Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 26 de junho de 2011

As estradas

As estradas



A sua vida e seu coração tendem a não sofrer e se agoniar quando você segue por uma estrada reta e bem asfaltada, quando existe apenas este rumo sem que, no meio do caminho tranqüilo que você percorre, surjam trevos apontando a existência de outras estradas que lhe levam ao mesmo destino: a felicidade e, portanto lhe suscitem curiosidade e vontade de experimentá-las.
Pode ser que a vida em “linha reta” seja realmente monótona, mas ela faz bem para alguns, assim como a morte satisfaz aos covardes e aos sofredores que desejam o “descanso eterno“ (em sua vã visão da vida e da morte). Seus batimentos cardíacos, ou melhor, o monitor de seu coração apenas “fica” em linha reta quando seu coração pára de bater, quando ele morre.
Oscilações no meio do caminho podem ser entusiásticas e excitantes, fazem seu coração bater forte e você se sentir vivo, mesmo que para isso precise redobrar os cuidados nas curvas, trocar um pneu ou fazer paradas não esperadas, em alguns pontos da estrada que esta sendo conhecida.
É preciso que haja curvas em nossos caminhos, é preciso que existam morros, serras, paisagens diversificadas, o que é dispensável é se perder no caminho errado, ou, dentre duas estradas, optar, achando que esta fazendo uma boa escolha, pela mais perigosa, tortuosa e difícil. Eu usei a palavra “dispensável” e não “inútil”, porque tudo é útil e válido para quem deseja aprender, crescer e evoluir espiritual e materialmente na vida.
Todavia, você nunca vai saber qual das estradas era a melhor se você só pode optar por uma, lhe resta, pois a boa e velha imaginação, amiga dos artistas e inimiga dos dementes: se você ficar descontente com a estrada que optou por seguir tenderá a imaginar que a outra era melhor, o caminho mais florido, o asfalto reto, sem buracos e o destino mais próximo. Você imagina isso, e se tortura inutilmente.
Por que não aceitar que você não tinha como saber que estava optando pela estrada mais difícil? Por que não aceitar o fato de que você não pode adivinhar nada, que você erra tentando acertar e metade das lágrimas que derrama vida a fora é pela dor de, desejando o acerto, aferir o engano, o erro? Por que não resignar-se a sua condição de ser humano e aprender com os erros ao invés de cultivar pena de si mesmo e melancolia?
Arrependimento não mata, mas maltrata, não ajuda, apenas judia a alma, o coração. É preciso amadurecer, aprender com os erros e ter a consciência de que, mesmo escolhendo a estrada mais perigosa, você teve certo lucro: aprendeu a enfrentar riscos e perigos, se tornou mais forte, mais esperto.
Logo, quando for preciso fazer nova escolha terá mais sabedoria para escolher a estrada mais tranqüila, ou não reclamar de sua escolha se entender que o perigo pode ser instigante, porque a aventura é inimiga do tédio e cada fato que ocorre em sua vida lhe ensina algo.
Certo é que você pode ver as ocorrências de sua vida por um enfoque bom ou ruim, na realidade, você pode errar, se machucar, cair, mas só vai sofrer se não se perdoar, se não tiver humildade de espírito para aceitar as suas escolhas equivocadas, seus erros e suas gafes. Vale lembrar: você é humano, errar é comum, aprender com eles é uma benção.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 26 de junho de 2011.

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