, mas das quais os filhos escondem mais de 80% do que fazem na vida. A minha mãe é minha melhor amiga, uma irmã de alma, a minha metade.
Basta ela limpar minhas lágrimas, pedir-me para ter paciência, fé e compreensão “porque Deus sabe o momento certo para tudo”, que ela me alenta, me acalma a mente, como se fosse um anjo abençoado a consolar minha alma aturdida.
Para começar eu não faço segredos para a minha mãe. Sim, ela sabe de todos os fatos estranhos, imbecis, obscenos, indecorosos e tolos da minha vida. Os olhos da minha mãe refletem a minha vida, sabem tudo o que eu sei e fiz, conhecem minhas experiências e quem eu sou. Ninguém me conhece como ela, apesar de ser surpreendida, às vezes, mas quem mandou das à luz em abril, a uma ariana?
A minha mãe é a mulher mais forte, determinada e corajosa que eu conheço. Com o casamento de 27 anos terminado ela nunca chorou na minha frente, superou suas mágoas sozinha, porque sempre cuidou de mim praticamente só. Todavia, no momento mais difícil de sua vida eu estava namorando, me “amasiando” e, depois, casando, fora de sua casa, de sua cidade.
Minha mãe fez mais de 3 mudanças de residência, entre cidades, sem ajuda alguma, suportou o homem que sua filha escolheu sem nunca intrometer-se no relacionamento, mesmo quando via a filha minguar de dor e tomar overdose de ansiolíticos.
Minha melhor amiga não perdoou a traição que soube, mesmo que tivessem ocorrido várias, quando ela soube de uma, com certeza, ela teve brio, coragem e auto-estima: desistiu do casamento, pouco se importando com o julgamento da sociedade hipócrita e infeliz.
“Quando eu crescer” eu quero ser forte como minha mãe, altiva como ela, sincera, franca e honesta, cheia de brio e auto-respeito, pacifica como ela foi com a filha na sua pior fase. Dando apoio, força, negligenciado de si mesma para salvar a vida de sua filha que, humildemente reconhece, não merece a mãe perfeita que tem, mas também, não sabe viver sem ela. Minha mãe é minha vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de junho de 2011.

Há uma semana.

Há uma semana.


Hoje faz uma semana da ocorrência de um fato que me entristeceu demais, me marcou demais, um erro inominado e imensurável meu. Talvez a vítima já tenha esquecido, haja vista que hoje em dia as pessoas se acostumaram com instantes superficiais, porque da superfície nada passa, nada abate a alma.
Tal não é o meu caso. Eu levo tudo a sério, eu me entrego a tudo o que faço e somente a quem eu creia que merece mais do que meu corpo, mais do que minha superfície e sim minha atenção, carinho, confiança e respeito.
A dor não passa, sufoca. Um misto de sofrimento, vergonha e todos os piores sentimentos do mundo sufocam meu coração, apertam minha alma. Eu não tolero meus erros, minhas gafes, não quando elas são de todo estúpidas e sem sentido.
Nesses dias “pós-erros” a gente se torna um pouco do que sentimos: sufocados, doentes, descrentes, desesperançados, simplesmente porque fomos injustos quando não queríamos, não pensávamos, não podíamos, não deveríamos. Sentimo-nos, pois arruinados.
Embaixo da ruína da nossa vergonha, do nosso brio, do nosso carinho, do nosso afeto, fica soterrado nosso coração, tão sofrido, e, novamente, trucidado, por nós mesmos, afinal perdoar aos outros não é fácil, mas não é impossível (em especial quando mantemos uma distância saudável dos “perdoados”).
Perdoar a nós mesmos quando não encontramos explicação para nosso erro é quase desesperador, é algo que coloca nossa fé a prova, nossa sanidade na berlinda.
Desde meus 14 anos eu sou mestra em mecanismos de defesa (freudianos) do ego, mas eles não funcionam comigo, não quando me sinto culpada e não preciso enganar a ninguém, apenas a mim mesma. Sou honesta na vida, e comigo igualmente. Minha consciência é carrasca, é sádica.
Todavia, não sou masoquista, e sei que farei essa dor passar, é uma questão de tempo, de buscar a indulgência que tenho com os erros alheios e emprestar um pouco para mim, de seguir a vida e pensar que “para tudo há uma razão”, essas frases feitas pró-consolo, que na hora do desespero, adiantam um pouquinho.
A minha fé que, de regra é inabalável, é que fica ferida, afinal, porque uma pessoa que ora, que crê em Deus, que tenta ser justa sempre, pode ferir alguém de forma estapafúrdia? Estaria Deus ou meu anjo da guarda analisando a miséria da África naquele instante? Seria inveja, “olho gordo” e afins? Carecer-me-ia de uma folha de arruda atrás da orelha para poder viver minha vida como me apraz?
Nestes instantes de vergonha de mim mesma e de dor por arrependimento eu peço aos Deuses a oportunidade de magoar alguém “querendo”, com vontade de “pecar” com “p” maiúsculo, e de fazer sofrer quem deseja o meu mal, quem deseja minha tristeza, voluntariamente, é óbvio.
Afinal não costumo me arrepender do que eu faço, eu me entrego. Todavia, ter que amargar uma dor angustiante por ter feito ou dito algo que, para mim, nada vale, mas que corta o coração de quem ouve, é deprimente, muito deprimente.
Ah, mas será que corta mesmo o coração do, teoricamente, “magoado”? Não sei, não me importa, eu sei que eu tenho todos os sentimentos à flor da alma, à flor da pele, e eu sinto. Sinto muito.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de junho de 2011.

terça-feira, 21 de junho de 2011

De hoje em diante.

De hoje em diante.


Sabe aquele dia em que você acorda e vê a vida de “outro jeito”? E, de repente, você se dá conta que acordou assim porque no dia anterior, uma pessoa que deveria lhe respeitar, lhe tratar com dignidade e poderia ter compaixão com você, fala como se você fosse um “subalterno”, um ser inferior, esquecendo-se (na verdade nunca se lembrou) de todo o bem que à custa se sua própria vida você lhe fez.
Francamente? Eu prefiro ser odiada, ignorada, detestada, desprezada a contar com a piedade alheia. Eu não preciso de pena, estou onde estou porque quero, cometi erros porque achei que estivesse acertando, confiei em quem não devia porque me enganei, porque fui humana, carente e sentimental. Porque dei aos outros a confiança que eu sei que eu mereço. “Por que fui burra”, você deve estar pensando? Pode ser, o limite entre a bondade e a burrice é bastante tênue.
Tenho um cérebro ativo demais, um corpo saudável, independência financeira, inteligência, um grau dosado e saudável de esperteza e outro grau (infelizmente) avantajado de inocência, bondade e pureza. Sou imperfeita, mas sou feliz. Estou viva, o sofrimento não me matou, apesar de ter cortado alguns pedaços do meu coração, que eu mesma juntei colocando em seus lugares, e até onde sei, não tenho câncer nem nenhuma doença grave.
Pensando assim, passei a pensar em quem me fez mal, em quem se nega a honrar o que me deve, em quem nunca teve um pingo de gratidão por mim nem por ninguém que lhe ajudou, em quem nunca respeitou meus sonhos, em quem nunca teve paciência com o mais ínfimo dos meus erros, em quem já gritou comigo e me humilhou, em quem apenas me enganou e, de repente, pensei: “Por que eu tenho pena deste ser?”
Logo, eu percebi que ninguém merece pena desde que o Criador do Universo deu a cada pessoa o chamado “livre arbítrio”. Chega! Eu não terei mais pena de ninguém, apenas compaixão com quem eu sei que merece, afinal não consigo afastar este sentimento do meu coração.
Mas pena? Não, pena nunca mais. Cada um esta no lugar em que escolheu ficar, cada pessoa passa por males conforme seu merecimento e conforme a sua força para suportá-los. Uma vida cheia de erros, de desamor com quem não pediu para nascer, de falta de mea culpa, de egoísmo crônico, não é digna da minha piedade, nem da de ninguém.
De hoje em diante eu vou ter carinho por quem tem carinho por mim, de hoje em diante eu vou relevar as mancadas de quem consegue compreender as minhas, de hoje em diante eu vou olhar nos olhos de quem eu sei que não quer me enganar, de hoje em dia eu só darei atenção a quem me der. E, principalmente, de hoje em diante jamais sentirei pena de quem, tendo várias estradas, optou pela tortuosa, errada e fadada a desgraça, e, enfim, só vou amar quem me ama e demonstrar o que sente.
O resto? O resto que se dane e não ouse se aproximar de mim, porque de hoje em diante eu só terei paciência com quem já teve comigo, com quem sabe respeitar quem merece, por mais que seja errante e passível de equívocos. Chega de sofrer em vão por quem não me valoriza, nem nunca irá valorizar, por quem não me entende, e nem faz esforço para tanto.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de junho de 2011.

