Uruguaiana.
Eis que eu morei na fronteira do Brasil com a
Argentina por sete anos! Sai da “capital do planalto médio” para Uruguaiana.
Estranhei a cultura, estranhei tudo! Mas fiz amigas inesquecíveis, conheci
pessoas especiais, tive as minhas professoras mais marcantes, cheirosas e
queridas.
Quando eu já estava ambientada com a cidade, minha
mãe quis voltar para Passo Fundo. Terminei o segundo grau na minha terra,
entrei para a Faculdade e não foram poucos os momentos em que senti saudade de
Uruguaiana, Passo de Los Libres, Buenos Aires, Mendoza e todas as cidades que
eu fui com meus pais.
A vida era boa, a vida era fácil, eu tinha tudo o
que eu queria, inclusive um pai presente. Às vezes eu sinto falta daquela vida,
daquela cidade, daquele povo! A minha saudade de Uruguaiana é a maior demonstração
de que um local nos encanta pelas pessoas que a gente conhece e pela
estabilidade financeira que a gente conquista. Ser solitário e pobre em Paris
deve ser terrível.
Portanto, valorize o momento, valorize onde você está,
porque, eu garanto, vai chegar um dia em que você vai sentir alguma falta. Nada
nesta vida não nos “apresenta” um lado bom, algo marcante.
Viva, pois, no presente, porque o futuro, meu caro,
esse tal de futuro é a maior causa de infelicidade humana! Deixamos para “ele”
o que podemos viver hoje e acabamos nos frustrando. O segredo da felicidade é
viver o presente. Eu teria tido melhores e maiores recordações se, em
Uruguaiana, não passasse dias e horas reclamando de saudade de Passo Fundo. A
vida ensina, aprende quem quer.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 04 de setembro de 2014.
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