Jovem mulher: foque na independência, seu futuro
agradece!
Eu entrei na faculdade de Direito da UPF em 2000,
há 15 longos e doces anos! Recordo-me do "trote" (pedir esmola em
semáforo suja de ovos), recordo-me do Beccaria, do "Caso dos exploradores
de caverna" e dos primeiros diálogos com minhas colegas: "Eu quero
ser juíza", "eu quero ser advogada", "eu quero ser
professora", "eu quero ser promotora", tinha até uma certa
Claudia que queria ser política, quiçá presidente!
Algumas mudaram de ideia, elementar! Tempo bom,
muito estudo e perseverança! O foco da minha vida era o curso, gravava aulas,
depois "degravava", ia malhar, comprava livros e, festa, conto nos
dedos as que fui, pois nunca fui fã de balada, era chegada mesmo numa janta a dois e numa
Coca-Cola zero, pois não bebia nada. Álcool engorda, e eu era daquelas jovens
que não queriam ter uma misera celulite. Não tinha, na verdade.
Enfim, aquelas moças jovens com quem eu convivia na
academia de Direito tinham planos profissionais, ambições lindas! Tinha uma que
o namorado tinha um Fusca, outras que namoravam estudantes e eu, na época,
vivia minha fase "reumatismo": ou era 15 anos mais velho, ou
"não" tinha "assunto" comigo. Eu era uma idiota bem
humorada e que me achava madura. Estranha? Sempre fui!
Fato é que, hoje em dia eu não ouço jovens com
tantos planos profissionais, parece-me que o feminismo, que justifica a
independência financeira das mulheres, foi trocado por uma infame ambição
preguiçosa. Vejo jovens sem foco, sem sonhos, visando caras financeiramente bem
dotados e que dirijam carro caro.
Vejo muitas engravidando e focando em ser dona de
casa ou "a esposa" do fulano. Muitas das minhas ex-colegas estão
tendo filhos agora, outras tiveram após tomarem posse no sonhado concurso que
sempre almejaram. Outras estão apenas se casando.
Fato é que, não importa o quanto a gente ganhe com
o nosso trabalho, fato é que só ele nos faz independentes do homem ao qual
devemos apenas amar, não depender. Desejar, não precisar! Querer o corpo,
admirar a essência e não o bolso ou a vida que o sujeito pode lhe propiciar. Filha,
até a Raquel, vulgo Bruna Surfistinha, virou autora de obra traduzida para 15
idiomas lutando pela sua independência e você aí, em pleno 2015 escolhendo
homem pela grana e dando de graça! Ah, “preze-se” minha cara!
Sinto falta de uma geração ambiciosa, porém
lutadora de mulheres com foco em seu futuro profissional e não no sobrenome e
conta bancária do pretenso futuro marido. Ai jovens, melhorem! As feministas
não lutaram e lutam para vocês serem dependentes e fomentarem o machismo
investindo em corpo e não em intelecto para "casar bem" e se
contentarem com mesada ou pensão alimentícia.
Você com menos de 25 anos, seja "mais"
querida! Beauvoir agradece e o bom senso e a moral idem. Seu futuro? Mais
ainda! Estude, lute, batalhe por você, não dependa de ninguém porque dependência
gera obediência e servilismo. E ninguém precisa disso para ser feliz!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 03 de julho de 2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.