Qual é o problema dessa gente?
Eu sinto dor, uma dor muito grande. Dor de
decepção. Não admito ser menosprezada intelectual, emocional e psiquicamente. Não
admito ter utilidade para alguém que só fez me enganar e me machucar. Não admito
nem que existam seres com tal capacidade de iludir ao outro.
Mas a vida é assim, nos usa para ensinarmos quem
abusa da nossa confiança e afeto a se tornar uma pessoa mais sincera e decente
e usa tais pessoas para nos ensinarmos que a humanidade não é tão boa quanto
nós mesmos somos.
E dói, essa dor flagela, rasga o coração. Algo como:
“Por que eu? O que eu fiz pra passar por isso?”. E é uma pergunta sem resposta,
ao menos quando você analisa toda a sua vida e conclui que já não merece sofrer
desta forma, que você nunca foi tão odioso com pessoa alguma.
Talvez seja o tal fato de que Deus escreve certo
por linhas tortas, de que, para Ele, tudo tem seu tempo. Às vezes eu penso que
cada sofrimento que tive foi em vão, porque as pessoas me desapontavam e eu
sempre pensava que havia aprendido, que seria mais desconfiada da próxima vez. E
quando chega a próxima vez eu confio de novo.
Essa mania de confiar é uma maldição, essa mania de
crer que as pessoas são inocentes como eu sou, é uma desgraça. Todavia, existem
decepções pequenas e existem decepções homéricas.
Eu nunca havia conhecido alguém que me iludisse a
respeito do que sentia. Já fui iludida a respeito de moralidade, de
personalidade, mas nunca a respeito de carinho, adoração, encantamento, afeto e
amor. Se já me fizeram mal? Sim, mas me amavam, me valorizavam, não eram exímios,
nas nunca disseram sentir o que não sentiam. Existem aqueles que mentem sobre
quem são, e outros que mentem sobre o que sentem, estes, sem dúvida são os que
fazem mais estrago no coração da gente.
Enfim, você cruza com uma pessoa, por pouquíssimos dias,
e descobre o que de pior um ser humano pode fazer, descobre o ápice do egoísmo e
da ausência de empatia que uma pessoa pode ter: achar que você é uma coisa,
achar que você não tem sentimentos, não tem coração. Achar que as palavras que
dizem não geram efeitos na alma alheia, que seus atos não irão comover ao outro.
O pior tipo de sofrimento e mágoa que a gente pode
sentir é o que deriva do desapontamento com as pessoas que dizem o que não sentem,
que vestem uma máscara para ficar algum pouco tempo ao seu lado, porque tem
algum interesse, seja seu o corpo, seja a sua atenção, seja elevar o seu ego, seja
mostrar para si mesmos que são capazes de conquistar alguém.
Eu me pergunto: Qual é o problema dessa gente!? O
que se passa na sua cabeça, o que leva uma pessoa a ser tão fria, tão
calculista, tão egoísta, tão gélida a ponto de brincar com as suas emoções e
agirem de forma totalmente avessa aos sentimentos que apregoavam possuir?
Que tipo de pessoa tem essa coragem? Sinceramente,
eu não sei, sinceramente, eu não entendo. E mais, não quero entender. Não quero,
literalmente, “nem saber” da existência de quem consegue enganar e iludir alguém
com tamanha frieza. Deus me livre dessa dor e de pessoas com tal capacidade!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de setembro de 2014.
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