Eu queria ser infalível.
Eu queria ser infalível, eu queria nunca cometer gafes, me relacionar com quem não me preza ou confundir nomes quando estou adorando e entregue à pessoa que esta comigo, por alto teor alcoólico no sangue e dor na consciência, eu também, gostaria de nunca me atrapalhar e perder. Eu não gosto de perder, não na minha vida profissional, especialmente, e nem na afetiva.
Se tudo pode dar certo e uma falha idiota estraga tudo é porque a pessoa que deseja não lhe quer da mesma forma. Pessoas racionais e inteligentes perdoam, compreendem, ainda que se irritem, sofram, e se magoem, elas entendem o erro do semelhante, afinal, embora eu, você e muitas pessoas queiram ser infalíveis, ninguém é.
Para tanto existe a compaixão, o espírito solidário, a capacidade de se colocar no lugar do outro quando ele erra, e perceber que, às vezes, o equivocado sai mais ferido do que sua “vítima”, talvez por ser mais sensível, carente, talvez por estar mais envolvido ou por sentir culpa por ter errado.
As pessoas boas se culpam pelos seus erros, choram, lamuriam, se desprezam por certo tempo, mas o fato é que nenhuma dor dura para sempre, nem a dor da culpa ou do arrependimento.
Nada acontece por acaso: se a pessoa com a qual falhaste merecer o seu apreço e lágrimas derramadas, ela vai refletir, vai lhe perdoar, se não, a esqueça, afinal, quem nunca errou de tal maneira ou de forma muito mais grave do que por palavras errôneas que me atire a primeira pedra.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de junho de 2011.
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