As sementes mal plantadas

As sementes mal plantadas

Lembro-me que, na minha adolescência, ouvia uma música do Cazuza chamada "Blues da Piedade" e que, em meus momentos de reflexão e revolta, conseguia nela adequar a forma de pensar e de agir do pai, da avó, de algumas tias e de amigas. Muitos, como minha sábia mãe jamais mereceriam ouvi-la em uma rádio brega no estilo "esta vai para você", no entanto, no decorrer destes mais de 12 anos aprendi que, infelizmente, muitos fazem jus à cafona dedicatória do "Blues".
Transcrevo trechos desta música que jamais esquecerei e que, lamentavelmente é suscitada em minha mente com freqüência posto as atitudes das "sementes mal plantadas" que existem no mundo e é, mais ou menos assim que a letra se inicia, num misto de doçura e rispidez: "Agora eu vou cantar pros miseráveis que vagam pelo mundo derrotados, pra essas sementes mal plantadas que já nascem com cara de abortadas, pras pessoas de alma bem pequena remoendo pequenos problemas querendo sempre aquilo que não têm, pra quem vê a luz mas não ilumina suas mini-certezas [...] Vamos pedir piedade Senhor, piedade pra essa gente careta e covarde, vamos pedir piedade Senhor, piedade lhes dê grandeza e um pouco de coragem" e lá pelos últimos estrofes dizia :"Quero cantar só para as pessoas fracas que tão no mundo e perderam a viagem...Vamos pedir piedade, Senhor...[...] Mais lamentável do que a pobreza, do que a miséria, do que a falta de estudo e cultura é a pobreza do espírito, é a pequenez da alma, é não ter a luz na mente para simplificar a vida e vê-la como ela realmente é: descomplicada, sendo que a vida feliz é como uma fruta doce que nos foi dada, mas que apenas cortando-a com a faca da coragem poderemos saborear seu sumo. É a coragem provinda da grandeza da alma que propicia o entendimento real de que não existe complicações na vida e nas situações cotidianas.
Quem complica a vida colocando empecilhos, fazendo de pequenas questões, de situações simples motivo de desespero e angústia somos nós, afinal o que é realmente difícil é a morte fora dela nada é um celeuma insolúvel e complicado, tudo depende de nossa ação e humildade de espírito. Muitos são, realmente, caretas e covardes que passam a vida (ou o que resta dela) remoendo pequenos problemas, não valorizando os bens que possuem: a saúde, a situação financeira regular, os amigos, os filhos, o namorado, o marido, enfim, imersos em suas pequenas questões esquecem-se de valorizar o que possuem e assim, serem felizes e contentes de forma que terminam por aniquilar com a tranqüilidade de quem lhes cerca.
As pessoas "sementes mal-plantadas" sabem que poderiam ser mais felizes se agissem de outra forma, enfim, como diria a música, eles vêem a luz, que, no entanto, não os faz mudar, não é suficiente para que superem suas "mini-certezas", suas convicções egoístas normalmente justificadas pela mais vil das alegações das almas pequenas: "Eu sou assim, ninguém pode ser perfeito”, ou, “nesta fase de minha vida não mudo mais". Ora, nunca é tarde para fazer com que a luz da sapiência incida tornando forte e corajosa a alma covarde e pequena de forma que evoluamos de acordo com o mundo mas continuemos firme em nossas convicções morais, afinal uma coisa não é incompatível com a outra.
Nunca é tarde para simplificar a vida, para "ganhar a viagem" feita ao mundo. Para passar a tirar o peso que é colocado onde não há, para parar de dificultar o que é simples e de superestimar o que é ínfimo. Nunca é tarde para fazer a dádiva da vida valer a pena, para excluir o que é inútil, os sentimentos negativos, os pseudoamores frustrados que existem na memória, as pequenas e injustificáveis implicâncias, a insegurança que gera o ciúme que só leva à infelicidade pessoal e alheia.
Muitos merecem a dedicatória do "Blues da Piedade", mas, se quiserem podem deixar de merecê-la. Basta querer mudar, evoluir, tendo a ciência de que nosso nascimento é como uma passagem que ganhamos para uma viagem que não sabemos quando termina, mas que, enquanto não finda temos a possibilidade de mudar o rumo, de ver novas paisagens e passar a admirar o que, durante muito tempo não tínhamos sensibilidade para assimilar.
Cabe a nós unicamente pedirmos piedade pela nossa ignorância, pela pequenez de nosso egoísmo, pela mesquinhez fruto de nosso orgulho tosco.Quem é humilde o suficiente para isso demonstra possuir um espírito livre, sabe que é um errante no mundo, mas que, se desejar crescer aprendendo com o que a vida ensina, e passando a vê-la além de "seus" pequenos problemas irá superar-se e supera-los, rompendo com os entraves que impõe à sua própria alegria e felicidade, afinal quem vive remoendo pequenas coisas, quem complica a vida demonstra pequenez de espírito e covardia de forma que, infelizmente, irá perder a viagem da vida.

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 20 de abril de 2005.

As lágrimas

As lágrimas

As lágrimas lavam nossa alma...
Chorar não é feio, não é motivo de vergonha. Choramos quando sentimos dor, muita dor física ou certa dor emocional com a qual não sabemos lidar.
Choramos porque, por mais que tentemos parecer fortes e insusceptíveis de abalos emocionais, nossa alma é frágil, nossos sentimentos são profundos. Doem na alma e as lágrimas escorrem pelo rosto.
Como a maioria dos fatos que envolvem emoções, mistificamos o choro: não devem os homens apiedarem-se das mulheres quando choram.Elas choram para lavar a tristeza, para retirar a máscara da ilusão e vestir a farda do aprendizado.
Não devemos impedir o choro da criança contrariada, ela tem o anseio inerente de ser satisfeita e quando não é chora. Se fizermos seus gostos formaremos um adulto fraco que não saberá lidar com as adversidades da vida.
Muitos homens e muitas mulheres voltarão atrás em resoluções por causa das lágrimas do outrora amado. Deixem-o chorar, as lágrimas trarão para eles um pouco de limpeza espiritual. Se sentires pena e voltares atrás estarão criando motivos para que formem um oceano de lágrimas futuramente, porque, no futuro a dor do término será maior.
Não me compadeço com lagrimas, é humano é natural chorar. O ser humano sente ânsia de chorar quando contrariado, o que não devemos é tentar impedir que chorem fazendo-lhes a vontade.
Deixemos chorar e compreendamos. Alguns possuem outras mágoas além das que alegam justificar o choro, portanto chorarão com mais facilidade. Choramos por mágoa, por raiva, por ódio, por medo,por tristeza. Enfim por qualquer emoção. Não choramos por amor ou por alegria, quando justificamos isso estamos chorando porque emocionados, por alguma lembrança boa e pela amargura melancólica que toda lembrança trás, afinal o que é lembrado não volta, assim omo as oportunidades perdidas que irão assombrar a casa de nossa memória.
Choramos assistindo a um filme porque estamos carentes e porque a história nos envolve, nos faz sentirmos identificados, nos emociona. Homens choram. E devem chorar, são humanos. Lembro-me de Jorge Amado que criou uma personagem com a qual eu sonhava ser, chamava-se "Tereza Batista", filha de todos os Orixás. Quem entende um pouco da cultura baiana se emociona com o romance e com os fatos da trama, ela dizia que "guerreira não chora".Tereza não chorava.Eu jamais serei como Tereza.
Ainda que guerreira as lágrimas “devem” surgir no silêncio para lavar a alma, para levar a amargura, o medo, e o sentimento de não ser suficientemente forte perante a vida, para o mar salgado do orgulho. Quando choramos nos desprendemos por um momento do orgulho. Chorar é nobre, é saudável, é necessário.É demasiadamente humano!

Cláudia de Marchi

Passo Fundo, 12 de abril de 2004.

