Tempo, tempo II!
Então o tempo passou. Não adianta se lamentar, ele não volta atrás. Aliás, esse desejo que, seguidamente, me importuna me aproxima de um estado depressivo que não combina com a minha alegria “Hebe Camargo”, segundo uma amiga.
Ela quis dizer que sou muito alto astral, além de loira, vaidosa e apegada ao uso de “diminutivos”: amorzinho, fofinho, meiguinho, queridinho, amadinho, lindinho e, claro, "gracinha". Além de gostar de certos brilhos, perfumes e sapatos.
O fato é que a vida anda pra frente. O presente é quase um tempo inexistente, apesar de sua importância. Explico: enquanto vivemos o agora estamos dando os passos para o nosso amanha. Que é o futuro, certo?
Hoje plantamos, amanha colhemos. Todavia, se for para não colher nada, não existe porque plantar. Logo, de uma forma ou outra, vivemos pelo futuro. O que não deve nos deixar ansiosos, mas pacientes e crentes de que estamos agindo bem no presente. Simples!
Ou nem tão simples assim, enfim. A verdade da minha vida é que eu desisti de arruinar meus relacionamentos amorosos. Coisa que sempre fiz, mesmo sem perceber. E quase sempre amarguei arrependimento por fazê-lo.
Creio que por ter crescido ouvindo minha mãe dizer “é verdade, meu bem” para o meu pai, me deixou quase traumatizada. Eu consigo fingir que concordo para evitar brigas. Alias, sou ótima “nisso”, só que meu coração começa a doer de tanto fazê-lo. Então eu desisto enjoada como se tivesse me embriagado.
Só que, no caso, não é só o fígado que sai prejudicado, é a alma, o coração. Não nasci para dizer “é sim, meu bem”. Então planto no presente as sementes do meu futuro: profissão, trabalho, crescimento pessoal.
Amor? Claro que quero. Quem não quer um amor verdadeiro? Mas com afinidades, parceria, aceitação. Dizer “é verdade”, mesmo quando não acho que seja? Faço, já fiz e farei. Não vejo mal nisso, mas quero encontrar alguém que também saiba fazê-lo.
Quero alguém que saiba se doar, sem que eu tenha que me escravizar sozinha para o relacionamento dar certo. Ceder? Sim, sempre, mas não sozinha. Relacionamentos amorosos são como brincar de “pega-pega”: ninguém brinca sozinho.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 02 de abril de 2013.
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