Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Aparências

Aparências 

Estava viajando de ônibus com minha mãe e havia uma mulher de quase quarenta anos de idade usando um salto altíssimo (diga-se, numa viagem longa), acompanhada de um rapaz de vinte e poucos que parecia ser seu esposo, um menininho de quase dois anos e uma menina de quatro que a chamavam de “mãe”. 
As duas crianças não paravam quietas e lhes era permitido andar com o ônibus em movimento e, inclusive, acordar as pessoas sem reprimenda. Além do “suposto” pai ser bastante grosseiro com os “filhos”. 
Eu e minha mãe pensamos que a mulher e o marido pouca educação e importância davam para aquelas crianças agitadíssimas. No entanto, quase ao final da viagem ouvimos a história de ambos, ou, mais especificamente, da mulher “muito mais velha do que o marido”. 
Ela era mãe do rapaz e avó das crianças que lhes foram deixadas após a morte da filha de 19 anos, atropelada. Como, desde pequenos a avó os criou, chamavam-na de mãe. O rapaz era um de seus filhos. Ela teve três. 
Minha mãe, após conversar com a mulher e sem muito pensar me disse: “Como julgamos mal as pessoas”. Eu fiquei quieta, pensei um pouco e disse que não. Pelo contrario, afinal, de regra eu e minha família julgamos bem demais as pessoas e nos decepcionamos com elas depois. Mas, apesar dos pesares não desistimos de confiar. 
O fato é que as aparências enganam. As crianças a chamavam de “mãe” e hoje em dia é normal casais com diferenças de idade grande e, infelizmente, pais serem bruscos com os filhos. 
O que aparenta, quase sempre não é. Esta é uma lição que a vida não cansa de nos dar: famílias perfeitas, casais unidos, vida financeira folgada, humor agradável, simpatia constante, alto astral, tudo isso, seguidamente é o que os outros aparentam ser e ter, mas não são, nem possuem. 
Viver é descobrir que é preciso muito mais do que olhar para ver. É preciso muito mais do que analisar o que se enxerga e concluir com base nisso. É preciso ouvir, conviver e conhecer para, apenas depois, tirarmos conclusões acerca de algo ou de alguém. 
Cláudia de Marchi 
Sorriso/MT 08 de abril de 2013.

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