Do casamento e filhos e a felicidade “robinhoodiana”.
Robin Hood roubava dos ricos para dar aos pobres. O
que fazia não deixava de ser crime, todavia, ele direcionava o produto do mesmo
para fazer a felicidade de quem necessitava. A nobreza do ato era, digamos, “compensadora”.
Dizem que filhos não seguram casamento. A verdade é
que filhos não seguram amor, paixão e felicidade no casamento, mas ele,
enquanto instituição, costuma perdurar na existência de crianças. E ao que
deriva daí eu dou o nome de “felicidade conjugal Robin Hood”.
Homens, normalmente são os proprietários da mesma. Por
quê? O cidadão não é mais feliz ao lado da esposa, a relação se tornou mais uma
amizade do que, de fato, um romance, uma união entre duas pessoas do sexo
oposto que passa pela necessidade invariável de haver tesão, sexo e paixão entre
elas.
Diga-se de passagem, três coisas que sofrem um
grande abalo após o nascimento dos rebentos. Mas, enfim, continuo: o sujeito
infeliz na relação, para o bem do filho, mantém-se nela, ou seja, abre mão da
felicidade afetiva e sexual para fazer a felicidade da criança e acaba, sendo “razoavelmente”
contente.
Tira a realização pessoal, intima, sexual e emocional
de si em prol da criança. Claro que há algo de altruísta neste ato, até porque
o filho só existe porque os pais quiseram ou foram imprudentes, na maior parte
dos casos. Agora, a pergunta: isso é valido?
Meus pais se separaram quando eu era uma jovem
mulher e a separação me afetou muito. Quando criança a maioria dos meus
amiguinhos eram filhos de pais separados, todos, praticamente, com pai e mãe
atenciosos que faziam o possível para amenizar tal fato. E eles cresceram, e são
felizes e contentes. Não morreram por conta da situação dos pais.
Se uma separação causa estranheza e faz sofrer? Obviamente.
Mas, o que será que uma filha menina ou um filho menino acharia mais nobre: ver
os pais divorciados e cada um de um lado tocando sua vida e sendo feliz ou um
pai ou mãe infiel que transa com outras pessoas por aí?
Talvez a questão seja de opinião pessoal, mas no
meu ponto de vista, deslealdade e infidelidade não são exemplos que um filho
deva ou mereça ter. O grande problema da “felicidade robinhoodiana” é a
hipocrisia tremenda que existe por trás dela, é o tal do contar com o “desconhecimento”
do que se faz escondido para que o filho seja feliz. E, sinceramente, não acho
nobre, mas acho justificável, porém. Todavia, os atos de tais pessoas
continuarão sendo abjetos mesmo que elas insistam em dizer-me que são altruístas.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 06 de agosto de 2015.
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