Você não é louca, ele
que é sádico!
Certa
vez eu ouvi a humorada frase: “Se você nunca foi chamada de louca por um homem,
então você não está desempenhando o seu papel de mulher corretamente”. Na hora
eu não consegui achar engraçada, porque uma porção de mim discordava, mas não sabia,
de imediato, argumentar suas razões, portanto dei a boa e velha risadinha
amarela.
Fato
é que nós mulheres, dentre tantos assuntos e atos de união que precisamos
aderir, carecemos falar de gaslighting! Portanto, remeto àquela frase acima
referida: ela não é engraçada, porque transformou em piada e até romantizou uma
atitude masculina desarrazoada e sádica em incontáveis casos.
Eu
tive um ex que me humilhava, que atacava a minha autoestima e atentava o
equilíbrio emocional de forma a me fazer perder as estribeiras, pois entregue a
ira e a raiva, e, então, depois, ele me chamava de "maluca".
Atentava, atentava e quando eu reagia, era a louca da história!
Eu
era a desequilibrada, ele era a vítima, o equilibrado que sofria com os
disparates da doida. A tal da Ana Paula, mulher intensa e de sangue quente se
deixou levar pelo joguinho do colega de casa Renan e foi, ontem, expulsa do tal
do BBB16. Como o Renan e como o meu ex referido neste texto existem muitos
homens no mundo.
Nesse
momento milhares de mulheres estão sofrendo esse tipo de abuso por aí. O cara
provoca sutilmente, atormenta, pega naquele ponto que dói, verifica a
fragilidade da mulher e a espezinha, até que ela perde o equilíbrio e,
infelizmente e em muitas das vezes, uma parte da própria razão e, então, se faz
de vitima convencendo a mulher, real vitima do chamado gaslighting, de que ela
é desequilibrada e de que o seu “amor” é uma benesse que ela não merece.
Eu,
ao menos, depois de afundar numa relação praticamente doentia, amadureci e não
suporto mais nenhum abuso afim, ademais aprendi a agir com abusadores desta
laia: deixo-lhes falando sozinhos e ignoro, como os padres e auxiliares de
exorcismo devem fazer com o demônio de acordo com os filmes ("Livrai-nos
do mal" é um exemplo!).
A
guria lá do BBB não soube agir, infelizmente, porque esse tipo de macho não
vale nem as bactérias da saliva desperdiçada, menos ainda um tapa ou um copo
quebrado! Confesso que quebrei muitos, naquela minha relação. Copos, cara,
brio, tudo! Eu já fui, literalmente, caquinhos. Esses abusadores são astuciosos
e sabem o momento de colocar fogo na fogueira dos nossos sentimentos para que
sejamos as únicas a nos queimar.
De
toda forma, a gente tem plena liberdade para escolher, para errar, inclusive. A
gente pode dar confiança à quem não vale nada, podemos ter certeza de que a
criatura falsa é leal, podemos transar e até ter uma paixonite por um sujeito
escroto. Enfim, se a nossa crença inicial é de bondade, pureza e decência a
gente pode tudo!
O
que já é um atestado de imbecilidade e de frágil apreço por si própria é
continuar valorizando o cara que não lhe valoriza, é continuar dando confiança
à pessoa falsa, é continuar devotando prezar à quem não mostrou-se digno dele.
Escolhas ruins e enganos não são reprováveis, reprovável é se conformar e até
aceitar como bom o que não é e isso inclui todo e qualquer abuso do qual nós
mulheres possamos ser vitimas, inclusive e principalmente o mais comum e
sorrateiro, o psicológico.
Cláudia de Marchi
Sorriso/MT, 05 de março de
2016.
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