Rótulos tolos.
Não acredite em rótulos. As aparências enganam
demais, não julgue um livro pela cama, nem um vinho pela garrafa. Existe um
rótulo da virtualidade que eu acho abjeto: casal “bonito” e sorrindo em fotos é
feliz.
Na verdade, as pessoas olham a foto de um casal e
pensam que eles são mais felizes do que o sujeito que tirou uma foto sozinho
com o amigo na balada, ou da foto da mulher, linda, altiva e independente
sozinha na praia. Besteira! Só quem nunca teve problemas num casamento consegue
acreditar nessa asneira completa e imensa. Só quem nunca foi casado acredita
nisso ou, claro, só quem tenha uma mentalidade tacanha da década de 40.
Eu sei que fofocas são fruto de gente desocupada e
frustrada, mas, partindo do pressuposto de que 1% da fumaça existente indique
fogo, eu posso dizer que existe muita gente infiel, descontente e, ao menos,
dando mole pra outros para muita foto apaixonada com a legenda "eu e meu
amor".
Aliás, esse tal de "meu amor" às vezes me
anoja! O sujeito mal conhece a menina e chama assim, em menos de 15 dias
conhece outra e segue chamando desta forma. O que foi jovem? Está com medinho
de confundir o nome da "amada" com o da ex que também era
"amada"?
Nada contra palavras carinhosas, fotos românticas,
desde que elas não indiciem ou representem o que não existe, desde que não
sejam dissonantes da realidade. Sou da seguinte opinião: gosta, demonstre, não
gosta, desista, seja indiferente, ao menos. Agora se dizer infeliz no casamento
e sair sorrindo em foto chamando o parceiro de "amor" me da náusea,
faz mal para o meu estômago que, diga-se, de frágil não tem nada.
O incrível desse tal de “meu amor” é que, não raras
vezes, você vê um sujeito chamando a mulher assim e em menos de quinze dias
está pedindo a separação ou saindo de casa. Da mesma forma, existe mulher que
está se sentindo mal amada, que não tem mais nem sexo com o marido e, perante
os outros, é “meu amor” pra lá, “meu amor” pra cá.
Minha nossa, qual o problema dessas pessoas? Minhas
tias sempre disseram que “a sociedade cobra” um casamento, a sociedade cobra
que a mulher esteja acompanhada, que ela case, tenha filhos e uma vida linda e
florida.
Pois bem, se eu vivesse na idade média já teria ido
para a fogueira há muito tempo, se dependesse de eu agir como a sociedade
deseja. Eu vivo com alguém, enquanto eu viver feliz. Eu vivo com alguém,
enquanto a pessoa me fazer bem, enquanto a moral e o sexo combinarem, enquanto
houver carinho e respeito, enquanto os valores forem afins. Se não, meu amigo,
eu vivo só. Vivo sozinha, afinal não preciso de ninguém para pagar as minhas
contas ou exibir para o mundo.
Filhos? Filho não é carro que você compra e sai
dando volta pra exibir. Filho é responsabilidade para uma vida e você precisa
estar muito consciente disso na hora de dar a luz a uma pessoa que será mais
importante para você do que você mesmo. Filho, minha amiga, só tenha quando
amar muito ao seu marido, quando ele for bom e honesto e, sobretudo, querer. O homem
precisa ansiar ser pai, do contrário, pode ter certeza: mesmo casada, você será
mãe sozinha.
Bem, e quanto ao povo das fotinhos bonitinhas e
românticas? Povo hipócrita que briga em casa e chama de “meu amor” na rua. Bem,
Deus tá vendo o senhor e a senhora postarem foto romântica com o
"amado" e chamar outros no "in box"! Deus tá vendo você sentir
inveja da amiga solteira, você ficar olhando fotos de outra na internet ou
precisar se masturbar no banheiro porque a sua cama está mais gelada do que o
congelador da sua geladeira chiquérrima.
Deus tá vendo, só falta a sociedade, igualmente
hipócrita ver, e o candidato a corno. Se ainda não foi "eleito", é
claro. Mas o anojante ao quadrado elevado na décima potência é que tem os que veem
e não de importam, afinal um divórcio implica em perda patrimonial, além de
afetiva. É "melhor" viver de aparência e contentar uma sociedade de
mentalidade tão tacanha e tosca quanto a sua do que ter brio e tomar uma atitude.
Só Jesus na causa desse povo!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 09 de setembro de 2014.
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