Sociedade psicopata
“People are strange”, cantava Jim Morrison e sua fantástica banda (The Doors), fato é que as pessoas estão, para mim, parecendo cada dia mais estranhas, elas se perdem em sua hipocrisia, em suas falácias dissimuladas, em suas intenções escusas e ocultas, criando o que denominei de “sociedade psicopata”.
Na “sociedade psicopata” um engana o outro, as pessoas se usam por prazer, sem ter consideração alguma pelos sentimentos alheios, a pessoa mal intencionada engana uma pessoa boa, mas não suporta o revide, mesmo que proveniente de fofocas ou mentiras. As pessoas não têm vergonha de errar, de cometer crimes, adultério, ou coisas assemelhadas, elas só não querem que os outros saibam, não querem ser descobertas: o problema para elas não é errar, mas ter o erro exposto, é o que eu chamo de “vergonha desavergonhada”.
Aliás, as fofocas e a maledicência popular são terríveis, as pessoas gostam tanto de se exaltar humilhando ou descaracterizando as boas virtudes do outro que passam a crer que são superiores. Acreditam nas mentiras que inventam para si mesmas, bem eu falei em uma “sociedade psicopata”, lembra?
As características dos psicopatas estão contaminando uma maioria de pessoas e o mundo fica assim, “very strange”, exemplos daquelas são: uma ótima capacidade de persuasão, ausência de sentimento de culpa, “vitimismo” (eles nunca fazem nada errado, os outros sim, eles são as vítimas), fazer o bem apenas para os outros crerem em sua “bondade”, dissimulação, egoísmo crônico, dentre várias outras.
A inveja, a falsidade e a maldade de alguns me apavoram, todavia, o incrível é que as pessoas gostam e preferem crer na mentira negativa, porque daí elas enchem a boca para dizer que foram vitimas do “erro” alheio, por exemplo: se alguém lhe conta que “fulano” falou mal da sua pessoa, você crê. Mas se conta que determinada pessoa falou bem, você ignora, não dá bola. É a “cultura do negativismo”, onde o amor e o respeito entre os seres humanos esta se esvaindo aos poucos, de forma que nem o Morrison podia imaginar.
Essa sociedade onde as características dos parasitas sociais se espalharam, onde o jovem aprende a mentir para conseguir a “ex” do amigo dizendo que a valoriza e podem namorar, quando na verdade só quer se “vingar” inconscientemente do amigo “boa pinta”, onde as pessoas agem com malicia, maldade, onde a falsidade impera entre os amigos e um fala mal do outro pelas costas, onde a inveja dos frustrados reina e causa danos sérios aos inocentes, onde advogados roubam seus clientes olhando em seus olhos, esta errada, esta doente, quase em coma. O mundo esta na UTI.
É preciso ter fé e humor para viver nesta vida onde as pessoas maliciosas e maldosas ousam lhe dar “lição de moral”, onde as pessoas criticam e falam mal dos outros sem atentar para suas próprias características, defeitos e necessidade de aprimoramento espiritual. Na verdade, as pessoas esqueceram-se de seu lado espiritual e psíquico e só valorizam o “material”.
O materialismo, enfim o capitalismo supervalorizado transformou boa parte dos seres humanos em “máquinas” que se dedicam ao máximo para ganhar dinheiro, (olvidando da honestidade, em alguns casos) precisam de sexo para gastar a energia corporal e, para isso, podem enganar mulheres de boa-fé, e para dar risada e ver quem “tem mais dinheiro” ou “faturou mais gatas” se reúnem para encher a cara ou usar drogas.
Se foram os valores morais e éticos junto com a verdade, a franqueza, o interesse pelo outro por quem ele “é” e não pelo que ele possui. Nesta “sociedade psicopata” sobram poucas pessoas confiáveis, mas elas existem, e isso é uma verdade. Afinal das contas, neste mundo enfermo a verdade não é mais interessante, mas apenas aquilo que satisfaz o ouvinte ou que difame os demais. As pessoas acreditam no que querem conforme o que tem em seu coração e é daí que emergem muitos problemas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 25 de junho de 2011.
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