Não me permito!
As horas passam, os dias passam e tudo o que não
deve estar em nossa vida ou em nosso coração desaparece. É assim com a
tristeza. Disse o poeta que ela não tem fim, mas a felicidade tem. Eu discordo,
sou uma mulher feliz, optei por ser plenamente contente com o que possuo e com
quem eu sou, não dou azo a sofrimento na minha vida.
Sinto dor, mas não me mantenho com ela. Tristeza
não me pertence, mal humor não me pertence, carência e falta de auto estima
também não. Se o agora me desapontou, o depois vai me surpreender. Porque eu
quero que surpreenda, porque tenho a notória capacidade de "deixar para lá",
de me resignar, me olhar no espelho, passar um batom vermelho e sorrir. Tenho a
habilidade de amar aquela alegre mulher que meu espelho reflete.
Após três décadas de vida a dor tem prazo na minha
vida. Ela dura um dia, no máximo. Valorizo a minha tez, valorizo a aparência
que Deus me deu. Está para nascer quem me faça permanente mal, está para ser
inventado sentimento ou tristeza que me faça envelhecer, como diria o Rodrigo
Cambara, ainda não inventaram a bala que há de me matar.
Passa um dia, passam dois, só não passa o meu
hábito de ser feliz, de sorrir, de seguir adiante e colocar no lixo o que não
faz por merecer existir longe dele. Frieza? Não, objetividade. Tudo o que for
bom grudara em mim, o resto se desloca, se descola. O resto é resto e, de resto
ninguém vive. Não eu.
Eu sou intensa demais em meus sentimentos,
inclusive na dor. Eu sou intensa, não extensa, capiche? Fico triste, muito triste por alguns momentos e deu. A gente perde a razão quando se entrega a lamúrias e a ausência
de alegria. Você tem o direito de se desapontar, de se enganar, de sofrer, mas não
tem o direito de se torturar, de se manter triste mais tempo do que o
necessário para dizer: “Deu, passou, foda-se!”.
O único sentimento que, além de intenso deve ser
sentido “extensamente” é a paz e a felicidade, o resto pode ser vivido, mas
brevemente, muito brevemente, afinal, se frustrar não muda nada, lastimar os
atos e as atitudes de alguém não irão lhe mudar, dizer “acabou, passou e terminou”
resolve. “A história termina aqui e agora eu volto de onde parei: feliz, bem
resolvida e alegre, muito alegre!”. Isso serve, isso me serve.
Você pode se sentir frustrado um dia ou dois, mas não
pode ser uma pessoa frustrada, uma pessoa amarga, uma pessoa infeliz. Talvez não
confiar mais nas palavras que ouve seja um excelente caminho, mas ser uma
pessoa permanentemente revoltada é o fim da picada! É desperdício de vida,
desperdício de beleza.
Disse o House certa vez que ele “é bonito demais,
para cuidar de papelada”. Pois eu sou obrigada a dizer, eu sou bonita e
inteligente demais para ficar triste por mais de um dia. Para ficar triste por
causa de atos alheios. Não combino com bipolaridade, se hoje sofro, amanha me
recomponho, coloco um vestido preto, um salto alto, compro sapatos novos e sigo
adiante, alegre, esperançosa e fazendo o que amo, ao lado de quem me ama e
merece o meu prezar.
Sou boa demais para resignar-me a dor por mais de
horas. Quem não sabe quão boa eu sou, com certeza não me conhece, porque quem
conhece sabe que, da vida, eu mereço tudo, menos amargar uma cara amarrada e um
coração entristecido.
E que venham os dias, e que venham os desafios,
porque, meu amigo, coragem e entusiasmo nunca me faltaram. Imperfeita sim, mas
feliz, com o perdão do julgamento dos perfeitos. Perfeitos hipócritas!
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 02 de setembro de 2014.
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