Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Minha mãe é minha vida.

Minha mãe é minha vida.


Eu poderia sobreviver sem dinheiro, sem comida, sem água, mas jamais viveria sem ar e sem a minha mãe. Ou melhor, chamá-la de mãe é ofender-lhe, porque até onde eu vejo, “mães” são aquelas que recebem presentes no seu dia, mas das quais os filhos escondem mais de 80% do que fazem na vida. A minha mãe é minha melhor amiga, uma irmã de alma, a minha metade.
Basta ela limpar minhas lágrimas, pedir-me para ter paciência, fé e compreensão “porque Deus sabe o momento certo para tudo”, que ela me alenta, me acalma a mente, como se fosse um anjo abençoado a consolar minha alma aturdida.
Para começar eu não faço segredos para a minha mãe. Sim, ela sabe de todos os fatos estranhos, imbecis, obscenos, indecorosos e tolos da minha vida. Os olhos da minha mãe refletem a minha vida, sabem tudo o que eu sei e fiz, conhecem minhas experiências e quem eu sou. Ninguém me conhece como ela, apesar de ser surpreendida, às vezes, mas quem mandou das à luz em abril, a uma ariana?
A minha mãe é a mulher mais forte, determinada e corajosa que eu conheço. Com o casamento de 27 anos terminado ela nunca chorou na minha frente, superou suas mágoas sozinha, porque sempre cuidou de mim praticamente só. Todavia, no momento mais difícil de sua vida eu estava namorando, me “amasiando” e, depois, casando, fora de sua casa, de sua cidade.
Minha mãe fez mais de 3 mudanças de residência, entre cidades, sem ajuda alguma, suportou o homem que sua filha escolheu sem nunca intrometer-se no relacionamento, mesmo quando via a filha minguar de dor e tomar overdose de ansiolíticos.
Minha melhor amiga não perdoou a traição que soube, mesmo que tivessem ocorrido várias, quando ela soube de uma, com certeza, ela teve brio, coragem e auto-estima: desistiu do casamento, pouco se importando com o julgamento da sociedade hipócrita e infeliz.
“Quando eu crescer” eu quero ser forte como minha mãe, altiva como ela, sincera, franca e honesta, cheia de brio e auto-respeito, pacifica como ela foi com a filha na sua pior fase. Dando apoio, força, negligenciado de si mesma para salvar a vida de sua filha que, humildemente reconhece, não merece a mãe perfeita que tem, mas também, não sabe viver sem ela. Minha mãe é minha vida.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 22 de junho de 2011.

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