As ilusões do começo das relações.
O amor embriaga os amantes e apaixonados. Todo início de relacionamento, das gafes aos episódios imprevistos e inusitados deixam uma doce lembrança na memória, não por menos, na fase intensa da relação os casais salivam em demasia quando contam “como se conheceram”.
Talvez para quem lhes ouça não exista tanta graça, mas como o amor é embriagante, o casal se emociona, dá risada e acha o “máximo” sua história, por mais simples e banal que seja. Para quem ama ela sempre será “especial”, só muda de “atributo” quando o amor se abala, a desilusão vigora e ambos começam a pensar: “Céus, como eu era tolo naquela época!”.
Fato é que vários relacionamentos falidos e desgastados se sustentam pela ilusão do casal. Sabe aquela ilusão que eu referi, do inicio da relação? “Deus, foi tudo tão perfeito, nossos olhares se cruzaram e não foi por acaso! Superamos tantos obstáculos, ela mudou tanto, seremos sempre felizes juntos, nada irá nos separar”, pois é tem casal que mesmo após anos de sexo sem paixão, de discordância de metas e sonhos, de desrespeitos, de discussões humilhantes, de acusações injustas, de adultério, consegue, por orgulho, teimosia ou tolice, reviver em pensamento a ilusão do começo do relacionamento, como se ele fosse uma árvore e tais ilusões, a raiz. Desta forma se mantém juntos.
Mais da metade dos relacionamentos que se mantém por anos são baseados nestes pensamentos, na recordação do “inicio” perfeito que distrai a “culpa” dos cônjuges pelos erros do “durante”, pela infidelidade, pela falta de atenção e carinho, pelo pouco apoio aos sonhos do outro. Alguns dos outros relacionamentos findam sem ilusão, outros se mantém pela hipocrisia que faz com que erros sejam relevados em prol da “boa aparência social” do casal, e alguns, muito raros, se mantém com base no amor. Para estes eu bato palmas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 14 de junho de 2011.
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