Auto-ilusão

Auto-ilusão



As pessoas não entendem as loucuras que você faz em nome da paixão. Na verdade, você não chama isso que lhe ensandece de “paixão”, você chama de “amor”, afinal esta palavra nunca significará dor, sofrimento, angústia.
Você mesma não sabe que esta vivendo uma paixão insana, ou, no mais “doce” dos sentidos: um amor bandido. Um amor onde você doa, se empenha, se aprimora, e o outro apenas rouba suas energias, físicas e morais, é claro.
Mas o homem nasce com uma vontade gravada na alma: a de viver um grande e intenso amor. E é graças a esta sua “ambição” que você se decepciona, se frustra, lamenta e chora como Maria chorou pelo seu filho injustiçado e ardendo em dores.
Eu já sofri tudo o que uma mulher poderia agüentar por amor, por paixão, por uma deliciosa sensação “orgástica”, cármica e forte, que, na realidade, nunca apagou a dor da injustiça, das ofensas e da mágoa sofrida, por mais longe que eu tenha ido, por mais que eu tenha fugido. A verdade é que não existe lugar no mundo onde possamos deixar nosso coração tolo e enganado fora de nosso corpo e seguir a vida sem ele.
O interessante na vida é saber que, por mais que as pessoas tentem, imaginem ou fantasiem, elas nunca saberão quão doída e triste foi a sua dor, a sua mágoa. Ah, mas será que valeu a pena, será que valeram as lágrimas derramadas e toda a dor sofrida?
Eu digo que sim. Eu digo que nada ocorre por acaso e que por mais estraçalhado que seu coração saia de um relacionamento, você sempre poderá reunir seus pedaços, se fortificar, e sair desta situação muito mais forte, mais sapiente, mais serena e em paz do que quando entrou. Nada, absolutamente nada, ocorre neste mundo por acaso. Aceite este fato, triste ou não, mas aceite da forma que você conseguir.

Cláudia de Marchi




Passo Fundo, 21 de junho de 2011.

Superação

Superação
Eu não tenho muitas lições para ensinar com 29 anos de idade, todavia eu acho que sejam muitas experiências extasiantes e outras tristes, tendo em vista que eu jamais imaginei que eu fosse estar com a bagagem de vida que tenho com tal idade.
Todavia, de tanto sofrimento, de tanto esforço, de tanto amor, cá estou eu, viva, lutando e, porque não dizer, renascendo das cinzas, recomeçando do nada, porque de tudo o que fiz para melhorar, me dedicando à minha vida amorosa e conjugal, resultaram num “Nada” com “m” maiúsculo e ponto final.
De todas as pessoas que gostaram ou se interessaram por mim, nenhuma, ou seja, ninguém conseguiu me compreender, ninguém conseguiu me decifrar, o que me tornou uma “incógnita” mal estudada, por mais simples que eu seja. Hoje, ao menos, eu tento ser decifrada e compreendida, por quem, creio mereça a minha confiança.
Ninguém chora porque quer, ninguém sofre porque deseja. Eu sempre tentei fazer tudo dar certo, absolutamente tudo, para, quem sabe, chegar aquele dia em que a gente vai para o hospital, no mínimo 12 kg mais gorda, para dar a luz a um pequeno ser humano.
Mas tal idéia evaporou da minha mente quando, finalmente, constatei o fato de que as pessoas não mudam, por mais que digam (mintam?) que sim, elas apenas constroem outro prédio sob os mesmos pilares e normalmente o problema esta neles, logo, cedo ou tarde, o amor acaba ruindo de novo.
Ai, ai, talvez só Deus saiba, o quanto eu sofri! Tanta vida que abri mão e deixei no vácuo entre os 24 e os 29 anos. Tanta, mas tanta vida que nem eu mesma “dimensiono” tudo o que perdi, tudo que poderia ter sido diferente, mas não foi, nunca foi e nunca seria.
Tal pessoa não era a “pessoa certa”, eu sei que não era, mas era o sujeito pelo qual eu era apaixonada, pelo qual eu era capaz de fazer de tudo, pelo qual eu me doei tanto, para fazer dar certo, que terminei doente, psiquicamente enferma, carecendo de distancia, de uma nova cidade, de um novo Estado.
Dos meus males de saúde eu me curei, mas, e dos da alma, o que aconteceu com eles? Nada, apenas se transmutaram em um pouco de sabedoria, ou melhor, de aprendizado. O vazio continua lá, num vácuo de gestos errados e solidão. Muita solidão. Meu Deus! Será que alguém entende o que eu fiz e que deixei de lado por uma paixão doente? Só eu sei, sei que não valeu nada, mas sei que tenho tudo para um novo recomeço.
Ah, e o meu pai? Por favor, não me peça, porque metade dos erros cujo pano de fundo se denomina “carência”, e eu os cometi, se devem àquele senhor, que deixou da mulher que mais o amou e que abriu mão de sua vida, cujos erros eu quase repeti, para deixar sua existência terrena no vácuo entre o amor e a vontade de ser feliz e de acertar.
Todavia, apesar de tanta dor, não morremos, não nos perdemos, não nos entregamos a nenhum de nossos males, a nenhuma de nossas aflições, e agora, minha querida mamãe, estamos aqui: lutando, engolindo o amargo das lágrimas e do arrependimento, e fazendo tudo o que podemos para, desta vez, não errarmos, não arruinarmos nosso coração, tão puro, tão tolo, tão bobo!
Mas, apesar de todos os equívocos era, ou melhor, é, um coração destemido, um coração que ama e que jamais vai se entregar à dor, à amargura e ao medo de sofrer de novo. Tudo vai ser diferente, eu sei e você sabe, nossos anjos também: recomeçamos sem cometer os mesmos erros, ou, sequer, os “parecidos”. Afinal queríamos a felicidade plena, queríamos que tivesse dado certo, então “por que” e “para que” pensarmos no que já foi provado que eram equívocos, enganos e erros?
Vamos seguir adiante. Nova vida, novo relacionamento, novos ares, novo tempo, vesperança renovada, fé redistribuída, nada a temer, nada do que se intimidar, apenas muita coragem para renascermos e ressurgirmos altivas e imersas em sabedoria, conquistadas as custas da dor, que poucos sabem quão grave e triste foi
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de junho de 2011.

domingo, 19 de junho de 2011

Pense, pense e pense mais um pouco se for possível.

Pense, pense e pense mais um pouco se for possível.



Nunca pense que seu pensamento pode agradar à todos. De uma forma ou outra suas idéias irão colidir com a daqueles que você julga “importantes” e relevantes em sua vida. Quer uma idéia “aconselhadora”? Não ouse deixar seus pensamentos e ideais de lado em prol das pessoas que você ama. O amor implica em respeito e o respeito permite a manifestação de pensamentos, desde que, sejam pacíficos, racionais e coerentes.
O amor, portanto, tem dois princípios básicos: o da confiança, quase cega naqueles por quem seu coração bate mais forte, por quem seus instintos afloram e sua intuição “palpita” positivamente e um outro, não menos nobre e divino, o principio do respeito: cada um pensa o quer, como e porque deseja, logo não cabe a ninguém tripudiar das metas, dos sonhos e nem mesmo das frustrações alheias.
O amor enquanto sinônimo de respeito significa resignação, complacência, paciência, aceitação e, frise-se bem: não significa “concordância” plena ou “escravidão moral” com tudo o que o outro diz ou pensa, fosse a vida de tal forma, a palavra “respeito” não existiria e nem careceria existir.
Quem concorda com todos, inclusive com quem ama, apenas “por concordar” é infeliz, covarde e frustrado. Aceitar a opinião alheia para evitar fortes colisões de idéias e, quiçá, de opiniões, significa perda total da fé, do amor à Cristo e a si mesmo. Dar a sua opinião é sábio, mas brigar para que ela prevaleça é burrice. Calar-se em todos os momentos e nunca manifestar opiniões "diverergentes" é um “grande” atributo dos fracos, daqueles que não evoluem e nem sequer ajudam os outros a se aprimorarem espiritualmente.
Não querer discutir, silenciar ao invés de abrir a boca para discordar de quem ama, não significa personalidade fraca ou frágil, muito pelo contrário, é preciso ser forte, ter brio e coragem para respeitar ao invés de digladiar com alguém quando isso é desnecessário e, desta forma, continuar querendo ganhar e ter razão, você perde a sua, perde a razoabilidade, além da beleza e da bondade que possam inquinar seus pensamentos.
Cale-se e ganha muito. Cale-se e ganha a paz. Cale-se e ganhe a sabedoria. Cale-se e ganhe a razão, que irás perder ao discutir. Respeite as diferenças. Não existem idéias ou pensamentos maus ou ruins, cale-se e coloque o silêncio e as diferenças humanas na berlinda, seja racional, afetivo e esqueça-se de querer ser conveniente e bom com todos. Jesus Cristo foi, e terminou assassinado, cruelmente crucificado. Descubra a graça e a luz de ser você mesmo sem precisar se fantasiar de “capacho” para ser pisado.
Dê suas idéias educada e respeitosamente, com toda a certeza, são elas que podem mudar a energia de qualquer local e educação de seus freqüentadores. É preferível calar-se a brigar com quem lhe “chama” para a baixeza das agressões verbais e físicas.
Ademais, se gritar ajudasse a vencer batalhas não seriam necessárias a coragem, a fé, a força, a determinação e a esperança. Tente ser justo e correto com as pessoas, não lhes fazendo o que não gostaria que lhe fizessem, Tudo na vida parte deste princípio cristão que, se fosse seguido, o mundo não estaria caótico como, infelizmente esta, como realmente é.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 20 de junho de 2011.

