Projeto de homem
Que coisa triste! Não há nada mais démodé e lamentável do que briga de casais em que o homem grita: “Não esta bem assim, procura outro, nessa casa quem manda sou eu!”, e a infeliz, sussurrando fala “chega”, e ouve como resposta (para quantos “chega” ela venha a dizer), “aqui só chega quando eu mandar”.
Incrível e lamentável a falta de auto-estima de algumas mulheres, afinal das contas, a paixão pode ser cega, mas elas não. Ou será que se trata de dependência financeira? Sei lá! Mas eu preferiria trabalhar de garçonete de prostíbulo a agüentar um pseudo-homem tentando mandar em mim e sendo, de tal forma, desrespeitoso.
Infelizmente eu convivi com quem, de uma forma ou outra, me maltratou, apesar da paixão que eu tinha. Depois de cada cena humilhante vinha o “perdão, eu me exaltei, mas eu te amo”. E você, tola, confusa e apaixonada aceita.
Todavia, as brigas que, infelizmente ouço, vem do prédio novo em que moro. Normalmente ao final da tarde e se dão com uma freqüência assustadora! De regra, pessoas que abusam da paixão da outra se contém por uns dias, mas neste caso não.
Eu entendo o que a pobre mulher, jovem, classe média e sem filhos sente.
Provavelmente, ela se sinta desamparada, talvez lhe falte uma figura masculina e o marido seja a única pessoa que, nos bons momentos, lhe acolhe e protege. Ela é carente, além de estar com a estima própria diminuída.
Todavia, numa relação assim a auto estima tende, com toda a certeza, a diminuir ainda mais. O homem age como um psicopata ou, ainda que sinta algo forte por ela, precisa menosprezá-la para sentir-se mais forte e melhor. Opa! Eu falei homem? Desculpa, trata-se de um projeto mal feito de homem, como todos os que maltratam, verbal ou fisicamente, as suas mulheres, são.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 16 de abril de 2013
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