Sobre o verdadeiro pecado!

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"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 2 de agosto de 2015

Da foda, do “comer” e do “dar”.

Da foda, do “comer” e do “dar”.

Vamos falar sobre um dos codinomes de "fazer sexo", o tal do "fazer amor". Sério que você acha isso pouco vulgar? Não acha que é vulgarização da palavra amor? Eu sou da opinião de que amor é sentimento, sexo é ação, sentimento você sente, ação você faz.
Ouço piriguete falando que "fez amor com fulano". A criatura transa com 15 caras diferentes num mês e quer dar nome romântico a foda? Ah não, filha, assim fica ridículo! Parece a Dilma negando a existência de inflação as vésperas da reeleição.
"Ah, mas eu sou casada há 10 anos e faço amor com meu marido!". Não, faz sexo morno, para dizer pouco! Entre quatro paredes até o casal que se ama deve ser mais selvagem do que romântico.
Romantismo cai bem no jantar, nas ações, na atenção, em público, em declarações, mas ele deve ficar onde ficam as roupas quando o casal as tira: longe da transa. Ali há de existir paixão, fogo, tesão, saliva e outras coisas assemelhadas que causam nojinho aos pudicos. Sexo é instinto, são mil boas sensações, não é sentimento, é ato, então passe longe de mim com o tal do "fazer amor", porque sua hipocrisia ou "vã inocência" me anoja!
O tal do "dar" também é lastimável: "Fulana deu pro sicrano". Jovem, como assim, ela deu o que? Se desfez da própria vagina? Mulher não dá, mulher escolhe com quem transa e não sai do sexo sem um braço, perna ou órgão.
Tire o seu machismo da transa alheia com esses vocábulos otários que designam a mulher como coisa, objeto inanimado a serviço do prazer masculino. Sexo é conjugação de vontades, do contrário seria estupro, então sem essa de "objetivizar" a mulher porque ela "deu".
Ela pode ter usado o homem e só, não pode!? Evolua amigo, a época que era necessário dizer que amava e que queria casamento para transar passou. Não é preciso ser cafajeste, o poder de escolha é da mulher e ela faz sexo quando, com quem e onde quiser.
Nojo inominável me causa o tal do “comer” também. Como assim meu filho? Virou súdito do Jeffrey Dahmer ou do cinematográfico Hannibal Lecter? Está degustando corpos assados ou fritos? Cara, sexo é troca de prazer, não é deglutição.
Você não come ninguém e, ainda que valesse o termo, até onde eu sei o “engolido” é você, então você não come, quem come é, biologicamente, a mulher. Ou você anda “engolindo” alguma coisa dura no seu corpinho? Bem, neste caso me desculpe.
Os últimos dois termos referidos são frutos de palavreado machista que atribui ao homem o “domínio” do sexo. E não falo do domínio eventualmente e consensualmente sádico que depende de uma masoquista para ocorrer, falo do domínio no sentido insosso mesmo, onde o homem é o “rei”, o que pega, o que come e a mulher é o objeto comido.
Meu caro, a mulher só é realmente “comida” quando ela não goza e quando ela não goza? Quando você for ruim de cama, ela frigida ou, ainda, quando você estupra-la, fora dessas situações não existe “comer”. Pense bem, toda vez que você usar essa palavra significa que só quem teve prazer na transa foi você! Enfim, pegue o "comer”, o “dar” e o "fazer amor" e me dê licença, porque se eu ouvi-los eu regurgito.
Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 03 de agosto de 2015.

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