Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

domingo, 20 de março de 2016

Eu era “assim”, não sou mais!

Eu era “assim”, não sou mais!

"Você não era assim!". Disse bem, "era", passado, lá atrás, não volta jamé! Foi lá que deixei minha impetuosidade irracional, meu jeito colérico e mimado de querer tudo do meu jeito, foi lá que eu deixei a necessidade pueril de ter companhia pra ser feliz, foi lá no passado que eu, tal Cazuza, exagerava, inventava paixões e caia aos pés de alguém.
Foi lá, no passado, que eu dizia "sim", querendo dizer "não", que eu confundia frustração e tristeza com depressão, que eu tomava Dramin e assemelhados pra dormir e esquecer das minhas próprias e errôneas escolhas. Foi lá, no passado que eu afastava o cérebro do coração, que eu me interessava pelo que era problemático, difícil, enigmático.
Foi no passado que eu relevava pequenas mentiras, excessos tolos e até desonestidade. Foi lá, bem lá atrás que eu acreditava que o meu amor mudaria alguém, neste mesmo tempo, inclusive, eu até contava com a gratidão de gente egocêntrica. Foi lá atrás que eu me contentei com pouco, com gente de alma em frangalhos e equilíbrio psíquico entornado.
Foi lá atrás que eu acreditava que parceiras pra jantares eram amigas, que palavras substituíam atos, que gritar mais alto do que o outro me daria razão. Foi lá atrás que eu deixava o desequilíbrio dos outros me desequilibrar, foi lá atrás que eu era machista. Foi no passado bem remoto que eu não pesquisava sobre o que a Globo noticiava e eu era uma otária (acredite, você também pode melhorar desse mal!).
Foi no passado que eu me envolvia por carência e via amor aonde, sequer pululava admiração. (Se você não admira, você não ama!). Foi lá atrás que eu romantizava a dor e bancava psicanalista de gente abusiva, foi lá atrás que ficaram meus "vinte e poucos anos" e um festival de sandices e merda que vieram a adubar o meu estado de espírito, a minha garra, a minha força, o meu inabalável amor próprio e a minha coragem de dizer "foda-se" para tudo e todos que não somam amor, afetuosidade e conhecimento na minha vida.

Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 20 de fevereiro de 2016.

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