Dormir “abraçadinho”? Obrigada.
Eu não acho sexo banal, nunca achei. Fico meses sem
namorado e, desde jovem, sempre achei o "auto prazer" mais válido do
que uma transa, ainda que boa, mas com algum babaca que quer anotar meu lindo
nome num caderno. Desses idiotas machistas que querem quantidade e nem sempre
tem qualidade suficiente para fazer você desejá-lo de novo.
Sempre achei, também o tal de "ficar" de
ultima categoria! Parece que você fica nas mãos da vontade de um sujeito que
não sabe o que quer ou que não quer nada com nada, enfim. Que lhe coloca no
mesmo patamar da maioria.
Ou fico com o cara uma vez e sumo ou eu namoro,
agora "sair" com o mesmo sujeito eventualmente e sem compromisso?
Never! Tipo, ontem o cara transou com uma e agora vem atrás de mim? Não, uma
vez e segue com seriedade ou fica sem "flashback"! Ademais, tem uns
sujeitos que ficam com tantas mulheres idiotas que 30 das coitadas não
"dão" meia de uma mulher com "m" maiúsculo!
De toda forma, fato é que o início dos meus namoros
de balzaquiana me mostraram algo meio estranho que, olhando agora para os meus
gatos dormindo abraçados, eu "pensei sobre": é mais fácil para mim,
me sentir sexualmente intima com alguém, do que conseguir dormir com alguém uma
noite inteira!
Sim, dormir de dormir mesmo, abraçado, de
conchinha, o que for! Acho que passar uma noite com alguém tem um
"que" de intimidade, apego, gostar, prezar, admirar, tudo o que é,
hoje em dia, mais difícil de ter entre duas pessoas do que atração, desejo e
prazer.
Passar a noite acordado com alguém curtindo os
prazeres carnais? Ótimo! Dormir de conchinha? Íntimo demais, requer afeto,
carinho. Eu nunca fui de transar com qualquer um, hoje em dia eu não sou nem de
dormir com qualquer pessoa que não conquiste meu afeto. Eu não consigo dormir,
simples!
Não é o meu habitat, a minha cama, o meu quarto,
ou, ainda que seja, eu durmo com o Zeus e, se tem alguém no lugar dele
despersonaliza o nosso cantinho! Realmente eu sou uma mulher estranha! Aos 20,
sexo era tabu pra mim, agora dormir com alguém só se eu confiar e ter
segurança! Os anos passam e eu continuo estranha, tipo a Carrie, mas menos
assustadora e com uma mãe muito, muito melhor!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de julho de 2015.
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