Não julgue!!!

Não julgue!



Não julgue as pessoas pelas aparências e pelos atos “aparentes” delas. Você não lhes conhece, não sabe de seus princípios, de sua vida pouco usufruída, dos fardos que teve que carregar pela expectativa absurda dos pais, por exemplo.
O triste é que, nos dias de hoje, em que vigora a liberdade sexual de ambos os sexos (que virou libertinagem, quase ao ponto de levar à falência as zonas de meretrício), a impressão que tenho é que as pessoas têm interesse apenas em conhecer o outro física e sexualmente. Esqueceram-se do fundamental: do amor correspondido, do amor amigo, do amor “sacanagem- de bom”.
Sou uma mulher romântica, acredito no amor apesar de tudo que sofri, mas não consigo conceber, ou melhor, imaginar “uma transa” entre pessoas que não se interessam umas pelas outras, não consigo conceber nada que signifique “fazer por fazer”. Ou me dôo, e me entrego, ou fico em casa lendo, ouvindo músicas, assistindo filmes ou com minha mamãe, minha melhor amiga e companheira, tomando meu delicioso vinho, na companhia do meu gato persa Zeus e do Eros (quando não esta na clínica doentinho). Ademais, tudo melhora com a confiança (para os não enfermos psiquicamente), com o tempo de relacionamento se aprimora tendo em vista que a intimidade, o conhecimento mútuo e a confiança se aprimoram, portanto, neste mundo de expiações e seres imperfeitos ainda acredito no amor e nas pessoas que nele, também crêem.
A beleza do sexo é sua “intermediação” com o amor, é fazer com quem você esta envolvido, com quem lhe conquistou. Com quem lhe cativou, com quem, mesmo com a possibilidade de estar lhe enganando, conquistou sua confiança, assim sendo “vale tudo” entre quatro paredes, (e os vizinhos do apartamento abaixo do seu que preparem o diazepan, lexotan, rivotril, e toda espécie de benzodiazepínicos assemelhados, além de sedativos, para conseguir pegar no sono!) Sexo bom é o despudorado, mas ele se torna ótimo quando os parceiros interagem, se conhecem, sabem da história de vida um da outro, se respeitam, se entendem, se apaixonam, sem julgar ou tripudiar da história do parceiro.
Uma separação, um divórcio, muda por completo a forma com que você vê a vida e interpreta as linhas sinuosas do amor. Você sabe muito mais do que achava que sabia outrora, você descobre o que quer realmente, e, isso não ocorre apenas por pudor “excessivo”, “pseudopudor”, ou amor-próprio desfalcado, você, independente e emocionalmente equilibrado, só “vai para a cama” e se entrega para quem, por um motivo ou outro, lhe encantou e cativou, e vai com "certeza", porque quer, sem se importar com nada, afinal ninguém paga suas benditas contas.
“Ah, mas os homens mentem.” Isso é verdade e enganam quando lhe desejam, apenas para usufruir de seu belo corpo, mas assim como a vida lhe ensinou tal realidade deve ter lhe ensinado que para toda exceção, existe uma regra, por mais difícil que seja encontrá-la. Ademais, quem disse que quem só quer “o corpinho” não é a mulher? Hellooo! Estamos na pós-modernidade! Foi-se o tempo em que os homens "usavam" as mulheres, hoje em dia, a questão me parece bilateral.
Convém salientar que as pessoas, em geral, mentem em prol de “vantagens pessoais, sexuais ou emocionais”, é o caso da mulher interesseira, daquela que se faz de “santinha” para aparentar uma decência e um caráter que não possui. Santos não mentem, santos não se fazem de “especiais” (eles são, e ponto!). Eles não são frívolos e banais, agem com ética, vivacidade, humilde e silenciosamente. (Bem, este parágrafo é desnecessário, vez que não existe santo algum por aqui, todavia a espiritualidade me fascina. Escusas, meu caro leitor).
Por incrível que possa parecer, mas as mulheres puras e inexperientes são as que falam o que pensam, sem se flagrarem que sua afirmativa possa parecer vulgar, neste mundo de hipócritas crônicos, são, as que não vêem maldade, são as que confiam no que ouvem, são aquelas que acreditam no amor e não no poder aquisitivo como “mote” para a felicidade.
Enfim, homens e mulheres mentem, a questão é “para quem e por que”, fato é que, de regra, o fazem para o de indíviduo de coração mais puro, de alma mais bela e espírito virtuoso, cheio de fé e de vontade de amar. Assim como um serial killer, escolhe suas vitimas, os “falsos amantes”,escolhem seus "falsamente amados" para não precisarem se "estressar" com novas mentiras.
Cada pessoa tem seu jeito, sua personalidade, todavia não sei transar mais de uma vez com quem não quer me conhecer verdadeiramente ou namorar. Eu desisto e não repito o “capítulo” indecoroso. Eu quero alguém que me ame, e não um amante na cama. Prefiro a solidão a ser volúvel, prefiro ser solteira (separada judicialmente vida inteira, a entrar na “moda” de “fazer sexo com qualquer um”. Eu sou boa demais para isso, e me valorizo demais para entregar-me a qualquer sujeito. Sei o que faço, sempre soube e nunca me arrependi (nem me recordo a ultima vez que isso ocorreu). Sei de meus erros, peço desculpas, mas, como sou franca, azar de quem não me compreende e não as aceitar. Entretanto, eu nunca deixei ou haverei de deixar tentar, e ter fé no amor.
Você não é melhor ou pior se faz sexo com quem você não conhece muito desde que esteja decidida, desde que queira e desde que saiba que beijos não são "promessas" e caricias não são “atestados de eu amo você”. A gente sente quem quer nos amar, quem quer nos assumir como namorada, quem quer experimentar o paraíso ao nosso lado. A gente sente uma energia sobrenatural, enfim.
A questão cerne do assunto é confiar, a questão é a pessoa mostrar-se confiável, apesar do fato ( infeliz) de que as pessoas mentem, mas é melhor arriscar-se e verificar a verdade do que sai da boca do parceiro, é preciso ver com seus próprios olhos e alma o que é muito melhor do que seguir dando “corda para a “falação” do povo inútil que adora uma fofoca, para demonstrar que sabem falar e não são asnos anômalos de duas penas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 19 de junho de 2011.

sábado, 18 de junho de 2011

A ilusão falsa e o realismo impiedoso.

A ilusão falsa e o realismo impiedoso.


Eu sinto saudades da minha infância. Não nasci em berço de ouro, mas meus pais fizeram o possível para “folhá-lo”. Criança alegre, sorridente, ansiosa, com mil idéias na cabeça e pouquíssimas possibilidades de realizá-las. Sinto falta, unicamente, da minha pequena família unida, do meu pai comprando cigarros para minha mãe e pantufas para o inverno, brincando de esconde-esconde comigo. Eu sinto falta do que via, dos simples detalhes, e às vezes careço de tais ilusões porque, na verdade, o mundo adulto, machuca, dói.
Então, meu caro, não seríamos nós, seres humanos, realmente complexos? Choramos e lastimamos perdas reais, de emprego, de relacionamentos, da morte do bichinho de estimação, do avô que já estava senil, dentre outras situações compreensíveis. Todavia, são as doces lembranças e pequenas ilusões, que nos cortam a alma, que sangram nosso coração e estraçalham com nosso ego,( nosso “falso eu”).
Você, minha cara adolescente, não chora porque teu namoradinho ficou com outra, você chora porque estava iludida e achava que o jovem que mal saiu das fraldas era um “bom partido”, porque filho de família abastada (logo, poderia casar com a senhorita) afora isso, apenas lhe fazia sorrir e tinha um abdômen sarado (atributo típico, na maioria das vezes, dos que nada fazem, dos preguiçosos e vaidosos).
As pessoas choram por vários motivos, mas por trás de suas lágrimas esta ela, a altiva, a elegante, cheia de jóias, perfume e beleza: a ilusão. Com sua estirpe e docilidade ela lhe ajuda a, com base em seus sentimentos e pensamentos irreais (ou seriam “devaneosos”?), erguer castelos, erigir o jovem maconheiro a categoria de príncipe, e menosprezar os pais devotos a categoria de serviçais.
A vida é feita para quem vive com os dois pés no chão e o olhar adiante, não para quem olha somente para dentro de si (corrijo: “dentro, não” fora, para seu umbigo), buscando esperança onde ela não pode ser encontrada, paz onde só existem turbulências, acreditando no implausível.
A “realidade”, salva tudo e a todos os homens lúcidos, apesar de não se vestir com roupas chiques e adornos, ela “é o que é”, ela tem poder mesmo em sua simplicidade, tem energias, não trai, não ilude, não engana, não esnoba. Somente o homem devoto e forte é capaz de aprimorar sua realidade, desde que não caia nas unhas postiças da ilusão e suas comparsas: a vaidade, a arrogância e o orgulho,
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 18 de junho de 2011.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O tempo passa, apenas isso.

