Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Quem vier?

Quem vier?

Hoje eu ouvi que até uma fase da vida a pessoa fica com quem escolher, depois ela fica com quem "vier". Algo como se o tempo e a carência diminuíssem a seletividade humana. Estranho, comigo ocorreu o inverso. Ou nem isso. Sempre escolhi demais, o que não significa que tenha feito as escolhas certas. Mas delas restaram um aprendizado enorme que me tornou a mulher segura e bem resolvida que me tornei.
De fácil nunca tive nada e isso só "piorou". Sei o que quero e, não nego, sei que é raro. Dinheiro? Beleza? Nem tanto. Inteligência e muita, muita, muita sinceridade e transparência. Gente bem resolvida e de alma livre. Seres em extinção, mas e dai?
Eu posso ser demasiado romântica, sentimental e até inocente no quesito confiar nas pessoas, mas carente e desesperada eu nunca fui. Hoje, menos ainda. Pelo contrário, diante de tantos equívocos me tornei mais exigente ainda. Não concebo o ficar com alguém por ficar, não concebo o "antes mal acompanhada do que só", o ter alguém e não ser feliz. E, portanto, quedo-me só, mas contente. E exigente, sobretudo.
Todavia, tem gente que precisa de uma companhia, tem gente que não consegue se sentir feliz sem alguém ao lado, ainda que não tenha uma relação equilibrada, quente e afetuosa, o que lhes importa é ter alguém para chamar de “seu”.
Quando eu tinha 19 anos, além de desejar casar virgem, tinha planos rígidos para a minha vida: casar aos 23 anos, ter filhos aos 25 e ser advogada. O tempo passou, desisti de casar virgem e, mais, descobri que nem só de amor e almas gêmeas se fazem as relações humanas.
Quando me desprendi de meus preconceitos retrógrados e machistas, percebi quão difícil é conviver e ser casada com alguém, mais, em virtude da vivência, da formatura aos 22 anos e da advocacia eu aprendi que filhos são bênçãos, mas que eles nos vinculam para sempre aos seus pais, mesmo que a gente deixe de lhe amar e se divorcie.
Então, a pílula anticoncepcional se tornou minha amiga e relacionamentos complicados com pessoas complicadas algo do qual fujo. Para que viver ao lado de alguém com o qual deixei de me sentir bem? Não se trata de dar certo ou de encontrar a pessoa certa, mas de ser feliz até com a errada.
Todavia, ao contrário de muitos comodistas que ficam com o que “vier” eu só permaneço ao lado de quem me faz feliz, de quem me faz bem, me valoriza, me respeita e sabe diferenciar mulheres de meninas. Não é sempre que encontramos pessoas assim, porém, enquanto não se encontra a gente fica só. E, acredite, fica feliz, fica animada e fica bonita.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 10 de setembro de 2014.

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