A felicidade genuína.
Sábado à noite e eu em casa, um bom vinho, minha
boa companhia, minha mãe e melhor amiga jantando ao meu lado o meu tradicional
e pratico espaguete a carbonara, porque é possível ser feliz na própria pele e
com a própria companhia sem alguém do sexo oposto para dormir ao lado!
Porque a gente se torna livre e maduro quando não
depende de ninguém para ser feliz. Porque felicidade é transbordar-se. Porque
ser feliz é ser livre para poder prender-se a quem nos dá bons motivos para
mudar de vida e de “status” de relacionamento ou civil.
E, porque, como o vinho, o tempo me aprimora e
ciente disso não me "cedo" a qualquer companhia. Não, eu não quero o
bom, quero o que mereço: o excelente! E não, eu não sou modesta, mas sou
transparente e nada hipócrita! E está ótimo assim!
Por que, afinal partindo do fato inconteste de que “ninguém
é perfeito”, temos que nos contentar com o que é muito diferente de nós e do
que desejamos e merecemos? Por que fomos educados a nos contentar com pouco? Porque
nossos pais, com medo de nos tornarmos arrogantes, nunca nos disseram que somos
lindas, maravilhosas, inteligentes e amáveis e que, por isso, merecemos alguém muito
especial?
De fato, nem nós somos seres perfeitos, ninguém é e
se existisse alguém perfeito ele não se contentaria com nossas imperfeições. Ocorre,
no entanto, que, no mundo, existem pessoas que “fecham” conosco, pessoas que,
apesar de imperfeitas, são perfeitas para nós!
Não para o mundo, não para divindade alguma, mas
para nós! Pessoas que, completas como nós somos, nos fazem olhar para elas e
nos admirarmos com o jeito com que vivem, como pensam e como encaram o que lhes
ocorre. Pessoas que não nos abusam, pessoas que nos respeitam, nos aceitam como
somos e, sobretudo, assim como são admiradas, se admiram conosco.
O principio da felicidade nasce em nós, nasce
quando nos aceitamos, nos perdoamos, quando relevamos o que passou, perdoando o
que podemos e esquecendo o que não conseguimos perdoar. Nasce quando “engavetamos”
algumas lembranças e escolhemos ser leves, escolhemos distribuir amor, sorriso
e alegria para a vida.
A felicidade genuína nasce quando aprendemos a
conviver conosco mesmos, sem depender de planos futuros ou da presença de alguém
para sermos completos. A felicidade genuína nasce quando nós nos completamos e,
se escolhemos ter alguém ao nosso lado, é para compartilhá-la, não para nos
preenchermos. Ninguém nos preenche, essa tarefa só cabe a nós mesmos.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 30 de agosto de 2015.
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