Cale-se II!
Às vezes a melhor das intenções acarreta o pior resultado. O que aprendi sofrendo, logicamente. Com minha capacidade extrema de confiar nas pessoas, me apegar a elas e querer o seu bem, acabo, quase sempre transformando um pombo branco em um corvo.
Explico: dou muito valor a laços sanguíneos, respeito muito as pessoas mais velhas e, sobretudo, admiro quem conquista o sucesso se dedicando para isso. Dou valor a pessoas de boa vontade e me apiedo quando vejo que elas são menosprezadas.
Logo, quando conheço pessoas com um ou mais destes requisitos acabo por querer-lhes demasiado bem e, portanto, falo o que penso sobre o que vejo ser capaz de causar-lhes prejuízo ou algo assemelhado.
Isso é errado, extremamente errado! As pessoas não querem ouvir o que lhes contraria, as pessoas não gostam de ser julgadas e, seguidamente, se acostumam com o ruim para não ter que procurar o bom que, diga-se, existe, sempre existe.
Neste mundo existem pessoas que tem competência, pessoas que tem talento, pessoas que se dedicam e pessoas que tem sorte. E só. Sorte por estarem onde estão sem que demonstrem nenhum indicio de competência, talento e dedicação.
Mas, fazer o que? Alertar ao marido, a esposa, ao namorado, ao patrão ou ao colega? Não, jamais. O certo é sempre entrar mudo e sair calado, exercer a sua função, ouvir a namorada, ou seja lá quem for, e não manifestar opinião alguma quando ela não é solicitada.
É por falar demais, imbuídos de boas intenções, que a gente aprende a se calar, mais pela esperteza angariada dos erros cometidos quando manifestamos nossas opiniões por carinho e com boa vontade, do que por pureza que, diga-se de passagem, a vida tira quase todos os dias da gente.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 12 de abril de 2013
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