Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Amor e necessidade

Amor e necessidade

Você não pode amar alguém de quem você “precisa”, ou melhor, necessidade e amor são vias opostas. A necessidade de alguém seja emocional, financeira ou psíquica é apenas carência, “falta de algo que o outro pode suprir”, interesse financeiro, enfim: o oposto do amor.
O amor é o complemento, é a junção, é a soma de dois corações sozinhos, aptos a se entregar, é a união de duas almas independentes e fortes que, unidas, se tornam inatingíveis, imbatíveis. O amor nasce da liberdade das almas, do livre arbítrio, da independência e da auto-resolução do homem.
Onde há “necessidade”, há interesses escusos, há pouco apreço por si mesmo, há tolerância exacerbada, servilismo, falta de auto-respeito. O amor perdoa, tolera, é paciente, mas independente: não se humilha, não suporta o insuportável e nem tolera o intolerável, não por muito tempo.
Só é capaz de viver uma relação amorosa sadia quem se ama, acima de tudo, logo, o amor não aceita humilhação, traição e desrespeito, enquanto a necessidade e a dependência afetiva ou financeira, por outro lado, acatam silentes, tudo o que possa lhes degradar.
O “necessitado” não vê degradação, ele vê “afeição”, ele não se importa com a humilhação quando consegue as migalhas de atenção e carinho das quais necessita. O amor é o mais nobre dos sentimentos, mas ele não aceita e nem perdoa tudo, porque acima do amor afetivo e interpessoal existe o amor próprio e este limita tudo, porque é ele quem dita a dignidade de um homem.


Cláudia de Marchi


Passo Fundo, 23 de junho de 2011.

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