Sobre o verdadeiro pecado!

Sobre o verdadeiro pecado!
"O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida." Carl Sagan

sábado, 5 de março de 2016

Você não é louca, ele que é sádico!

Você não é louca, ele que é sádico!

Certa vez eu ouvi a humorada frase: “Se você nunca foi chamada de louca por um homem, então você não está desempenhando o seu papel de mulher corretamente”. Na hora eu não consegui achar engraçada, porque uma porção de mim discordava, mas não sabia, de imediato, argumentar suas razões, portanto dei a boa e velha risadinha amarela.
Fato é que nós mulheres, dentre tantos assuntos e atos de união que precisamos aderir, carecemos falar de gaslighting! Portanto, remeto àquela frase acima referida: ela não é engraçada, porque transformou em piada e até romantizou uma atitude masculina desarrazoada e sádica em incontáveis casos.
Eu tive um ex que me humilhava, que atacava a minha autoestima e atentava o equilíbrio emocional de forma a me fazer perder as estribeiras, pois entregue a ira e a raiva, e, então, depois, ele me chamava de "maluca". Atentava, atentava e quando eu reagia, era a louca da história!
Eu era a desequilibrada, ele era a vítima, o equilibrado que sofria com os disparates da doida. A tal da Ana Paula, mulher intensa e de sangue quente se deixou levar pelo joguinho do colega de casa Renan e foi, ontem, expulsa do tal do BBB16. Como o Renan e como o meu ex referido neste texto existem muitos homens no mundo.
Nesse momento milhares de mulheres estão sofrendo esse tipo de abuso por aí. O cara provoca sutilmente, atormenta, pega naquele ponto que dói, verifica a fragilidade da mulher e a espezinha, até que ela perde o equilíbrio e, infelizmente e em muitas das vezes, uma parte da própria razão e, então, se faz de vitima convencendo a mulher, real vitima do chamado gaslighting, de que ela é desequilibrada e de que o seu “amor” é uma benesse que ela não merece.
Eu, ao menos, depois de afundar numa relação praticamente doentia, amadureci e não suporto mais nenhum abuso afim, ademais aprendi a agir com abusadores desta laia: deixo-lhes falando sozinhos e ignoro, como os padres e auxiliares de exorcismo devem fazer com o demônio de acordo com os filmes ("Livrai-nos do mal" é um exemplo!).
A guria lá do BBB não soube agir, infelizmente, porque esse tipo de macho não vale nem as bactérias da saliva desperdiçada, menos ainda um tapa ou um copo quebrado! Confesso que quebrei muitos, naquela minha relação. Copos, cara, brio, tudo! Eu já fui, literalmente, caquinhos. Esses abusadores são astuciosos e sabem o momento de colocar fogo na fogueira dos nossos sentimentos para que sejamos as únicas a nos queimar.
De toda forma, a gente tem plena liberdade para escolher, para errar, inclusive. A gente pode dar confiança à quem não vale nada, podemos ter certeza de que a criatura falsa é leal, podemos transar e até ter uma paixonite por um sujeito escroto. Enfim, se a nossa crença inicial é de bondade, pureza e decência a gente pode tudo!
O que já é um atestado de imbecilidade e de frágil apreço por si própria é continuar valorizando o cara que não lhe valoriza, é continuar dando confiança à pessoa falsa, é continuar devotando prezar à quem não mostrou-se digno dele. Escolhas ruins e enganos não são reprováveis, reprovável é se conformar e até aceitar como bom o que não é e isso inclui todo e qualquer abuso do qual nós mulheres possamos ser vitimas, inclusive e principalmente o mais comum e sorrateiro, o psicológico.
Cláudia de Marchi

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