Incompreensão.
Eu não consigo compreender algumas coisas nesta
vida. Talvez minha inteligência seja limitada, minha criatividade pouca e minha
sensibilidade elevada demais. Uma das coisas que não compreendo é, como pode
uma pessoa desejar a sua companhia num dia, dizer que quer lhe fazer feliz, que
é totalmente “sua” e, no outro, não titubear em se afastar de você por este ou
aquele motivo?
Eu, sinceramente, não encontro justificativa que não
implique numa conclusão: a pessoa dizia o que não sentia. Simples! Quando uma
pessoa gosta de coração da outra, ela faz de tudo para ficar ao seu lado, para
enfrentar as dificuldades da vida tendo o amor e a ternura de alguém.
Apenas quando uma pessoa não gosta verdadeiramente
da outra é que ela usa seus problemas e “poréns” para justificar seus atos.
Quem quer dá um jeito, quem não quer arruma desculpas. Isso antes, durante e
até após o relacionamento.
Não adianta vir com aquele papo “mas eu gosto de ti
de verdade”. Se gosta fica junto, se não gosta não fica. A situação é objetiva,
não é necessário muitas elucubrações para entender o óbvio, o lógico, o
gritante.
Portanto, palavras não me convencem, aliás, cheguei
a tal ponto da minha vida que elogio algum, que palavra carinhosa alguma é
capaz de me encantar. Não mais. A mim, lamento, mas não convencem. O que é uma
lastima na minha própria existência, vez que é quase humanamente impossível
entabular uma relação e não crer no que o outro diz sentir.
Esse é o ápice do amadurecimento triste, do
amadurecimento sofrido, do amadurecimento oriundo de dor e frustração. O que as
pessoas falam não “diz” nada a respeito da realidade de seu sentir. É conduta
que fala, é conduta que diz mais do que qualquer livro romântico e declarações
afetuosas. São os atos e não as palavras que, realmente, dizem tudo o que a
gente precisa saber a respeito dos sentimentos do outro.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 1º de setembro de 2014.
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