“Filhinho ouça bem: Não! Não e ponto final.”
Se você quiser ensinar alguém seja professor, pastor, instrutor de auto-escola, padre ou tenha um filho, de resto uma pessoa jamais terá o direito de bancar a “mestre” da vida alheia, ao menos que a pessoa lhe peça para ensinar algo, do contrário, silencie suas palavras e contenha seus atos.
Pois bem, ser pai e mãe é uma dádiva que poucos conseguem exercer com talento. A maior lição que os pais podem dar para um filho é ensiná-lo a aceitar, sem perder a auto-estima, os “nãos” necessários da vida e que, primeiramente, deverão sair de suas bocas.
Você não tem o direito de ensinar seu filho a “não querer” algo, a “não desejar” o que lhe parece belo, agradável e bom. Mas você, como mãe ou pai, não apenas pode, mas deve ensinar seu filho a conviver com a impossibilidade de ter tudo o que deseja, de ir aonde quer, no momento em que quer. Limites é sinal de amor, liberdade em excesso é indício de preguiça e descaso com a educação dos rebentos.
Se haverão gritos e lágrimas? Sim, muitos. Quanto mais esperta a criança, mas persuasiva, e, cá entre nós, existe melhor técnica de convencimento do que um rompante de lágrimas, de gritos, onde eles se “tornam” as vitimas e você “a fera”? Os pais morrem de vergonha, se irritam e, de regra, cedem.
Diga “não” para o seu filho e você estará lhe ensinando os primeiros passos para a felicidade: aceitar o que, no momento, não pode ocorrer ou ser modificado, aceitar que nem sempre ele será amado, e que às vezes, mesmo sendo adorável ouvirá “não” como resposta, a aceitar que a vida não é tolerante e nem “passa a mão” na cabeça de ninguém.
Você já ouviu falar de jovens que agridem seus pais ou de homens que agridem suas parceiras? Você já leu alguma noticia sobre homicídio passional, porque a mulher ou o homem não queria mais o relacionamento em detrimento da aceitação do homicida? Pois bem, meu caro, tenha certeza de que estes jovens, de que estes adultos, não ouviram “não” quando precisavam e, conseqüentemente, não aprenderam a perder, não aprenderam que é impossível ter tudo o que se deseja na vida, mas que, nem por isso, ela é ruim.
Os pais sofrem muito mais no futuro ao ver “quem” seus filhos se tornaram, do que teriam sofrido no passado se tivessem tido a coragem, o brio e o amor necessário para dizer-lhes “não”. O pior tipo de pessoa no mundo é aquela que não aceita o que precisa terminar, que não aceita o fim, que não aceita o “não”, que não aceita perder. Batalhar e lutar são virtudes, teimar a ponto de desestabilizar a paz alheia é doentio, é sinal de egoísmo crônico, de má-criação, cujo demérito, lamento informar, mas eu atribuo aos pais.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de outubro de 2011.
Cláudia de Marchi
Passo Fundo, 10 de outubro de 2011.
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