Homens e seus egos frágeis: pequena crônica sobre
um assédio ofensivo.
Eu nunca pensei que minha aparência jovial tivesse
um lado ruim! Até recentemente, quando um cidadão conhecido no Judiciário
local, tirou horas para tentar flertar comigo. O cidadão iniciou o assunto se
informando sobre o magistério superior e eu respondi.
De repente começou a amealhar coincidências entre
nós, ao perceber isso, cortei-o, afinal é casado e a esposa, ao que vi não
estava em casa (quem em sã consciência “tira” para confiável um homem que lhe
convida para ir a casa onde mora com a esposa “amada” e filhas?).
Voltamos a falar de carreira, "desde quando
isso, desde quando aquilo" chutei a sua idade e ele a minha. Eis que me
deu 24 anos. Segundo o trovador daria 22, mas como leciono há um ano aqui na
UNIC seria um equívoco! Percebi a franqueza e, ao dizer que houve quase uma
década de erro, começaram as “justificações” para seu contato comigo.
O cidadão que trouxe sua cultura e currículo à
baila para me cantar, percebeu que não falava com uma jovem alegre e
inexperiente. Mas, com uma mulher alegre e esperta que ele não conquistaria com
exibimentos tendo o estado civil que tem! Sinistro não é?! "Se eu não
tivesse me encantado ao lhe ver tal dia eu procuraria uma casa local para
saciar minha carência". Aham! Eis o mundo atual onde ter fé no amor, no
casamento e nas pessoas é um lindo ato de esperança!
Transcrevo, porém uma pergunta, frisando que o interlocutor
acima referido se acha um macho alfa em virtude do "doutor" que tem
como tratamento pelo cargo que ocupa, provavelmente, em virtude de os exames
psicotécnicos não serem feitos com o esmero necessário no Brasil ou por achar
que, assim como "despacha" no trabalho pode "despachar"
mandando mulheres bonitas se renderem ao seu palavreado rebuscado e aceitarem
seus convites para jantar e, consequentemente, transar com ele.
Enfim, disse o "omizinho" após o seu ego
ficar "dodói" com a rejeição: "Cronista: você já praticou sexo
alguma vez com algum homem obviamente não casado?". (Eu havia dito que
jamais sai jantar com alguém casado e ele foi além em virtude da possível magoa
com minha franqueza).
Primeiramente, pergunta de uma
passivo-agressividade sarcástica assustadora (Freud, cadê você nessas horas meu
filho?), segundo, irrespondível por uma balzaquiana extremamente bem resolvida
em todos os aspectos, mormente nos sexuais. Mecanismo usado para o flerte
doentio? O tal do Telegram numa parte do mesmo em que as mensagens se autodestroem
e que eu desconhecia.
Como se print de tela não existisse, mas, não nego,
é tão desnecessário quanto a pessoa que assedia uma mulher e acha que ela deve
cair em seus galanteios. Um bom machista achará que mulheres dão ensejo a isso,
que eu dei por ser educada, quiçá! Machistas e tão doentes mentais quanto a
pessoa em comento.
Infelizmente o mundo está cheio de homens movidos a
ego, que não suportam a rejeição e que deveriam continuar flertando com
mocinhas novas e interesseiras para não se sentirem tão ofendidos com uma
"saída a francesa". Não nego, porém que é por atitudes masculinas
assim que eu pugno pelo feminismo.
Assédio a tal ponto avilta e fere. Deveria ser
crime, inclusive, cuja pena deveria ser 6 meses de tratamento com uma sexóloga
e 12 meses de psicanálise, porque só assim para esse povo descobrir que o mundo
e a libido alheia não giram em torno do seu "pintinho" (pinto deve
ser algo demasiado crescido para atribuir ao órgão sexual destes enfermos).
Quanto ao Telegram? Aplicativo necessário que eu mal baixei e já aprendi a
bloquear usuários.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 05 de julho de 2015.
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