O tempo passa, apenas isso.




“É o que as pessoas dizem [que o tempo muda tudo]. Não é verdade. Fazer coisas é o que muda algo. Não fazer nada, deixa as coisas do jeito que eram.” Mais uma frase do meu amante televisivo, Dr, House.
Nossa relação é boa, eu não falo o que não devo com ele, não o magôo sem querer (até porque nosso affair é uma ficção), e sua franqueza me excita. Ele é fictício, o amante perfeito para uma especialista em afastar homens acidentalmente de sua vida.
Bem, voltando à frase inicial. O tempo como remédio para os males é a mentira dos hipócritas ao ver a dor ou o sofrimento de alguém querido no presente. Daí surge o “Tempo” como um “Deus” milagroso, para consertar a vida das pessoas.
O decurso do tempo causa alguns esquecimentos, alguns problemas de saúde, rugas, mas não muda nada na vida de quem não age, na vida de quem não se propõe a mudar, a recomeçar, a fazer “dar certo” seja o que for que objetive nesta vida.
O tempo é apenas algo que passa, que torna as pessoas mais velhas, que nem sempre amadurece os imaturos, que enobrece a alma dos humildes, que dá sabedoria a quem a procura.
Na verdade é a busca pelo aprimoramento moral e espiritual através do decurso do tempo que muda algumas vidas, porque aprimoramento físico inexiste. A cada dia que passa mais perto do fim da vida você chega, a questão é usufruir os bons momentos e tomar boas decisões para ser feliz, afinal como dizia o Toquinho e o Vinicius, “a gente mal nasce, começa a morrer”. Mas, seguindo sua composição, “sei lá,a vida tem sempre razão”.

Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de junho de 2011.

Eu queria ser infalível.

Eu queria ser infalível.


Eu queria ser infalível, eu queria nunca cometer gafes, me relacionar com quem não me preza ou confundir nomes quando estou adorando e entregue à pessoa que esta comigo, por alto teor alcoólico no sangue e dor na consciência, eu também, gostaria de nunca me atrapalhar e perder. Eu não gosto de perder, não na minha vida profissional, especialmente, e nem na afetiva.
Se tudo pode dar certo e uma falha idiota estraga tudo é porque a pessoa que deseja não lhe quer da mesma forma. Pessoas racionais e inteligentes perdoam, compreendem, ainda que se irritem, sofram, e se magoem, elas entendem o erro do semelhante, afinal, embora eu, você e muitas pessoas queiram ser infalíveis, ninguém é.
Para tanto existe a compaixão, o espírito solidário, a capacidade de se colocar no lugar do outro quando ele erra, e perceber que, às vezes, o equivocado sai mais ferido do que sua “vítima”, talvez por ser mais sensível, carente, talvez por estar mais envolvido ou por sentir culpa por ter errado.
As pessoas boas se culpam pelos seus erros, choram, lamuriam, se desprezam por certo tempo, mas o fato é que nenhuma dor dura para sempre, nem a dor da culpa ou do arrependimento.
Nada acontece por acaso: se a pessoa com a qual falhaste merecer o seu apreço e lágrimas derramadas, ela vai refletir, vai lhe perdoar, se não, a esqueça, afinal, quem nunca errou de tal maneira ou de forma muito mais grave do que por palavras errôneas que me atire a primeira pedra.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de junho de 2011.

Falta de talento

Falta de talento.


Todo mundo mente, seja por que for, sobre o que for, as variáveis são várias, mas a verdade é simples: as pessoas mentem, todavia, como em tudo na vida, uns possuem mais talento que outros.
O meu problema é que eu não sei mentir bem. Eu tento, mas é mais fácil eu fugir, me esconder em casa, embaixo das cobertas do que mentir para as pessoas. Quando eu faço isso minha consciência me cobra e eu me “entrego”, cometo gafes e coloco tudo o que não deveria a perder. Cometo atos falhos e magôo quem não merece, quem eu gosto.
Enfim, eu me equivoco, me atrapalho, me confundo, cometo erros homéricos, tudo por não saber mentir, por ficar com a consciência pesada de, por um motivo qualquer, enganar alguém. E isso é uma falta de talento nata que se acentua com qualquer dose de álcool no sangue, por exemplo.
Mas, por outro lado, eu não iludo, eu faço o que desejo com quem eu quero, eu me entrego quando acho que convém e, para quem, mesmo que tenha mais talento do que eu para mentir, me parece ser merecedor do meu afeto, porque eu não sei fazer nada sem bem querer, sem carinho, sem afago, sem afetividade, por mais que eu me equivoque e termine confundindo jóia com bijuteria, afinal, pessoas do bem sabem se colocar no lugar das outras e superar o orgulho, compreendendo as mancadas alheias, afinal ninguém é isento da possibilidade de errar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de junho de 2011.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Eu ainda "sinto muito".

Eu ainda "sinto muito".



Eu sei que eu erro, que eu escolho opções erradas para demonstrar o que eu não consigo dizer em palavras, sei que eu sumo por covardia, por medo de magoar com palavras ou me entregar por completo, eu sei que meu coração às vezes se divide em quatro partes e minha mente fica atordoada com mil idéias. E eu também sei que eu machuco quem eu não devo, mesmo prevendo que aconteceria se fosse comigo (ou seja, eu me machucaria).
Ou será que não machuco quem eu penso que poderia ferir?Ou será que mesmo agindo com a intenção de ferir para ver se eu obtenho uma resposta, ninguém se magoa, ninguém sente dor ou mágoa? Será que alguém neste mundo dá atenção ao que os outros podem sentir?
Esses “lances” hodiernos, de “ficar” por “diversão”, de gente que só quer sexo, amizade colorida, que não quer saber de romance, monogamia e seus prazeres e divertimentos, (que são muitos por mais que os tolos neguem), me faz pensar que estou vivendo num mundo de homens insensíveis, e de mulheres igualmente frias de coração.
Eu erro, bebo e falo ou faço o que não devo ou, mesmo na maior sobriedade, às vezes acho que vou acertar e erro, mas eu sinto dor, eu me arrependo de magoar as pessoas, eu choro quando eu ofendo ou machuco quem eu gosto. Todavia, às vezes parece que sou “a boba da corte” do mundo, porque ninguém mais parece se importar com os sentimentos dos outros.
As pessoas costumam usar umas as outras e inventaram uma nova maneira de descartá-las, a forma “fantasmagórica”: elas aparecem quando lhes convém e, como um espírito vagante, somem, mas, para atormentá-lo, reaparecem, criando situações e relações embaraçosas, infelizes e sem definição, onde o único agradado é o que “usa” o outro, o “fantasma”, enfim.
É por isso que eu penso que a maioria das pessoas perdeu a sensibilidade, elas não sofrem, elas não choram, não se magoam, não sentem falta da presença alheia: elas aprenderam a usar o outro, como quem usa uma calça e depois esquece dela no armário, até vê-la e ter vontade de colocá-la novamente. Eu ainda me arrependo de magoar as pessoas que gostam de mim, mas, daí eu me questiono, será que elas “gostam” de mim ou querem “usar-me” de alguma forma?
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 15 de junho de 2011.

As ilusões do começo das relações.

As ilusões do começo das relações.


