Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 14 de junho de 2011

Eu ainda "sinto muito".

Eu ainda "sinto muito".



Eu sei que eu erro, que eu escolho opções erradas para demonstrar o que eu não consigo dizer em palavras, sei que eu sumo por covardia, por medo de magoar com palavras ou me entregar por completo, eu sei que meu coração às vezes se divide em quatro partes e minha mente fica atordoada com mil idéias. E eu também sei que eu machuco quem eu não devo, mesmo prevendo que aconteceria se fosse comigo (ou seja, eu me machucaria).
Ou será que não machuco quem eu penso que poderia ferir?Ou será que mesmo agindo com a intenção de ferir para ver se eu obtenho uma resposta, ninguém se magoa, ninguém sente dor ou mágoa? Será que alguém neste mundo dá atenção ao que os outros podem sentir?
Esses “lances” hodiernos, de “ficar” por “diversão”, de gente que só quer sexo, amizade colorida, que não quer saber de romance, monogamia e seus prazeres e divertimentos, (que são muitos por mais que os tolos neguem), me faz pensar que estou vivendo num mundo de homens insensíveis, e de mulheres igualmente frias de coração.
Eu erro, bebo e falo ou faço o que não devo ou, mesmo na maior sobriedade, às vezes acho que vou acertar e erro, mas eu sinto dor, eu me arrependo de magoar as pessoas, eu choro quando eu ofendo ou machuco quem eu gosto. Todavia, às vezes parece que sou “a boba da corte” do mundo, porque ninguém mais parece se importar com os sentimentos dos outros.
As pessoas costumam usar umas as outras e inventaram uma nova maneira de descartá-las, a forma “fantasmagórica”: elas aparecem quando lhes convém e, como um espírito vagante, somem, mas, para atormentá-lo, reaparecem, criando situações e relações embaraçosas, infelizes e sem definição, onde o único agradado é o que “usa” o outro, o “fantasma”, enfim.
É por isso que eu penso que a maioria das pessoas perdeu a sensibilidade, elas não sofrem, elas não choram, não se magoam, não sentem falta da presença alheia: elas aprenderam a usar o outro, como quem usa uma calça e depois esquece dela no armário, até vê-la e ter vontade de colocá-la novamente. Eu ainda me arrependo de magoar as pessoas que gostam de mim, mas, daí eu me questiono, será que elas “gostam” de mim ou querem “usar-me” de alguma forma?
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 15 de junho de 2011.

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