Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sociedade psicopata II (ou A verdadeira indecência)

Sociedade Psicopata II




Eu gosto de gente, mas a vida me ensinou a ter mais medo delas do que de cobras e aranhas. Sim, superei minha aracnofobia por certa “fobia social”, ao ver quão malicioso, maldoso e falso o homem pode ser. Claro que confio em algumas pessoas: “numa amiga e meia”, na minha mãe e nas minhas 3 tias maternas. Sim, apenas nelas e nos meus gatos, o Eros e o Zeus, mas são bichos e não humanos, apesar de serem superiores a muitos que conheço.
Só o homem mata seu semelhante por ciúme, por inveja, por raiva, por medo, só o homem trai a confiança de quem lhe devota confidência, só o homem inventa “besteiras ofensivas” para liquidar com a “moral” de quem não confia mais nele, de quem deixou de ser seu “amigo”, por ter visto sua falsidade e maldade. Só o homem chama o amigo de “querido” enquanto morre de inveja e raiva por ele ser como “é”, aliás, só o homem se sente inferior aos outros e faz com que seus problemas de baixa estima firam corações bondosos.
Só o homem mente que ama para usar o outro, só o homem humilha e maltrata a pessoa que diz “amar”, só o homem inventa um “falso bom caráter” para se aproveitar de quem é confiável e puro de coração, e, no entanto, o ser humano é o único ser “racional” na natureza? Please, isso além de antagônico é assustador!
As pessoas são estranhas e a sociedade psicopata em que vivemos me espanta: as fofocas, aquela “mania” de um criticar a moral do outro como se estivesse “acima de qualquer erro”. Ora, minha gente, qualquer pessoa com mais de 25 anos já fez alguma coisa na vida que é “imoral, ilegal ou engorda”, como cantavam o Roberto e o Erasmo.
Se não fez nada de indecoroso, perigoso, se nunca se arriscou é porque esta longe de ter “vivido intensamente” e, cedo ou tarde, vai fazer. Vai terminar casamento ou trair a esposa, vai mudar de vida, vai sair viajar, vai transar com quem não lhe gosta, vai se embebedar, vai errar, gargalhar e chorar. Um dia vai, eu garanto. Quem passa a vida tomando água um dia vai querer tomar vinho, com toda certeza, é natural, é humano.
Decência é o que falta para as pessoas, em nossa sociedade enferma e sociopata, onde um grande problema é o falso moralismo: “A fulana transou com o cicrano sem nem saber o nome dele”, “aquela lá tem má fama”, “aquele solteirão é veado”. Isso não é indecente, falar da vida alheia, sim, não é nenhum pouco decente, de resto, nada que não macule a consciência de quem faz e não a de quem julga, (até mesmo porque ninguém deveria achar que pode julgar a vida alheia) é indecente.
Indecente é mentir para amigo, indecente é se relacionar com alguém por interesse, indecente é procurar dinheiro e não bondade nas pessoas, indecente é julgar sem conhecer, indecente é avaliar a “resposta” alheia sem pensar no que foi dito antes dela, indecente é crer que beleza vale mais que caráter e que um bando de gente vale mais que uns “poucos e bons”, indecente é falar mal de quem jantou com você, transou com você ou dormiu com você. Indecente é criticar quem nunca lhe fez mal e lhe deu confiança.
Indecência é ser humano, ou seja, é ser errante e achar que com mentiras e críticas esta malbaratando as virtudes alheias com êxito. Porque um homem realmente decente conhece o outro pelo convívio, pela honestidade, pela forma de olhar e não pelo que “ouve” a seu respeito, sem que com ele não tenha se relacionado por algum tempo e com sinceridade mútua. Afinal, é indecente enganar, iludir, tripudiar da inteligência alheia e não querer uma “resposta a altura”, é indecente e indecoroso se fazer de vitima da vida e dos outros.
Cláudia de Marchi



Passo Fundo, 27 de junho de 2011.

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