O amor embriaga os amantes e apaixonados. Todo início de relacionamento, das gafes aos episódios imprevistos e inusitados deixam uma doce lembrança na memória, não por menos, na fase intensa da relação os casais salivam em demasia quando contam “como se conheceram”.
Talvez para quem lhes ouça não exista tanta graça, mas como o amor é embriagante, o casal se emociona, dá risada e acha o “máximo” sua história, por mais simples e banal que seja. Para quem ama ela sempre será “especial”, só muda de “atributo” quando o amor se abala, a desilusão vigora e ambos começam a pensar: “Céus, como eu era tolo naquela época!”.
Fato é que vários relacionamentos falidos e desgastados se sustentam pela ilusão do casal. Sabe aquela ilusão que eu referi, do inicio da relação? “Deus, foi tudo tão perfeito, nossos olhares se cruzaram e não foi por acaso! Superamos tantos obstáculos, ela mudou tanto, seremos sempre felizes juntos, nada irá nos separar”, pois é tem casal que mesmo após anos de sexo sem paixão, de discordância de metas e sonhos, de desrespeitos, de discussões humilhantes, de acusações injustas, de adultério, consegue, por orgulho, teimosia ou tolice, reviver em pensamento a ilusão do começo do relacionamento, como se ele fosse uma árvore e tais ilusões, a raiz. Desta forma se mantém juntos.
Mais da metade dos relacionamentos que se mantém por anos são baseados nestes pensamentos, na recordação do “inicio” perfeito que distrai a “culpa” dos cônjuges pelos erros do “durante”, pela infidelidade, pela falta de atenção e carinho, pelo pouco apoio aos sonhos do outro. Alguns dos outros relacionamentos findam sem ilusão, outros se mantém pela hipocrisia que faz com que erros sejam relevados em prol da “boa aparência social” do casal, e alguns, muito raros, se mantém com base no amor. Para estes eu bato palmas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de junho de 2011.

Vingança

Vingança


A vingança é praticamente um instinto humano: ele me machuca, um dia eu vou machucá-lo, ele me roubou, um dia eu o farei perder dinheiro, vida, beleza. O problema da vingança é apenas o pronome que vem antes do desejo vingativo: eu. Não cabe ao homem de bem buscar a vingança e se afundar em ódio.
Como todo instinto humano o de se vingar tem dois lados, aquele que satisfaz e aquele que rebaixa, que iguala em maldade, perfídia e baixeza moral o vingado e o vingador.
O homem é responsável por seus atos, não pelos dos outros. A fé na Justiça Divina é o melhor benzodiazepínico para acalmar as almas iradas e imersas em ódio e vontade de se vingar. A fé é o melhor remédio para todos os males da vida humana, esta é a verdade.
Quem sabe que age com justiça para com seus semelhantes, quem sabe que faz o que pode para não causar discórdia, para não magoar ou humilhar em quem lhe cerca e possui “aquela” força interior proveniente da fé de que existe um Ser Superior analisando suas condutas, suaviza seus sentimentos e entrega seus problemas a este Ser. Este homem pode sentir raiva, vontade de se vingar, de maltratar, mas a fé abranda o coração que ferve em ira.
Ninguém sai desta vida sem que pague cada palavra mal colocada, cada gesto que feriu quem não merecia, cada atitude injusta, cada estupidez, cada lágrima que fez um inocente chorar, cada traição, cada mentira, cada engodo. Acredite, você pode pensar que aquela pessoa que lhe maltratou não sofre, mas se não sofre, vai sofrer, e ela não depende de atos errôneos seus para pagar o que lhe fez.
Não é preciso você agir para se vingar, basta confiar no fato de que todos pagam na terra os seus erros, pequenos ou grandes, cometidos contra quem não merecia. Ah, mas e se no futuro aparecer a “oportunidade” de você dar uma pisadinha em quem já lhe atropelou?
Meu lado demasiado humano diz que “boas oportunidades” são dádivas e podem ser moderadamente aproveitadas, meu lado hipócrita diz que não vale a pena se vingar depois de tanto tempo. Mas, embora eu tenha fé, deixo a hipocrisia que tanto desdenho, a parte: se a oportunidade surgiu, porque não aproveitá-la? Ela “apareceu” não foi criada por você, este é o diferencial.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de junho de 2011.

sábado, 11 de junho de 2011

A mentira e a conquista

A mentira e a conquista



A melhor forma de conquistar a confiança das pessoas é dar vazão a suas idéias, apoiá-las. Num mundo de pessoas doentiamente carentes um “concordo”, “você, além de belo, é um gênio” faz com que as pessoas “amem” você.
As pessoas, em sua imensa maioria, não querem a verdade, elas não precisam dela. São hipócritas quando dizem que valorizam a “franqueza”, elas querem palavras dóceis, querem apoio à suas idéias e às versões que contam sobre fatos de sua vida, elas querem ser enaltecidas com sua concordância, de preferência, elogiosa.
Ser sincero não agrada a maioria, ser sincero pode machucar, e as pessoas gostam da ilusão. Metade dos orgasmos que mulheres estão sentindo enquanto escrevo este texto se deve à isso: frases elogiosas, palavras doces, 80% de mentira, ou mais, depende do talento do “galante”. Ah, e não duvide, meu caro pseudo Don Juan, que os “oh, hummm....gostoso” que ouves não sejam falsos.
Você engana e é enganado, é a vida neste século onde uma mísera minoria “se salva”. A carência pede frases doces, os homens que se sentem solitários querem encontrar uma companhia que lhes faça sentir importante, nem que para isso olvidem das segundas e terceiras intenções da mulher e vice-versa.
Hoje é dia dos namorados: o dia mor do “romantismo comercial”. Os casais em crise, aqueles que anteontem discutiram, aqueles que traem, enfim, todos saem para jantar, trocam presentes, vão aos melhores restaurantes, tomam um bom vinho, fazem sexo, como se tudo fosse o que parece aos olhos dos tolos: “perfeito”.
Nada é perfeito e o que é, ou melhor, o que esta em real e justo equilíbrio não precisa ser visto e “avalizado” pela sociedade. Não precisa de exibicionismo, nem de auto-afirmações, que, diga-se, é a máscara dos mal-amados, a maquiagem dos infelizes e frustrados.
Quem ama e é feliz não espalha a “notícia” por ai, o amor é vivido a dois, ademais, pessoas espertas fogem da inveja alheia. Quem “proclama” sentimentos é porque carece deles, mas tem vergonha de calar-se e mostrar que é apenas mais um solitário no mundo. Ser só e tranqüilo não é defeito, triste é ser solitário, sentir auto-piedade, ser, pois um infeliz mentiroso.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 12 de junho de 2011.

Fracassados, ou não?

Fracassados, ou não?



Você só é fracassado ou incompetente quando admite que é. Enquanto você luta, enquanto você batalha e, mesmo caindo, tenta se levantar você é um lutador, uma pessoa de brio e garra.
Alguns adjetivos, negativos ou positivos, só se tornam reais e existem para aqueles que os acatam, que os aceitam e admitem que são o que eles significam, enfim para aqueles que descem ao fundo do poço e não tentam subir, ficando lá "acomodados" porque, ao menos. conseguem “vencer” as aranhas e os ratos.
Derrotados, frustrados, fracassados, infelizes, mal-amados, coitados, azarados, incompetentes, inconseqüentes, ou qualquer adjetivo maléfico que possa ser dirigido à alguém só significam a “verdade” quando o “ofendido” ou “não virtuoso” os aceita.
Logo, se você possui amor próprio, se você conhece sua força, sabe que pode vencer e ultrapassar as dificuldades momentâneas você não é um perdedor, um fracassado. Frustrações, perdas e dificuldades passam, mas só se mantém frustrado e amargo quem deseja.



Cláudia de Marchi



Passo Fundo, 12 de junho de 2011.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A balança da Diké e o amor.

A balança da Diké e o amor.


