Aprendendo a viver
Certa vez eu fui num médico psiquiatria a procura de algum remédio que fizesse eu me sentir melhor. Contei para ele o que estava acontecendo na minha vida e ele me disse: “Mas você não tem nada esta, apenas, passando por uma fase ruim.”
E eu saí do consultório sem remédio algum, afinal, eu não tinha doença nenhuma. Meu mal estar se devia a tal da “fase ruim”, que, segundo o médico (como se eu não soubesse), “todos passam na vida”.
Pois bem, eu não sou muito diferente de pessoa alguma. Às vezes a gente quer um remédio, uma cápsula milagrosa que faça a fase ruim passar ou que, ao menos, amortize a dor que ela nos causa.
Então eu resolvi mentir. Pesquisei no Dr. Google o nome de um antidepressivo interessante e consultei um médico desconhecido alegando que eu estava me tratando com outra pessoa, noutra cidade e vinha tomando tal remédio.
Não sei se o novo psiquiatra acreditou. Falei apenas como me sentia e não o que estava se passando na minha vida. Assim eu saí do consultório contente, com um remédio que iria me ajudar a enfrentar a “fase ruim” da minha vida.
A verdade é que remédio algum ajuda. Não existe pílula mágica. Nenhum remédio vai impedir você de se frustrar, de chorar, de se decepcionar. Não existem milagres. A questão é aceitar a vida como ela é: fases boas, outras nem tanto.
É preciso, na verdade, aprender a criar menos expectativas, para evitar muitas quedas e, conseqüentemente, o nascimento de outras “fases ruins”, fases de frustração e descontentamento. O remédio, na verdade, é cair, levantar e aprender a viver, ou, ao menos, se equilibrar entre tombos e caídas.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 13 de março de 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.