Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 2 de abril de 2013

Resumindo

Resuminho 

 Filha de caminhoneiro, viajei quase toda minha infância e um período da adolescência numa boleia de caminhão! Céus! Como era bom! Ver paisagens, comer em locais diferentes, conversar com meus pais (que eram tão unidos na época), ouvir as historias cômicas que meu papai contava. Ai, que saudades! 
Dormir num Estado e acordar noutro, como era bom! Tomar café da manha feito pelo pai, com direito a salaminho frito e omelete cheio de queijo. Comer o sanduiche de salame, queijo e pepino que ele me preparava no meio da tarde. Tomar sorvete em cada parada. 
Grande “Kibon” presente em todos os confins do Brasil! Além, é claro, dos picolés de sabores nativos. Deliciosos! Fora o pão de queijo de Minas Gerais, o aracajé da Bahia, água de coco, as mangas, os abacaxis, os mamões de Alagoas! Boas lembranças da minha infância! Todavia, aprendi a não ter medo de mudanças, aprendi que “lugar bom” para se morar é onde nosso trabalho rende frutos. 
De tudo isso, ficou uma imensa admiração pela minha mãe. Ah, se ela pudesse ver meu coração, minha alma, saberia o quanto eu a admiro, o quanto a amo. Quisera eu ter a sua força de espírito e de corpo. Minha mãe tornou-se a minha “ídola” e, meu sempre amado pai, que não se separou apenas da minha mãe, mas de mim, também, no entanto, agora não passa de uma visita agradável quando resolve vir me ver. 
Porém, o amo e sempre amarei. Sempre vou amar. Ele fez por mim o que lhe era possível, ou achava que era. Ninguém é perfeito, nem mesmo aqueles que nos trouxeram ao mundo. Todavia, às vezes eu preciso de um colo, de um afago, de carinho. 
Certa vez, há mais de 6 anos eu fiz sessões de terapia individual. A psicóloga dizia com todas as letras que eu precisava de “cuidado”. Não de criticas, que sempre ganhei, afinal, como filha única humana e, obviamente, imperfeita, me era exigido demais. 
Quase nada do que eu fazia estava à altura das expectativas de quem zelava por mim, Depois de adulta eu decidi não ser julgada, mas compreendida. Prefiro o silencio que me deixa curiosa a palavras que me ferem. 
Sou balzaquiana, eu sei. Mas não tenho irmãos, tenho uma amiga confiável, tias amorosas, um gato maravilhoso, mas nem todos oferecem o ombro para eu chorar ou, ao menos, lastimar. É, meu amigo, eu não encontrei quem se dispusesse a “cuidar” um pouco de mim, embora eu tenha cuidado de todas as pessoas com as quais me relacionei. 
Eu queria ter um amor para que eu pudesse cuidá-lo, dar-lhe todo meu amor e carinho, e, também almejo um amor que me critique menos, respeite mais, me aceite e, principalmente, tente entender as minhas dores e tentar-me consolar. Se irá que irei conseguir? Não sei, mas a tentativa, por si só, me deixará plenamente feliz. Vamos viver, pois, quem sabe quando menos esperamos tudo de bom pode ocorrer! 
Cláudia de Marchi 
Passo Fundo, 02 de abril de 2013.

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