Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fora Amélias!

Fora Amélias!


Em praticamente todos os filmes, adaptações de livros para cinema, novelas, literatura e até músicas dos adoráveis Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Chico Buarque, dentre outros a mulher é o ser “perdão”.
A mulher, outrora, cuidava dos filhos, da casa, do marido e de outras incumbências à ela legada, implícita num machismo crônico: ela deveria aceitar desaforos do companheiro, gritos, reclamações, e responder-lhes com um sorriso ou com um afago dizendo “querido, não fica assim, vai passar, eu te perdôo pelo que me disseste porque sei que estavas alterado, eu amo você”. Elas eram Amélia e não mulher de verdade, com
perdão ao falecido Mário Lago, mas a “mulher de verdade” para quem cantou era servil, dependente e por isso o casamento era mantido, pela dependência financeira, não pelo amor.
Os homens, como trabalhavam fora para sustentar a família, se sentiam no direito de nunca ouvir sua mulher, de nunca perguntar-lhe se ela estava bem ou feliz. Eu estava usando um tempo verbal me referindo ao passado, certo? Pois mudarei para o tempo presente, onde a mulher continua sendo a “rainha-escrava” do lar.
Como não existem “rainhas-escravas” afirmo que o primeiro termo é uma forma de não malbaratar em demasia o orgulho feminino. Todavia, é o instinto maternal das mulheres que lhes prejudica, aquela vontade de cuidar, de zelar. É preciso que existam homens com tais características, estes sim são especiais, pois valorizam quem amam.
Quando os homens terão paciência com elas, sem gritar, sem ofender, sem sair de casa para encher a cara, sem tirar a culpa de seus ombros para jogá-la nos da esposa, seu bode-expiatório? Quando os homens serão seres inteligentes e menos egoístas a ponto de ver que não é nada fácil trabalhar, tentar cuidar da vasa, dos filhos, da estética (sob pena de um par de “chifres”) e depois de tudo estar disposta a fazer um jantar e sexo ao término no dia?
Não é difícil ser mulher, é uma benção, difícil mesmo é enfrentar a sociedade machista, é conviver com homens que acham que suas esposas são obrigadas a gerir ao máximo suas vidas, sem perceber que elas também têm sonhos, metas e que também batalham e precisam de uma dose de atenção (a irmã do respeito). As mulheres de hoje também precisam de um parceiro paciente, respeitoso e carinhoso, como elas são quando seus amados passam por dificuldades: incentivam, dão força, carinho e amor, sem tripudiar ou deixar-lhes sozinhos em casa para sair com as amigas se alcoolizar.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 07 de junho de 2011.

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