Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Depois do fim.

Depois do fim.

Eu sempre acreditei que a gente conhece a pessoa que outrora amamos quando deixamos de amá-la ou, ao menos, quando deixamos de ficar ao lado dela. Quando a deixamos para trás. Enfim, procede a história do se conhece quando é ex. Quando a pessoa não tem mais motivos para lhe agradar e ser cordial com você é que irá lhe revelar os seus defeitos, a sua perfídia, a sua ganância, imoralidade e até indecência.
A mulher que sempre foi honesta, começa a querer tirar até o rim do sujeito, a criatura sempre foi financeiramente independente, daí começa a exigir o que tem e o que, principalmente, não tem direito de forma impiedosa e desnecessária. A namorada sempre muito idônea começa a sair cada semana com um cara diferente, aumenta o decote, diminui o tamanho da saia e liga bêbada para o ex, o ex-marido sempre fiel se muda para a boate noturna mais próxima, se envolve com aqueles tipinhos de mulher que sempre criticou.
Pode ser que seja desespero pós-término. São casos e casos. Como advogada há quase dez anos, porém eu digo que não é. Pode ser ego ferido, o que for. A verdade é que ninguém age errado se é certo, capiche? Gente realmente decente moralmente compreende um fato simples: ninguém é obrigado a amar alguém, ninguém é obrigado a ficar com alguém, mesmo que esse alguém seja você.
A pessoa mais legal, mais querida, mais educada, mais inteligente e “gostosa” do mundo! Ah, mas você não é isso tudo?! Ocorre que, aparentemente, deixando-se levar por sentimentos vis oriundos da revolta pela frustração amorosa, aparentemente, você se acha tudo isso.
Fio, seguinte, não é só porque a gente é honesto, trabalhador, bonito e, quiçá, rico, que teremos e despertaremos o amor eterno de quem, quem sabe, podemos amar. Esse jogo de amor não é leal, não é sempre “paritário”. Às vezes a paixão é um contrato de adesão: você assina no escuro, assina sem ler, assina porque precisa, porque tá carente, tá iludido. Ocorre que um dia chega a rescisão e, aí, meu caro, uma pessoa mostra quem ela é.
Alguns, infelizmente, retiram a máscara de bons moços e moças que sempre fizeram questão de usar e ostentar, para ser quem, na verdade, sempre foram, mas você, inebriado de encantamento, não via, não percebia e desconhecia. Todavia, tenha em mente uma coisa: não existe dor, frustração e revolta que faça uma pessoa boa resolver ser má, que faça uma pessoa honesta se tornar desonesta. O que existe é a mudança de uma situação fática que vem lhe demonstrar com quem você dormia. Só isso. Só lamento.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 09 de setembro de 2014.

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