Misoginia velada.
A população mundial é imensa e eu sou muito bonita
e inteligente. Sim, sem modéstia e sem contar outros talentos censurados.
Enfim, é por isso que, como boa feminista, não tolero o fato de ser amante de
homem casado ou de transar com um.
Já reparou quanta misoginia existe por trás disso? Explico:
a maioria dos homens que flertam com outras mulheres que não a esposa, vem com
o papinho de que a mulher não tem mais tempo pra eles, que a mulher passou a
dar atenção exclusiva aos filhos, de que não o atrai mais, não faz nada para
agradá-lo sexualmente, que se afastou, que ficou fria e por aí a fora e, em
resumo, eles são meramente amigos e belos parceiros para postar fotos nas redes
sociais.
Alegações para que você pense: “Uau, que mulher
idiota, merece um par de chifres!”. Sobre “merecimento” de traição acredito que
existam homens e mulheres que sejam a tal ponto relapsos que, praticamente a “requerem”,
mas também acho que um monte de pessoas que conheço merece uma tijolada na
cabeça e não é por isso que eu jogo um tijolo nelas: sempre existe uma solução mais
plausível, racional e respeitosa. Primeiramente o diálogo, em sua ineficácia, a
separação. Acredite, ninguém morre por se divorciar!
Enfim, não me importa se a esposa é fria, se o
marido não dá flores, não agrada e nem sexo oral sabe fazer com talento, se
você não está contente ao seu lado, diga “tchau”, mas não perca a moral e a
dignidade diante da sua libido não saciada no casamento.
Vivemos numa era em que, se as mulheres traem ou se
separam para ficar com quem melhor lhes “dá conta” sexualmente, homens lhes
matam! Pesquise no Google a frase “inconformado pelo fim do relacionamento” e
comprove (já escrevi sobre isso)! A sociedade se apieda dos homens traídos, há
certo tempo, inclusive, havia absolvição em Tribunal do Júri por legitima
defesa da honra!
Ora essa, o cara pode ser ruim de cama pra caramba,
a mulher pode estar subindo pelas paredes e resolver transar com o colega, amigo,
carteiro, que seja, ah, daí se ele descobre e a mata ou bate é porque ela “mereceu”
morrer ou apanhar. Ela “merece” quando leva chifre, ela “merece” quando é
agredida, ela “merece” quando é assassinada.
Se isso não é misoginia fruto do machismo é o que? E,
pior é ouvir mulheres se manifestando em defesa do “macharedo”, dos “coitadinhos”,
dos bebês chorões cuja maioria não sabe nem fazer sexo oral nelas, enquanto a
maioria feminina faz. Ou seja, a mulherada se permite ser objeto e mesmo sem
ter as devidas e boas sacanagens da vida entre quatro paredes, porque seu
parceiro tem “nojinhos”, defende “uzomi”.
Mulheres se unam! Não caiam nessa de defender macho
que se faz de vítima só para transar com outras, não tenha raiva da outra que
traiu o marido pelo mesmo motivo que os homens normalmente traem.
Não venho defender a traição, (leia mais acima
novamente se ainda não entendeu meu enfoque), mas não é porque eu não concordo
com ela que eu vou tratar os gêneros de forma diferente quando o assunto a
envolve. E, retorno a dizer: o pior tipo de machismo é o perpetrado pelas
mulheres que, desunidas, pretendem ser defensoras do sexo oposto para
cativar-lhe a atenção. Queridas, vocês não precisam disso!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 05 de julho de 2015.
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