A balança da justiça segurada pela deusa grega Diké (filha de Zeus e de Thémis) símbolo do Direito deveria “estar” em nossas mentes, em nosso coração, para pesarmos os prós e os contras de nossas decisões em nossa vida amorosa, bem como os sentimentos nossos e de nosso parceiro. Onde a balança pende para um lado é porque algo esta faltando no outro e, então, será que esta falta não pode causar muitos “danos”? O equilíbrio é o ideal em todos os aspectos da vida humana, logo, quando ele inexiste, existem problemas a serem analisados.
Nenhum relacionamento afetivo da certo quando apenas um se doa, se dedica, releva, perdoa, confia, apóia, silencia, age com indulgência e demasiada paciência. Os relacionamentos amorosos requerem doação, confiança e bem querer por parte de ambos os envolvidos na relação.
Amor, ou melhor, dedicação unilateral faz a balança despencar para um lado e, além de denotar injustiça como ocorreria no âmbito jurídico, denota incoerência, carência e insegurança. Ninguém precisa de um pseudo-romance para ser feliz.
Pessoas inteligentes querem uma relação sadia, com afeto, companheirismo, parceria e sexo excelente (eu disse “querem”, não “precisam”, quem “precisa” de romance para ser feliz é um infeliz nato e irremediável). Ademais, não basta apenas um ou outro “detalhe” dos esperados por quem quer ter uma relação amorosa madura, todos eles têm a mesma medida, logo, faltando um, falta equilíbrio e a probabilidade do relacionamento dar certo cai bastante.
Não existe amor incondicional entre casais psicologicamente sadios. O amor é benevolente, indulgente, mas a sua base é o bem querer e o respeito do homem consigo mesmo, e uma pessoa com auto-estima não releva tudo. Logo, inexiste incondicionalidade no amor, pensar que existe é aberrante e esdrúxulo, como acreditar em Papai Noel aos 15 anos de idade.
É preciso que os dois lados da balança estejam em equilíbrio, apenas isso. É por essa, dentre outras razões, que o relacionamento de pessoas dependentes afetiva, psicológica ou financeiramente do parceiro tende a dar errado. Aquele que auxilia, que tenta ajudar de diversas formas e que supre as necessidades emocionais do parceiro, por exemplo, um dia cansa.
O ciúme, a falta de atenção ao parceiro mais “forte”, a necessidade de ser “cuidado” (carência) ou ajudado, faz com que um receba o que “precisa” (o egoísta da relação, é claro) enquanto o outro se dedica e nada recebe em troca, ficando no vácuo entre seus sentimentos e suas necessidades afetivas. O amor não é escambo, não é negócio, mas é exclusivista e requer reciprocidade em tudo, do contrário não prospera.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 10 de junho de 2011.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Julgamentos errôneos.

Julgamentos errôneos.


Quisera eu ser julgada por meus próprios atos, pelas palavras que realmente saíram da minha boca, pelos gestos que fiz, ou melhor, quisera eu ser julgada por um ente superior a mim, por alguém supra-humano, dotado de virtudes homéricas, que soubesse o que se passa na minha mente, na cama em que me deito e no meu coração.
No entanto, sou julgada por atos que não cometi, por palavras que não falei, por idéias que nunca tive, por beijos que não dei, por sexo que não fiz, por qualquer tipo de besteira difamatória que as pessoas maliciosas, invejosas, desocupadas e complexadas inventam.
Eu não me importo que falem sobre o que eu realmente fiz, até porque não faço nada que não seja justificável e voluntário, não dou importância que falem sobre o que eu realmente disse ou escrevi, mas não me agrada a idéia de viver num mundo ignorante e infeliz onde você paga, sendo julgada, pelo que não fez.
Seria hipocrisia afirmar que a falsa idéia que possam fazer a meu respeito não me incomoda ou irrita, sou humana e como tal tenho orgulho e sentimentos. A questão é que o mal estar passa em menos de cinco minutos, porque não rego a erva daninha da maldade alheia com lágrimas geradas por mentiras de pessoas que valem de “nada” a “muito pouco”.
Penso que, se as pessoas que me julgam por inveja ou por acreditar em boatos de mentecaptos mal-amados, pagassem minhas contas, meus impostos, meus vinhos, minhas viagens, minha comida, eu até poderia começar a me preocupar com os tais “pensamentos errôneos” a meu respeito. No entanto não dependo de ninguém há muitos anos, então não existe julgamento idiota e falso que me irrite e abale profundamente.
Não me pergunte porque eu sou assim, a verdade é que, “satisfações”, eu só devo à minha felizarda consciência. O fato é o seguinte: Eu consigo o que quero, só faço o que desejo no momento que me interessa. Para boa parte das pessoas eu uso a tecla "delete" do meu cérebro e só "recupero" da "lixeira" por alguma razão que só a mim interessa. Depois eu a “esvazio” e sigo em paz: a vida é minha.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 10 de junho de 2011.

A inveja

A inveja

Se o diabo existe ele se disfarçou em forma de sentimento para infernizar os mortais. O sentimento se chama inveja, odiosa e fatal desde os primórdios da humanidade, é ela que provoca desgraças, discórdias, inimizades e a solidão dos invejados.
Jesus era invejado pela sabedoria que possuía e por isso foi açoitado, desdenhado, crucificado. O povo “mandou” Pilatos libertar Barrabás, acusado de roubo e homicídio, para matar o profeta. Caim invejava o irmão, Abel. A tragédia de Othello, personagem de Shakespeare, gira em torno de tal sentimento e da traição, filha da inveja, que também é a mãe da falsidade, da ganância exacerbada, da raiva e do ódio.
Algumas pessoas não suportam o talento, a beleza, a desenvoltura, a benevolência, o coração puro e a ingenuidade dos outros. Eles querem para si as virtudes do outro, mas como isso lhes parece impossível, emanam pensamentos negativos, coléricos ou traem sua confiança, inventam boatos, difamando, humilhando pelas costas.
O invejoso não é contente com o que é e com o que possui e, sem ter bondade na alma, não vê nos outros virtudes exemplares, ele simplesmente deseja que o objeto de sua inveja deixe de existir, porque apenas assim terá um breve “lapso” de contentamento. Até encontrar a próxima vitima.
A inveja é afilhada do complexo de inferioridade que possuem aquelas pessoas que não aceitam as diferenças, que não suportam ver no outro virtudes que possam não possuir, olvidando que todos os seres são imperfeitos e que elas podem ter virtudes que o invejado não tem.
Sem duvida a inveja é diabólica e representa tudo o que é ruim neste mundo. Ninguém mata por vaidade, por orgulho, por avareza, mas por inveja sim, por desejar que o outro não tenha o que possui ou não seja como é. A inveja é e sempre será o maior mal da humanidade.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 10 de junho de 2011.

Planos: cuidado!

Planos: cuidado!


Cuidado com seus planos, cuidado com tudo o que você pensa e espera que será tão bom na realidade quanto em seus anseios e sonhos. Não, meu caro, não estou sendo pessimista, mas realista.
Se quiser avaliar como planejar detalhes na vida não funciona sempre tente se recordar do que você esperava fazer aos 30 anos quando tinha 10 anos de idade? Você realizou o que queria naquele tempo, ou, por um motivo ou outro (que você achou conveniente) sua história foi diversa?
A vida não é um programa de computador e não possui controle remoto para pularmos etapas ou estagnarmos numa. Precisamos evoluir, crescer, e, como dizia um ex-professor da minha faculdade: “Só não muda de idéias quem não tem idéias”. Logo, às vezes nosso coração, nossa alma, precisa aceitar que deve abandonar velhas metas para não desperdiçar a felicidade real, embora não “sonhada”.
Não pense que a pessoa fabulosa que hoje bate a sua porta estará lhe esperando, não pense que seus amigos vão parar suas vidas para ajudar você a resolver problemas pessoais, não pense que, enquanto você pensa apenas em aumentar seu saldo bancário, não está afastando de você pessoas que valem mais do que o melhor diamante do mundo.
Se questione, reflita, reveja seus planos e olhe as pessoas ao seu redor, olhe as condutas, a forma de agir e de viver, veja se o que você espera ter no momento “programado” não estará noutra vida, noutra história. Porque o mundo não pára em prol de seus anseios juvenis. A vida é um barco onde os marinheiros não possuem todo o poder de guiá-lo, quando ela quer lhe leva para tempestades, águas perigosas, e quanto mais espontâneo você for mais fácil será ancorar numa linda praia.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 09 de junho de 2011.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Ouse

Ouse



Quer um conselho?Ouse. Se desapegue do pensamento “o que eles vão pensar” e do sentimento de culpa por ter atitude e fazer o que bem intente. A fase da repressão termina com a maioridade e mais ainda com o auto-sustento, porém ela nunca termina para os covardes, e, por favor, ou seja corajosa!
Ouse sem ser ridícula! Quer ver determinada pessoa? Quer dar um último ou primeiro beijo nele, dê; mas não passe dos limites, saiba diferenciar atração de amor e sexo de relacionamento. Veja quando não poderá dar certo e usufrua o que achas que deve usufruir, apenas isso.
Ouse na sua profissão, ouse mudar de sonhos e metas, ouse mudar a si mesma, tente ser alguém melhor, procure a sabedoria, ouse orar mesmo quando as pessoas tripudiam de você, ou ser monogâmica num mundo em que a vulgaridade esta imperando e o “normal” não deveria ser chamado de normal.
Ouse mudar de idéias, ouse se entregar, ouse romper a barreira que tranca seu coração (denominada, por mim, de "covardia afetiva"), ouse amar e se encantar pelo conteúdo da alma e não apenas pela forma estética de alguém, ouse apaixonar-se sem medo, ouse errar para aprender e amadurecer.

