Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Esquizoide.

Esquizoide.

Eu admiro casais cujo casamento só tem fim com a morte. Desde que ambos sejam felizes e, sobretudo, se respeitem. É fácil demais dizer que "casamento é para a vida toda" quando se fica com alguém sem ter mais tesão por ele, simplesmente por comodismo e covardia.
É fácil ficar com alguém o traindo para saciar a carência que possui, da mesma forma, é fácil manter um casamento com demasiada tolerância quando os bens do outro lhe interessam mais do que o bem querer que nem existe mais.
Tem coisas lindas que saem de bocas erradas, exemplo disso é tal afirmativa. Ademais, o que deve ser eterno é o amor, o respeito e a consideração e não o casamento enquanto "instituição". Enfim, não vale ter uma relação eterna sem que ela seja baseada no amor e na transparência, no respeito e na cumplicidade.
Aliás, sempre que afirmo (inclusive em sala de aula) que acho o regime de separação total de bens justo, ouço pessoas casadas há anos me criticarem, como se eu não tivesse fé no amor, como se eu não acreditasse no casamento. Ocorre que eu acredito.
A questão é que já pensei de forma oposta, mas as opiniões que temos são resultado de nossa experiência de vida e, só penso uma coisa quando homens dizem que não estou correta: “Esses sujeitos não sabem que a maioria das mulheres, antes de querer saber o seu nome e estado civil, indagam se eles são ricos?! Sabem de nada!”.
Esse povo parou no tempo ou é demasiado inocente. Tem muito lobo em pele de cordeiro nesse mundo, enfim, muita mocinha se fazendo de decente, de correta, de santa que, quando apresentamos alguém, querem saber o carro que o cara possui, a profissão e as condições financeiras para decidirem se devem ou não dar atenção ao sujeito.
Eu acho que, justamente, porque devemos casar sem pensar no fim é que a separação total é justa: os filhos, em qualquer caso, serão nossos herdeiros, mas, porque devemos ter parte no que, não raras vezes, foi fruto mais do suor, da dedicação e da inteligência do outro? Se for para ser “pra sempre”, por que criticar tal regime?
O que deve ser divido em sua plenitude num casamento é o amor, o respeito, a admiração, a atração mutua. O resto se for para sempre, será de ambos e, se a relação findar, será de seu real proprietário. Simples, eu não vejo nenhuma dissonância nisso com minha crença no amor, mas, definitivamente, eu devo ser muito esquizoide. Oremos.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 29 de setembro de 2014.

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