Jogos
Eu não sei jogar. Não sei fazer charme. Quem quiser
acha algum charme na minha espontaneidade, transparência e riso frouxo. Não sei
dizer não quando quero dizer sim, não sei rejeitar o que eu quero, sequer sei
segurar o riso ou as lágrimas.
Sinceramente eu nem gosto desse povo que joga, que
faz de conta que deseja o que não quer, sente o que desconhece e pensa de forma
diversa da sua. Enfim, gente que vive como uma eterna criança: fazendo de
conta! E, justamente por isso atrai pessoas tolas e pouco experientes.
Afinal, se tem uma coisa que a vida ensina é gostar
do simples, do preto no branco, de quem é sempre o mesmo, sempre verdadeiro,
sem ter medo de desagradar pessoa alguma. Se a vida requer que joguemos para
obter êxito em algo, então perderei esse jogo, mas não o orgulho de ser quem
sou. Isso nunca!
Não sei jogar e não gosto de gente que gosta de
jogadores, assim como não gosto destes. Eu gosto de pessoas que tem uma cara só
dentro do barraco ou no palácio, diante do operário ou do pós-doutor, do pobre
ou do rico. Eu gosto de gente que tem orgulho de si mesmo e que,
principalmente, não tem vergonha de suas atitudes.
Gosto de quem assume o risco de tomar as decisões que
toma, ou melhor, de quem assume o resultado dos seus atos. Essa coisa de dançar
conforme a música ou, o que é pior, de colocar a música programada, porque a
conhece, não combina comigo.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 29 de setembro de 2014.
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