Auto-ilusão
As pessoas não entendem as loucuras que você faz em nome da paixão. Na verdade, você não chama isso que lhe ensandece de “paixão”, você chama de “amor”, afinal esta palavra nunca significará dor, sofrimento, angústia.
Você mesma não sabe que esta vivendo uma paixão insana, ou, no mais “doce” dos sentidos: um amor bandido. Um amor onde você doa, se empenha, se aprimora, e o outro apenas rouba suas energias, físicas e morais, é claro.
Mas o homem nasce com uma vontade gravada na alma: a de viver um grande e intenso amor. E é graças a esta sua “ambição” que você se decepciona, se frustra, lamenta e chora como Maria chorou pelo seu filho injustiçado e ardendo em dores.
Eu já sofri tudo o que uma mulher poderia agüentar por amor, por paixão, por uma deliciosa sensação “orgástica”, cármica e forte, que, na realidade, nunca apagou a dor da injustiça, das ofensas e da mágoa sofrida, por mais longe que eu tenha ido, por mais que eu tenha fugido. A verdade é que não existe lugar no mundo onde possamos deixar nosso coração tolo e enganado fora de nosso corpo e seguir a vida sem ele.
O interessante na vida é saber que, por mais que as pessoas tentem, imaginem ou fantasiem, elas nunca saberão quão doída e triste foi a sua dor, a sua mágoa. Ah, mas será que valeu a pena, será que valeram as lágrimas derramadas e toda a dor sofrida?
Eu digo que sim. Eu digo que nada ocorre por acaso e que por mais estraçalhado que seu coração saia de um relacionamento, você sempre poderá reunir seus pedaços, se fortificar, e sair desta situação muito mais forte, mais sapiente, mais serena e em paz do que quando entrou. Nada, absolutamente nada, ocorre neste mundo por acaso. Aceite este fato, triste ou não, mas aceite da forma que você conseguir.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 21 de junho de 2011.
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