Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 6 de setembro de 2014

Independência afetiva.

Independência afetiva.

Eu não sou o tipo de mulher que goste de início de relacionamento. Eu gosto daquela fase em que você está apaixonado ainda, mas já tem mais intimidade e confiança no outro. Quando você já o conhece um pouco pelo olhar, quando ele diz que lhe ama com os olhos. Essa fase mais madura da relação eu gosto.
O início, porém é meio carregado de insegurança, a fase em que você está com um pé na vontade e outro no freio dos receios. Talvez por ser uma ariana de alma quente, sou uma eterna apaixonada. Nunca vivi relações que amornaram, nem casamento, nem namoro longo. Eu gosto desse sentimento aliado ao amor e a admiração.
Todavia, quando meus romances não passam do início e a paixão finda eu sinto uma sensação ótima ao pegar-me sozinha, lendo um livro, no meu quarto numa sexta-feira a noite: não espero ninguém me mandar mensagem, não seguro o celular toda hora, e, sobretudo, não desperdiço adrenalina. As emoções são menos entusiasmantes, mas a paz compensa.
A certeza de que amanhã não estarei mais feliz ou totalmente desapontada me deixa bem, me da tanta paz que chego a concluir que eu gosto dessa rotina. Ela é equilibrada! E eu gosto de equilíbrio. Eu gosto de não ter ninguém comigo, afinal de contas, gosto de saber onde piso, então, se é para conviver com alguém de sentimentos e vida imprevisível, eu prefiro dormir na certeza de que a minha felicidade amanha, só depende de mim.
Acho que me acostumei com isso nos últimos meses, mas o efeito prático é o mesmo: fico bem, fico em paz. Não vejo passarinhos verdes, mas também não vejo nenhum corvo ou morcego. Sinceramente? Já que nada é perfeito nesta vida, tenho certeza que tudo isso me faz bem, muito bem.
Tem gente que precisa ter alguém, tem gente que aceita tudo para ficar casado. Eu me modernizei demais nesta vida, para mim, relações podem durar um dia ou dez anos, se esmoreceu o encantamento, vislumbro o fim.
Prefiro ficar só e mandar em mim mesma, a ter alguém que me irrite, a ter alguém que me desequilibra ou deseja me moldar. Quando a gente se relaciona com alguém, por mais independentes afetivamente que sejamos, surge uma relação pateticamente simbiótica: a sua felicidade e tranquilidade passam a depender, em parte, da do outro.
Se estivermos sozinhos, no entanto, desde que sejamos psiquicamente sãos e emocionalmente equilibrados, tudo depende de nós mesmos. A cadência da vida segue mais controlável, mais leve. Nós fazemos nossa alegria, nossa rotina, sem nos sujeitarmos aos “maus dias” ou ao mau humor do outro. E isso é bom, é excelente!
Claro que relacionar-se com uma pessoa semelhante a você e bem resolvida por ser ótimo, mas enquanto não encontrar alguém assim, priorize a sua felicidade, o seu equilíbrio, a harmonia da sua vida! Pra mim, enfim, a máxima é: antes só do que chateada acompanhada. Ser feliz sozinho é possível! Basta ser feliz consigo mesmo no doce silêncio da sua alma. Simples assim!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 06 de setembro de 2014.


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