Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Sem riscos.

Sem riscos.

Há algum tempo eu não compreendia porque minhas tias desistiram de se relacionar afetivamente com alguém e passaram a cuidar unicamente de suas carreiras. Isso, até ter uma simples experiência que tornou tudo muito claro para mim.
Com a minha idade já vivi de tudo em relacionamentos, já me apaixonei e casei, já me frustrei com a ausência de honestidade de quem me envolvi, com erros e decepções causadas no dia a dia.
Mas eu nunca tinha tido a sensação de ser iludida, enganada e usada, e é essa sensação que retira nossa fé no ser humano e nossa esperança de viver um grande amor e casar novamente.
Eis que eu, a única mulher da família Marcondes que ainda acreditava nas pessoas e em suas palavras, tornei-me uma solitária convicta. Não existe maneira de voltar a confiar em homens, em suas palavrinhas bonitas e atitudes meigas.
Não sei se isso é triste ou não, porque, sinceramente, minha tia e mãe são tudo, menos infelizes. De que adianta se relacionar e se decepcionar? De que adianta entregar o coração, o corpo e a alma para quem não merece nem sua unha do dedão do pé?
Quando a gente conhece uma pessoa que nos afeta a confiança nos seres humanos desta forma acabamos percebendo que a solidão é uma benção. Eu sempre tive fé no amor, nas pessoas. Agora eu tenho fé no amor próprio, no amor pela vida, no meu amor pela minha família e por quem me ama, no meu amor ao trabalho.
Existem várias formas de amar e a menos nobre é a dedicada a uma única pessoa que não seja do nosso sangue. A menos nobre, a mais simplória e a mais letal. Doar seu coração a alguém é perigoso, porque o outro pode esmaga-lo, dilacera-lo e isso, meu amigo, não é legal!
Acho a vida de casado excelente, acho que uma paixão ilumina a vida da gente, gosto de grandes emoções, mas elas não me levaram a nada de bom, infelizmente. Se eu quiser uma emoção forte vou fazer esportes radicais, simples! No fundo a gente não precisa sentir o coração acelerado todos os dias, a gente precisa é de paz, de tranquilidade, emoções fortes não enchem barriga e, assim como enchem nosso coração o colocam em risco.
Relacionamentos implicam em riscos, você pode terminar alegre, você pode acabar triste e ferido. Passei da fase de assumir riscos. Não quero mais, acabou pra mim. Não preciso de nada demasiado forte, só não preciso e nem mereço enganação e ilusão.
Eu gosto de segurança e, por tal motivo, abstenho-me de me relacionar novamente, deixo de lado meus desejos, meus anseios, porque é melhor levar uma vida relativamente morna e pouco aventureira do que saltar de uma grande altura e terminar-se no chão.

Cláudia de Marchi

Sorriso/MT, 1º de setembro de 2014.

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