Ouse ir atrás do que quer, porque, normalmente, quando for “o seu momento” de querer, o tempo já terá passado e o ônibus que você queria pode ter sido perdido, mudado de rota ou o banco que lhe interessava poderá estar ocupado.
Ouse ser você mesmo, ouse sumir, ouse se reencontrar, ouse fazer o que lhe dá prazer e, sobretudo, ouse respeitar os outros como a si mesmo, ouse seguir as idéias de Cristo sem ter vergonha de ser taxado de “piegas”. Ouse viver a vida como você deseja sem nunca se esquecer do seu coração e intuição, são eles que dizem qual é o momento de semear e colher os frutos da amizade, do trabalho e do amor.




Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de junho de 2011.

Fora Amélias!

Fora Amélias!


Em praticamente todos os filmes, adaptações de livros para cinema, novelas, literatura e até músicas dos adoráveis Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Chico Buarque, dentre outros a mulher é o ser “perdão”.
A mulher, outrora, cuidava dos filhos, da casa, do marido e de outras incumbências à ela legada, implícita num machismo crônico: ela deveria aceitar desaforos do companheiro, gritos, reclamações, e responder-lhes com um sorriso ou com um afago dizendo “querido, não fica assim, vai passar, eu te perdôo pelo que me disseste porque sei que estavas alterado, eu amo você”. Elas eram Amélia e não mulher de verdade, com
perdão ao falecido Mário Lago, mas a “mulher de verdade” para quem cantou era servil, dependente e por isso o casamento era mantido, pela dependência financeira, não pelo amor.
Os homens, como trabalhavam fora para sustentar a família, se sentiam no direito de nunca ouvir sua mulher, de nunca perguntar-lhe se ela estava bem ou feliz. Eu estava usando um tempo verbal me referindo ao passado, certo? Pois mudarei para o tempo presente, onde a mulher continua sendo a “rainha-escrava” do lar.
Como não existem “rainhas-escravas” afirmo que o primeiro termo é uma forma de não malbaratar em demasia o orgulho feminino. Todavia, é o instinto maternal das mulheres que lhes prejudica, aquela vontade de cuidar, de zelar. É preciso que existam homens com tais características, estes sim são especiais, pois valorizam quem amam.
Quando os homens terão paciência com elas, sem gritar, sem ofender, sem sair de casa para encher a cara, sem tirar a culpa de seus ombros para jogá-la nos da esposa, seu bode-expiatório? Quando os homens serão seres inteligentes e menos egoístas a ponto de ver que não é nada fácil trabalhar, tentar cuidar da vasa, dos filhos, da estética (sob pena de um par de “chifres”) e depois de tudo estar disposta a fazer um jantar e sexo ao término no dia?
Não é difícil ser mulher, é uma benção, difícil mesmo é enfrentar a sociedade machista, é conviver com homens que acham que suas esposas são obrigadas a gerir ao máximo suas vidas, sem perceber que elas também têm sonhos, metas e que também batalham e precisam de uma dose de atenção (a irmã do respeito). As mulheres de hoje também precisam de um parceiro paciente, respeitoso e carinhoso, como elas são quando seus amados passam por dificuldades: incentivam, dão força, carinho e amor, sem tripudiar ou deixar-lhes sozinhos em casa para sair com as amigas se alcoolizar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de junho de 2011.

domingo, 5 de junho de 2011

O placebo da massa e a cura de poucos.

O placebo da massa e a cura de poucos.


Eu e o Dr. House acreditamos que as pessoas não mudam, embora eu esteja duvidando desta minha idéia, aliás, ando duvidando de muitas coisas ultimamente, até de minhas próprias crenças (deve ser o resultado de uma dose de maturidade adquirida com a superação de algumas dores e engodos).
O House continua acreditando que as pessoas não mudam, da boca para fora, com certeza. Ele sabe que em algum aspecto, quando querem, as pessoas se aprimoram, talvez o tempo passe e elas voltem a ser as mesmas de outrora, mas um leve “ar” de mudança pode existir.
Eu, ao contrário do meu “amigo” de seriado e temporadas assistidas em DVD, creio que apenas uma coisa pode fazer o homem mudar: a fé. Claro que minha idéia não é nova, todos os profetas, inclusive o maior deles, Jesus, pregava tal crença e acreditava nas pessoas.
Assisti a um filme baseado na história de Angus Buchan, um fazendeiro escocês que se estabeleceu na África do Sul com a esposa grávida e três filhos. Um homem preocupado, irritadiço, bravo e grosseiro que se modificou ao freqüentar uma Igreja poucas vezes, mas se entregou plenamente a fé em Deus e em Jesus. Colocou em Suas mãos sua vida e, praticamente, realizou milagres. O filme se chama “O Fazendeiro e Deus” e vale a pena ser assistido.
Em pleno “El Niño”, sem nenhuma probabilidade de sucesso nas plantações diante da seca, Angus resolveu plantar batatas. Milagrosamente, no momento da colheita retirou da terra batatas enormes, lindas, quando todos imaginavam que nada brotaria em baixo daquele solo seco.
Eu concordo com o House quando ele diz que “a religião não é o ópio da massa, mas é o placebo dela”, mas a fé não é ópio e nem placebo, a fé é a cura. Não para todos, mas para aqueles que conseguem confiar plena e cegamente em Deus e, para tanto, é dispensável cultos, religiões, e etc.
Se o homem tiver fé num grão de areia, eu garanto que ele mudará sua vida. As religiões podem ajudar alguns, como os placebos que diminuem a dor, mas jamais curam a doença. A função analgésica emana da crença de que o placebo é um analgésico. Então, não seria a fé a única “operadora” de milagres no mundo? Eu, francamente, creio que sim.

Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 06 de junho de 2011.

Limite

Limite


Eu acredito nos limites. Limite é a palavra mais justa e adequada para que o ser humano não se perca em sua ganância, vaidade, orgulho, pretensões e ilusões. O limite é e sempre foi o antídoto para todos os vícios, para todas as drogas.
O problema é que poucas pessoas possuem limites nos mais variados aspectos de suas vidas. O cidadão pacato e honesto se apaixona e age como um insano perseguidor, a jovem bonita passa 3 horas na academia e não faz sexo com o namorado, o casal transa maravilhosamente bem e não dialoga, não encara a relação com seriedade.
Enfim, para tudo na vida humana é preciso limite porque ele significa equilíbrio, racionalidade e inteligência. Não é legal ser alcoólatra, mas também não é agradável ser abstêmio implicante, não é legal fumar, mas reclamar do cheiro com amigos é irritante, não é legal trabalhar demais e esquecer-se da família, mas viver para a família e não ter dinheiro para presentear a esposa no aniversário é vagabundagem. Os exemplos são vários, praticamente infinitos.
É preciso sopesar valores, dosar instintos, vontades. A imperfeição faz parte do homem, mas não é por isso que ele precisa estagnar, deixar de querer evoluir. É impossível ter tudo o que se quer ao mesmo tempo, mas é bem mais fácil ser contente quando se encontra um limite para poder fazer o máximo de coisas que se deseja sem ferir a ninguém e nem a si mesmo.


Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 06 de junho de 2011.

sábado, 4 de junho de 2011

O sofrimento e as diferenças.

O sofrimento e as diferenças.


As pessoas não se diferenciam apenas pelo DNA, pela educação, pela cultura, pelo poder aquisitivo, pela bondade da alma, pela essência do espírito, pelo equilíbrio da mente. O sofrimento é um grande fator de diferenciação entre os indivíduos, talvez o maior pelos efeitos que causa das pessoas de mente sã.
Ora, mas porque a dor diferencia, afasta ou une pessoas? Porque as pessoas sensíveis e inteligentes caem, se machucam, mas se levantam mais fortes, mais altivas e, após as feridas serem bem cicatrizadas, elas se tornam mais autoconfiantes.
Talvez não seja a diferença de idade, de cultura, de renda que afaste você dos seus amigos ou pretendentes amorosos as pessoas que aprenderam com as experiências duras e sofridas que tiveram se tornam “diferentes”, se tornam, na maior parte das vezes, mais maduras, e é ai que surge a forte diferença que pode causar o repudio ou a união.
Por tais motivos é que um homem sapiente, ainda que inexperiente e pouco “sofrido” jamais deve menosprezar o que desconhece, o sofrimento alheio, por exemplo. Existem os que sofrem e nunca aprendem, estes são os orgulhosos, os mentalmente desfalcados.
Todavia a maioria, de moral integra e cérebro em “ordem”, cresce e amadurece com o sofrimento. Alguns se tornam temerosos, outros demasiado covardes, outros não perdem a coragem, mas todos aprendem, com exceção a exceção dos já referidos insensíveis.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 04 de junho de 2011.